Baixo Alentejo
Santo Aleixo da Restauração celebra o 1.º de Dezembro em homenagem aos heróis da independência
No próximo dia 1 de dezembro, a freguesia de Santo Aleixo da Restauração, no concelho de Moura, assinala mais um aniversário da Restauração da Independência de Portugal, ocorrida há 384 anos, em 1640. A data celebra a recuperação da autonomia nacional após seis décadas de domínio espanhol, e Santo Aleixo, pelo papel significativo que desempenhou nas lutas contra o invasor, reveste-se de um especial orgulho nesta efeméride.
Esta freguesia, que honra o feito no monumento da Praça da Restauração e é também lembrada no Monumento aos Restauradores, em Lisboa, guarda na sua história o testemunho de bravura dos seus habitantes nas batalhas pela independência. As comemorações deste ano, organizadas pela Câmara Municipal de Moura e pela União de Freguesias de Safara e Santo Aleixo da Restauração, visam sublinhar o valor dos antepassados de Santo Aleixo nas lutas que ajudaram a definir a história de Portugal.
Programa das Celebrações
As festividades terão início no dia 30 de novembro, às 21:00, com um concerto da Banda Filarmónica do Círculo Artístico Musical Safarense na Igreja Paroquial de Santo Aleixo da Restauração, oferecendo um prelúdio musical à solenidade do dia seguinte.
No dia 1 de dezembro, o evento começa às 10:00 na Praça da Restauração, com a receção da Banda Filarmónica do Círculo Artístico Musical Safarense. Logo após, às 10:15, decorrerá a cerimónia de Hastear da Bandeira, que marca simbolicamente o início das celebrações.
Às 10:30, terão lugar as intervenções solenes de Francisco Candeias, Presidente da União de Freguesias de Safara e Santo Aleixo da Restauração, do historiador Coronel Luís Albuquerque, e de Álvaro Azedo, Presidente da Câmara Municipal de Moura, cujas palavras relembrarão a importância da data e o papel heróico dos moradores de Santo Aleixo na história de Portugal.
Seguir-se-á, às 11:15, uma Recriação Histórica organizada pela Associação Companhia Livre, que trará ao público uma interpretação autêntica dos eventos do período da Restauração. As celebrações culminarão às 12:00 com um convívio popular animado pelo Grupo Coral da Casa do Povo de Santo Aleixo da Restauração e pelo Grupo Coral da Sociedade Recreativa Amarelejense, numa homenagem musical que encerra as festividades em espírito de comunidade e recordação.
A celebração do 1.º de Dezembro em Santo Aleixo da Restauração é, assim, um tributo vivo à coragem e à determinação de um povo que, há mais de três séculos, ajudou a definir o curso da nação portuguesa.
Portugal
27.ª Cocaria celebra tradição do Cozido Alentejano em São Sebastião da Giesteira

Evento juntou moradores e visitantes na Mercearia de São Sebastião e reforçou a preservação de práticas gastronómicas ancestrais. A 27.ª edição da Cocaria realizou-se este domingo na Mercearia de São Sebastião, em São Sebastião da Giesteira, reunindo moradores, visitantes e amantes da gastronomia alentejana em torno do Cozido Alentejano preparado em tachos de barro sobre brasas, num autêntico festim de sabores O encontro gastronómico, organizado pela Mercearia de São Sebastião, decorreu sob temperaturas amenas de final de outono e manteve a receita tradicional do cozido de inverno: carnes salgadas, enchidos e legumes confecionados lentamente em recipientes de barro, técnica que dá nome ao evento. A Cocaria nasceu por iniciativa de João Banha, proprietário da Mercearia de São Sebastião da Giesteira, estabelecimento centenário. Desde a primeira edição, o objetivo tem sido preservar métodos rurais de confeção e valorizar a identidade gastronómica da aldeia. Além do tradicional cozido, contou com momentos de música tradicional, protagonizados pelo Grupo Giest’Encante, que aqueceram o ambiente enquanto se saboreava, memórias de outros tempos. Para os habitantes, a Cocaria é mais do que um encontro gastronómico: simboliza a memória coletiva de práticas agrícolas antigas, quando trabalhadores partilhavam tachos comuns durante o inverno. Pão, azeitonas e vinho acompanharam o cozido, num ritual que muitos descrevem como “sabores e cheiros de outros tempos”. A cocaria reafirmou-se assim como um momento de resistência cultural, preservando uma tradição alentejana autêntica e mantendo viva a ligação entre o barro da olaria e os sabores da mesa.
Portugal
Centros Qualifica: Évora acolhe balanço nacional da requalificação de adultos

Évora recebeu no dia 26 de novembro o encontro anual do programa PESSOAS 2030/ANQEP sobre os Centros Qualifica, iniciativa que dá uma “segunda oportunidade” a adultos que não concluíram o ensino obrigatório ou procuram atualizar competências profissionais.
O Secretário de Estado Alexandre Homem Cristo sublinhou a importância da qualificação para a inclusão social e empregabilidade, enquanto Ana Coelho, Presidente da Comissão Diretiva do PESSOAS 2030, reforçou o papel estratégico destes centros na educação ao longo da vida.
Até junho de 2025, os Centros Qualifica já apoiaram mais de 120 mil participações em todo o país, com um investimento global de 200 milhões de euros, e o objetivo é chegar a 700 mil adultos certificados até 2029.
Para o Alentejo, eventos como este evidenciam a relevância da formação de adultos, abrindo portas a novas oportunidades e reforçando o desenvolvimento regional.
Alentejo
Amphora Wine Day reforça papel da Herdade do Rocim na preservação do vinho de Talha

Evento no Baixo Alentejo reúne produtores nacionais e internacionais dedicados à vinificação ancestral em ânfora e talha.
A Herdade do Rocim, entre Vidigueira e Cuba, voltou a acolher o Amphora Wine Day, um encontro que reúne produtores portugueses e estrangeiros dedicados ao vinho de talha, reforçando o papel do Alentejo na preservação desta técnica com mais de dois mil anos.
O evento, promovido anualmente pela Herdade do Rocim, tornou-se uma referência para enólogos, investigadores e consumidores interessados na vinificação ancestral. O método de produção em talha, preservado no Alentejo desde a época romana, utiliza grandes ânforas de barro, as talhas, onde a fermentação ocorre sem recurso a tecnologia moderna, apoiando-se em práticas transmitidas de geração em geração.
Segundo a organização, o Amphora Wine Day pretende valorizar este património imaterial e dar visibilidade a projetos que mantêm ou recuperam métodos antigos de vinificação. A iniciativa reúne produtores que trabalham com talhas ou ânforas de diferentes tradições, incluindo projetos internacionais oriundos da Geórgia e de regiões mediterrânicas onde estas técnicas também subsistem.
Durante o encontro, os visitantes podem provar diferentes vinhos de talha, assistir a conversas sobre o futuro dos vinhos naturais e artesanais e acompanhar demonstrações do processo tradicional, como a abertura das talhas. A programação inclui igualmente gastronomia regional associada à cultura vitivinícola do Alentejo.
A Herdade do Rocim, responsável pela organização, tem desempenhado um papel relevante na revitalização desta técnica. Desde 2014, produz vinhos segundo o método tradicional alentejano, contribuindo para o seu reconhecimento nacional e internacional. O compromisso com práticas sustentáveis e a aposta na identidade do terroir alentejano são apontados pela empresa como centrais na sua estratégia.
O Amphora Wine Day procura, assim, conciliar tradição e contemporaneidade, promovendo a dimensão cultural da talha e reforçando a visibilidade do Alentejo enquanto território onde esta prática histórica permanece viva.
Alentejo
António José Brito assume liderança da CIMBAL com ambição de afirmação regional

O presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, António José Brito, foi eleito nesta segunda-feira, 10 de novembro, presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), marcando o início de um novo ciclo de coordenação intermunicipal até 2029. A eleição decorreu em Beja, reunindo os 13 municípios que integram a CIMBAL – à exceção de Odemira, que não faz parte desta comunidade. Brito, autarca de Castro Verde desde 2017 e antigo jornalista, foi escolhido por maioria dos votos dos seus pares, contando com o apoio dos presidentes de câmara do PS e também do PSD, enquanto os representantes da CDU votaram contra. Ao seu lado na nova direção ficaram Álvaro Azedo, presidente da Câmara de Moura (PS), e Nuno Palma Ferro, presidente da Câmara de Beja (eleito pela coligação “Beja Consegue” PSD/CDS/IL), ambos eleitos vice-presidentes da CIMBAL.
Na sua intervenção logo após a eleição, António José Brito enfatizou o “sentido de responsabilidade” com que assume o cargo, sublinhando a importância de reforçar a união entre os municípios do Baixo Alentejo. “É uma honra ser eleito ‘entre pares’ para presidir a CIMBAL e, por isso, agradeço a todos esta oportunidade”, declarou o autarca, dirigindo-se aos colegas. O novo presidente referiu que este ciclo, que se estende até 2029, será pautado pela lealdade entre os municípios e pela continuidade do trabalho técnico de coordenação intermunicipal que tem sido desenvolvido nos últimos anos. Brito deixou claro que pretende acentuar o perfil político da CIMBAL, tornando a entidade mais interventiva e assertiva na defesa dos interesses da região: “A CIMBAL terá de ganhar um perfil mais político e uma intervenção mais reivindicativa e afirmativa na defesa dos interesses da região, seja junto do Governo ou no quadro das instituições públicas e privadas do país e na Europa”, afirmou, apontando a necessidade de uma voz regional mais forte.
Um perfil de viragem: do jornalismo à política local A eleição de António José Brito para a liderança da CIMBAL surge na sequência de um percurso marcado por mudanças significativas no panorama político local. Brito, jornalista de profissão e colaborador do Diário de Notícias durante anos, ingressou na vida autárquica concorrendo pelo Partido Socialista (PS). Em 2017, protagonizou uma vitória histórica em Castro Verde, conquistando à CDU uma câmara municipal que os comunistas lideravam desde as primeiras eleições autárquicas em 1976. Essa vitória, que o próprio classificou na altura como um “momento histórico” para o concelho, pôs fim a 41 anos de domínio comunista no município de Castro Verde. Brito já se havia candidatado em 2013 (sem sucesso), mas a persistência e o trabalho de proximidade junto da população acabaram por lhe assegurar a liderança do município na segunda tentativa. Desde então, foi reeleito em 2021 e novamente nas Autárquicas de 2025, evidenciando um forte respaldo popular e consolidando a presença do PS num antigo bastião comunista.
Enquanto autarca, António José Brito destacou-se por uma gestão próxima das bases e por dar continuidade ao seu estilo comunicativo herdado do jornalismo. Sob a sua presidência, Castro Verde avançou com projetos importantes, como investimentos na saúde e educação locais, e participou ativamente em iniciativas regionais. A experiência como jornalista conferiu-lhe sensibilidade para as causas regionais e capacidade de articular posições conjuntas – qualidades agora consideradas essenciais para liderar os destinos da CIMBAL. Brito sucede, na presidência da comunidade intermunicipal, a António Bota (PS, presidente de Almodôvar no mandato anterior), e assume este novo desafio determinado a colocar a sua experiência ao serviço de uma visão integrada para o Baixo Alentejo.
Enquadramento político na CIMBAL e na região A nova liderança da CIMBAL reflete as alterações político-partidárias ocorridas recentemente no Baixo Alentejo, especialmente após as eleições autárquicas de 2025. O mapa autárquico regional apresenta hoje uma maioria de câmaras municipais lideradas pelo PS, ao mesmo tempo que subsistem alguns municípios governados pela CDU e uma importante presença da coligação de centro-direita em Beja. A própria eleição de Brito para a CIMBAL evidencia um consenso alargado entre diferentes forças: foi apoiado pelos oito autarcas socialistas e ainda por representantes do PSD, isolando a oposição dos presidentes comunistas. Trata-se de uma alteração face ao mandato intermunicipal anterior, em que a vice-presidência incluía um autarca da CDU – sinal de que a influência comunista na região sofreu algum recuo, enquanto novas alianças se forjaram.
Não obstante as diferenças partidárias, Brito fez questão de apelar à cooperação entre todos os autarcas em prol do desenvolvimento regional. “Os municípios, obviamente, são a razão da existência da CIMBAL. Os seus Presidentes, dentro das diferentes visões políticas e ideológicas que naturalmente existem, têm de ser capazes de trabalhar em equipa num projeto de desenvolvimento que faça o Baixo Alentejo avançar muito mais e muito melhor”, afirmou no discurso de tomada de posse. Ou seja, o novo presidente da CIMBAL defende que, independentemente das cores políticas – que no Baixo Alentejo vão do vermelho comunista ao laranja/azul da coligação de direita, passando pela forte implantação socialista –, o foco deve estar numa estratégia conjunta para a região. Esse ecumenismo político na CIMBAL poderá ser crucial para obter resultados concretos, já que muitas das decisões e reivindicações passam por diálogo com o Governo central e outras entidades. Brito sinalizou que a CIMBAL precisa de “fazer equipa com cada município”, dando atenção às necessidades particulares de cada concelho mas articulando-as numa visão unificada. A lealdade institucional e a união de esforços serão, assim, pilares deste novo ciclo intermunicipal.
Desafios e agenda para o Baixo Alentejo Ao assumir a presidência da CIMBAL, António José Brito encontra pela frente um Baixo Alentejo com desafios complexos, mas também com potencialidades que requerem uma estratégia clara. Conforme destacou no seu discurso, “precisamos de um Baixo Alentejo mais ambicioso e com uma agenda clara e assumida”, cabendo à CIMBAL ser “o motor” e “o elo” dessa dinâmica. Esse apelo reflete a realidade de uma região que é uma das mais despovoadas e envelhecidas do país: com cerca de 115 mil habitantes dispersos por mais de 8.500 km², o Baixo Alentejo apresenta baixa densidade populacional e rendimentos médios inferiores à média nacional. A prestação de serviços públicos de qualidade em territórios tão vastos e pouco povoados é uma preocupação constante – por exemplo, garantir educação e saúde acessíveis em comunidades rurais isoladas exige soluções inovadoras e cooperação entre municípios.
Outra frente importante da agenda regional é a economia e a fixação de população. Tradicionalmente assente na agricultura, pecuária e recursos naturais (como as minas de Aljustrel e Neves-Corvo), o Baixo Alentejo busca diversificar atividades, fomentar a inovação e atrair investimento que gere emprego qualificado. Há ativos a explorar, como o potencial turístico do património cultural e natural – a região alberga castelos, vilas históricas e três Zonas de Proteção Especial de riqueza ecológica –, bem como projetos agrícolas de regadio ligados ao Empreendimento de Alqueva. No entanto, para converter potencial em desenvolvimento sustentado, os autarcas reconhecem ser crucial melhorar infraestruturas e conectividade: estradas, transportes e comunicações que aproximem o Baixo Alentejo do resto do país e elevem a sua competitividade. A necessidade de reforçar a interligação entre os centros urbanos regionais e de ligar eficazmente esta sub-região aos principais eixos nacionais tem sido apontada nos planos estratégicos como fundamental para fixar pessoas e empresas.
Adicionalmente, o desafio das alterações climáticas impõe-se cada vez mais na agenda regional. O Baixo Alentejo enfrenta riscos crescentes de secas, ondas de calor e incêndios florestais, fenómenos extremos que ameaçam a economia agropecuária e a qualidade de vida das populações. A CIMBAL, enquanto estrutura supramunicipal, tem participado em projetos de adaptação climática e resiliência que visam encontrar soluções para a escassez hídrica, a gestão florestal e a transição energética. Sob a liderança de Brito, espera-se uma continuidade – senão intensificação – dessas iniciativas, integrando a sustentabilidade ambiental na tal “agenda clara” de desenvolvimento regional a que o novo presidente aludiu.
Em síntese, António José Brito inicia a presidência da CIMBAL comprometido em dar um novo fôlego político ao Baixo Alentejo. Ao articular a cooperação entre 13 municípios, ele pretende alavancar a região para “avançar muito mais e muito melhor” até 2029. Os próximos anos dirão se esta liderança intermunicipal reforçada conseguirá efetivamente transformar os desafios em oportunidades, afirmando o Baixo Alentejo no contexto nacional e europeu com a voz forte e unida que Brito ambiciona.
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