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Agricultura

O Dilema das Energias Renováveis e a Preservação dos Terrenos Agrícolas

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Nos últimos anos, a União Europeia tem liderado a adoção de políticas públicas destinadas a combater as alterações climáticas, com a ambiciosa meta de alcançar a neutralidade climática até 2050. Este objetivo é um dos pilares do Pacto Ecológico Europeu, que tem direcionado muitas das políticas nos setores económicos, incluindo a energia, a mobilidade, a construção, a agricultura e a floresta. A estratégia europeia do Green Deal inclui medidas para acelerar a adoção de fontes de energia renováveis, com a intenção de aumentar a sua contribuição para 45% do consumo energético até 2030, face aos atuais 23% registados em 2022.

Recentemente, Itália tomou uma decisão controversa ao proibir a instalação de sistemas fotovoltaicos de grande escala em terrenos agrícolas produtivos. O governo italiano, ao implementar esta medida, procurou compatibilizar a produção de energia fotovoltaica com a atividade agrícola, evitando a perda de terrenos produtivos e o êxodo rural. Esta decisão, embora bem acolhida por algumas associações agrícolas, gerou críticas por parte do setor energético, que a considerou restritiva e prejudicial aos compromissos ambientais do país.

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Portugal tem assistido a um crescimento significativo na instalação de parques fotovoltaicos de grande dimensão em terrenos agrícolas. Segundo o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), em 2023 existiam 2,6 GW de energia fotovoltaica instalada, com uma meta ambiciosa de atingir 20,4 GW em 2030. Destes, 14,9 GW deverão provir de energia fotovoltaica centralizada, necessitando de vastas áreas de terreno.

A título de exemplo, a Central Solar Fotovoltaica da Amareleja, com uma capacidade instalada de 35 MW, ocupa 250 hectares. Para atingir as metas estabelecidas no PNEC, seriam necessários mais de 105.000 hectares, uma área equivalente a toda a superfície irrigada pela barragem do Alqueva, ou dez vezes a área da cidade de Lisboa.

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A recente declaração da ministra do Ambiente, apontando para a possibilidade de antecipar a neutralidade carbónica para 2045, reforça a urgência em acelerar os projetos fotovoltaicos. No entanto, a questão que se coloca é se faz sentido impor limites ao desenvolvimento destes projetos em terrenos rurais, à semelhança do que foi feito em Itália.

Os painéis fotovoltaicos representam uma concorrência direta a muitas culturas agrícolas e florestais. As rendas pagas pelos arrendamentos para instalação de painéis solares são frequentemente superiores aos rendimentos agrícolas, oferecendo uma garantia de rendimento sem os riscos associados à produção agrícola. Contudo, esta situação levanta preocupações sobre a sustentabilidade a longo prazo da produção agrícola e a preservação dos terrenos rurais.

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A opinião de um CEO de uma empresa elétrica, criticando a destruição de florestas para a instalação de painéis solares, destaca um aspeto importante a considerar. Embora possa estar a defender interesses particulares, a crítica sublinha a necessidade de encontrar um equilíbrio entre a expansão das energias renováveis e a preservação dos recursos naturais.

Para os agricultores, a instalação de painéis fotovoltaicos pode representar uma importante fonte de rendimento adicional. No entanto, é crucial que estejam bem assessorados durante todo o processo de negociação dos contratos de arrendamento, que são de longo prazo e envolvem um mercado altamente volátil.

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Em conclusão, o desafio de equilibrar a expansão das energias renováveis com a preservação dos terrenos agrícolas e florestais é complexo. A experiência italiana oferece uma perspetiva relevante para Portugal, onde a necessidade de acelerar projetos fotovoltaicos deve ser cuidadosamente ponderada com a sustentabilidade a longo prazo do mundo rural. Este é, sem dúvida, um dos novos desafios do renovado mundo rural português.

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Borrego e cabrito voltam a subir de preço no Alentejo na última semana

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Os preços de ovinos e caprinos voltaram a registar aumentos significativos no Alentejo durante a semana 46 (10 a 16 de novembro), de acordo com o boletim do SIMA/GPP.

No caso do borrego, a tendência de subida foi transversal a várias zonas da região.
No Alentejo Litoral, o borrego entre 22 kg e 28 kg subiu 0,25 €/kg vivo.
Em Beja, os animais de 13 kg a 21 kg aumentaram 0,40 €/kg, enquanto os de 22 kg a 28 kg subiram 0,20 €/kg.
Também em Évora houve reforço de preços: +0,40 €/kg nos borregos de 13 kg a 21 kg e +0,21 €/kg no escalão seguinte.
A exceção foi o borrego com mais de 28 kg, que desceu 0,07 €/kg em Évora.

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O mercado do cabrito acompanhou a mesma tendência.
No Alentejo Norte, o cabrito com menos de 10 kg subiu entre 1,00 e 1,50 €/kg vivo, enquanto em Estremoz verificaram-se aumentos idênticos. Já o cabrito com mais de 10 kg registou subidas entre 0,50 e 1,00 €/kg vivo.

Esta evolução confirma o dinamismo do setor. Segundo o Índice de Preços no Produtor, os ovinos e caprinos atingiram 155,72 pontos em setembro de 2025 no Continente, traduzindo uma variação homóloga de +10,25%.

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A tendência mantém-se alinhada com o aumento sazonal da procura no último trimestre, período tradicionalmente forte no consumo de borrego e cabrito.

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Cotações do borrego sobem no Alentejo enquanto produção de caprinos recua

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As cotações médias dos borregos registaram uma subida significativa nas principais áreas de mercado do Alentejo, segundo o mais recente boletim do Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA), referente à semana de 3 a 9 de novembro de 2025.

Em Beja, o preço do borrego entre 13 e 21 quilos aumentou 0,40 euros por quilo vivo, enquanto o borrego entre 22 e 28 quilos subiu 0,10 euros. Já em Évora, as valorizações foram ainda mais expressivas, com acréscimos de 0,50 euros, 0,55 euros e 0,77 euros por quilo vivo, consoante a categoria de peso.

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Estes aumentos colocam o preço médio nacional do borrego entre 4,34 e 6,03 euros por quilo vivo, valores superiores aos registados em 2024 e acima da média do triénio 2022-2024.

Produção e preços no contexto europeu

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O relatório do SIMA indica que Portugal registou uma subida acentuada no preço médio semanal do borrego pesado, atingindo 961,67 euros por 100 quilos de carcaça — uma variação de +16,8% face à semana anterior. Este valor é superior à média da União Europeia, que se situou em 874,19 euros.

No borrego leve, a valorização também foi expressiva, com 1.121,71 euros por 100 quilos de carcaça, ultrapassando os preços de Espanha e da média comunitária.

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Queda nos abates e aumento das exportações

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), os abates de ovinos aprovados para consumo entre janeiro e agosto de 2025 registaram uma queda de 16,28% em comparação com 2024, representando uma redução de 1.041 toneladas.

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Em contrapartida, as exportações de ovinos vivos e carne aumentaram 57% em valor, totalizando 43,7 milhões de euros, com destaque para o envio de borregos vivos e carne refrigerada.

Caprinos: estabilidade de preços, recuo na produção

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Na fileira caprina, as cotações do cabrito até 10 quilos mantiveram-se estáveis nas regiões da Beira Litoral, Beira Interior e Trás-os-Montes, sem alterações significativas no Alentejo.

Contudo, a produção recuou 10,9% entre janeiro e agosto, com 48 mil animais abatidos. Apesar disso, as exportações de carne caprina cresceram 48,6% em valor, impulsionadas pela carne refrigerada.

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Contexto nacional

O índice de preços no produtor para ovinos e caprinos registou um aumento de 20,8% em junho de 2025, enquanto o índice harmonizado de preços no consumidor subiu 16,4%, segundo dados do INE e Eurostat.
Estes números refletem uma tendência de valorização dos produtos pecuários, acompanhada por custos de produção elevados e maior pressão sobre os pequenos produtores.

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Governo aposta em Inteligência Artificial para controlo de pragas na agricultura e pecuária

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O Ministério da Agricultura vai implementar um projeto pioneiro que recorre à Inteligência Artificial (IA) para proteger a agricultura e a pecuária em Portugal. A iniciativa tem como objetivo detetar precocemente pragas e doenças que afetam animais e plantas, reforçando a vigilância sanitária e a segurança alimentar.

O projeto, intitulado “OHVeNet – One Health Vector Network”, será desenvolvido pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um investimento total de 10 milhões de euros.

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O sistema vai utilizar uma rede nacional de armadilhas inteligentes, capazes de monitorizar insetos em tempo real e identificar situações de risco com o apoio de algoritmos de visão computacional. Estas tecnologias permitirão uma resposta mais rápida e eficaz a potenciais surtos, reduzindo custos e tempo associados à monitorização tradicional.

De acordo com o Ministério da Agricultura, a iniciativa surge “num contexto de alterações climáticas e transformação dos ecossistemas agrícolas”, reforçando a aposta do país numa agricultura sustentável e tecnologicamente avançada.

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Com o “OHVeNet”, Portugal posiciona-se na vanguarda europeia da aplicação da IA ao setor agrícola, combinando inovação, ciência e sustentabilidade na defesa da produção nacional.

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Portugal perde mais de 500 milhões de euros por ano por falta de investimento em regadio

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Portugal está a perder mais de 500 milhões de euros por ano devido à falta de investimento em regadio, estima a Fenareg – Federação Nacional de Regantes. O cálculo baseia-se na diferença de produtividade entre culturas de regadio e de sequeiro, sendo que a primeira produz, em média, 5,5 vezes mais.

José Núncio, presidente da federação, sublinha que o país dispõe de potencial para aumentar a área irrigada, mas tem adiado investimentos fundamentais. A estratégia nacional “Água que Une”, que prevê cerca de 300 medidas para a gestão eficiente da água, aponta para a expansão de 120 mil hectares de novas áreas com capacidade de rega.

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Os investimentos previstos até 2030 ultrapassam os 5 mil milhões de euros, valor que, segundo a Fenareg, seria compensado ao fim de uma década pela diferença de produção agrícola caso nada seja feito.

Atualmente, o regadio representa 30% da produção agrícola nacional e ocupa 17% da superfície agrícola utilizada — cerca de 633 mil hectares. A meta é aumentar essa proporção para 20%.

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José Núncio lembra o exemplo do impacto do Alqueva no distrito de Beja, onde o regadio transformou profundamente a produtividade agrícola e a economia local. “A agricultura de regadio é a indústria do interior”, afirmou.

O responsável expressou ainda preocupação com o futuro da Política Agrícola Comum após 2027, uma vez que está em discussão o fim do II Pilar — dedicado ao desenvolvimento rural — o que deixaria os investimentos dependentes dos orçamentos nacionais de cada Estado-membro. “Isso criaria desigualdades, porque nem todos os países têm a mesma capacidade de investimento”, alertou.

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A Fenareg reúne esta quinta-feira, em Lisboa, especialistas nacionais e internacionais nas XVI Jornadas do Regadio, dedicadas ao futuro da água e à execução da estratégia “Água que Une”.

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