A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) vai levar 352 referências de vinho da região àquela que é a maior feira mundial do setor, a ProWein 2023, que se realiza já nos próximos dias 19, 20 e 21 de março em Düsseldorf, na Alemanha.

Esta é já a 15ª participação da CVRA no evento que leva milhares de visitantes à Alemanha. O stand terá mais de 180 metros quadrados, onde cerca de 30 produtores alentejanos vão dar a conhecer as singularidades dos néctares da região. Também os produtores aderentes ao Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA) vão estar sinalizados, para que todos os esforços de sustentabilidade implementados, das vinhas às adegas, sejam reconhecidos pelos visitantes.

Sobre a participação do Alentejo no maior ponto de encontro do setor a nível mundial, Francisco Mateus, presidente da CVRA, refere que «esta é uma grande oportunidade para mostrar a qualidade dos vinhos da região e continuar a crescer no mercado internacional, onde nos últimos anos temos sido, cada vez mais, reconhecidos pelo nosso terroir e singularidades daí decorrentes. O aumento sucessivo do nosso valor, do nosso preço, no estrangeiro, reflete isso mesmo e é este o caminho que queremos continuar a seguir».

Recorde-se que ao longo de todo o ano, a CVRA promove a região e os seus néctares em diferentes mercados, com o objetivo de dar a conhecer os vinhos produzidos no Alentejo e as medidas sustentáveis adotadas pelos produtores da região ao setor vínico além-fronteiras. Na última edição da ProWein, em 2022, o “Alentejo Friends” foi o stand dedicado aos produtores que garantem a sustentabilidade da região num evento que contou com mais de 38 mil visitantes de 145 países.

Várias organizações de agricultores associaram-se à manifestação organizada pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) que decorre hoje em Beja. A manifestação foi organizada para protestar contra a atual política agrícola em Portugal e a gestão do Ministério da Agricultura.

Maria do Céu Antunes, Ministra da Agricultura, tem sido muito criticada pelos agricultores e associações do setor. No comunicado mais recente da CAP, afirma-se que “está tudo errado” e que “a cada dia que passa a Agricultura portuguesa perde competitividade. A cada dia que passa, gastam-se recursos sem se mobilizar os meios necessários para o desenvolvimento do setor”.

A CAP também criticou a extinção das Direções Regionais de Agricultura sem um cuidado prévio na prática das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR). Isso, segundo a organização, significa “a perda do mais importante instrumento de ligação dos agricultores ao Estado no território e de controle na execução e acompanhamento dos fundos comunitários.” A situação foi considerada “lamentável” pela CAP.

Os agricultores que participaram na manifestação afirmam que é preciso um investimento mais significativo no setor, para que seja possível aumentar a sua competitividade, e pedem uma política agrícola mais justa e adequada às suas necessidades.

Em resposta às críticas, a Ministra da Agricultura disse que estava disponível para dialogar com a CAP e outros representantes do setor. Ela afirmou que o seu objetivo é trabalhar em conjunto com os agricultores para enfrentar os desafios que o setor enfrenta.

No entanto, a CAP pede medidas concretas e eficazes para melhorar a situação dos agricultores e do setor agrícola em Portugal. A organização acredita que é necessário agir rapidamente para evitar que a agricultura portuguesa perca ainda mais competitividade em relação aos seus parceiros europeus e internacionais.

Presidente da República expressa preocupação com processo de descentralização e acesso dos agricultores às estruturas do Estado. Marcelo Rebelo de Sousa também destaca possíveis atrasos na atribuição dos novos apoios ao abrigo da Política Agrícola Comum e pede simplificação da burocracia no acesso a fundos europeus. Ele alerta para a necessidade de atualizar a legislação das cooperativas agrícolas e olhar mais para as explorações de agricultura familiar que fazem viver a economia do país. No encerramento do convívio dos 45 anos da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Marcelo condecorou a CNA com a Ordem do Mérito Empresarial, Mérito Agrícola.

No último sábado, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, reuniu-se com autarcas e presidentes de concelhias do Partido Socialista (PS) no Monte da Minhota, na localidade do Carregueiro, no concelho de Aljustrel. O encontro foi organizado pela Federação do Baixo Alentejo do PS e teve como objetivo discutir os impactos na região da implementação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PAC), bem como investimentos em rega.

Durante a reunião, os participantes discutiram o contributo da PAC para a garantia do abastecimento alimentar, para a transição climática, energética e digital, e para o desenvolvimento socioeconómico dos territórios rurais. Além disso, também foi abordado o recente lançamento do Concurso Público da Empreitada de Construção do Circuito Hidráulico de Ligação da Barragem do Roxo à Albufeira do Monte da Rocha e criação do Bloco de Rega de Messejana, assim como outros blocos de rega, como em Moura, Cuba e Vidigueira.

Segundo a Federação do Baixo Alentejo do PS, esses investimentos irão proporcionar melhores condições aos territórios abrangidos, nomeadamente ao nível do abastecimento público de água às populações, desenvolvimento agrícola e incremento sustentável das atividades económicas associadas. Além disso, os participantes visitaram uma empresa sediada no Monte da Minhota, que é atualmente a maior empresa do Baixo Alentejo especializada na produção, comercialização e distribuição de cogumelos biológicos.

A reunião foi importante para discutir questões cruciais para o desenvolvimento do Baixo Alentejo, e a presença da ministra da Agricultura mostra o compromisso do governo com a região. Os investimentos em rega são particularmente relevantes, uma vez que a região é caracterizada por um clima seco e com poucas chuvas, o que torna esses investimentos essenciais para o desenvolvimento agrícola e económico da região.