Por Carlos Papafina

Lisboa volta a ser, por estes dias, o ponto de encontro de CEOs, fundadores, investidores e sonhadores. A edição de 2025 da Web Summit abriu oficialmente esta segunda-feira com números que voltam a colocar Portugal no mapa global da tecnologia: 71.368 participantes, de 157 países, participam na maior conferência de inovação e empreendedorismo do mundo.

Entre as presenças, contam-se 1.857 investidores, vindos de 86 países — um aumento de 74% face ao ano passado, representando o maior número de sempre. Nunca tantos fundos, business angels e gestoras de capital de risco tinham passado pelas portas da FIL e do Altice Arena.

De acordo com o relatório Web Summit x Crunchbase Funding 2025, quase 200 startups que participaram no programa de 2024 conseguiram angariar mais de 715 milhões de dólares em financiamento após o evento. Um sinal de que a cimeira se tornou, mais do que uma montra, um verdadeiro motor de investimento e de crescimento para o ecossistema global.

O “Davos tecnológico” e o papel de Lisboa

Ao longo de três dias, a capital portuguesa volta a receber aquilo que muitos chamam o “Davos tecnológico”. A dimensão do evento é também um reflexo do peso crescente que Portugal tem vindo a ganhar na cena internacional da inovação.

Para Lisboa, o impacto é visível: hotéis esgotados, restaurantes cheios e uma economia local que se beneficia diretamente de milhares de visitantes qualificados. Mas, para Portugal, o desafio é maior — transformar este sucesso mediático e económico temporário em crescimento estrutural, em empregos qualificados e em investimento contínuo no setor tecnológico.

O fundador e CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave, sublinhou na abertura que “Portugal é hoje um caso de estudo de como a tecnologia pode reanimar uma economia”. Ainda assim, o entusiasmo dos números traz consigo dúvidas conhecidas: será o país capaz de reter talento, escalar as suas startups e transformar Lisboa num polo duradouro de inovação?

Inteligência artificial domina o palco

A edição de 2025 tem um protagonista claro: a inteligência artificial. Startups, conferencistas e investidores convergem num discurso comum — a IA é a força transformadora da década. As rondas de investimento continuam a disparar nesta área, e a esmagadora maioria das empresas que mais capital atraíram após a edição de 2024 atua neste domínio.

A discussão, contudo, vai para além da tecnologia. O tema ético, a regulação e o impacto sobre o emprego são questões em aberto. O próprio Cosgrave admitiu que “a inovação rápida exige um debate igualmente rápido sobre responsabilidade”.

Recordes que levantam desafios

Os recordes de presença e de investimento confirmam que a Web Summit recuperou o fôlego após anos de incerteza. Mas também expõem contradições.
Há quem alerte para o risco de concentração de capital nas startups mais mediáticas, deixando de fora projetos regionais ou de menor visibilidade. Outros sublinham a importância de o país não depender apenas de um evento anual para manter viva a narrativa tecnológica.

Especialistas ouvidos pelo Expresso consideram que o verdadeiro legado da Web Summit depende da capacidade de instituições públicas, universidades e empresas trabalharem juntas. “É preciso converter o ‘buzz’ em políticas duradouras”, resume um investidor português presente na conferência.

O impacto para Portugal

Com mais de 2.700 startups presentes e 40% fundadas por mulheres, o evento reforça a diversidade e a ambição da nova geração empreendedora. Para o ecossistema português, é também uma oportunidade de visibilidade e networking.

“Temos talento, temos ideias e agora temos palco”, disse ao Expresso uma fundadora de uma startup de saúde digital incubada em Coimbra. “O que falta é capital paciente e apoio público consistente.”

A presença recorde de investidores poderá abrir essa porta. Mas os especialistas alertam: o capital internacional é volátil e segue tendências globais. Portugal terá de garantir condições estáveis — jurídicas, fiscais e de inovação — para converter o interesse momentâneo em investimento sustentável.

Entre a euforia e a maturidade

Lisboa é, mais uma vez, o palco das ideias que prometem mudar o mundo. Mas o país não pode viver apenas de promessas.

A Web Summit 2025 confirma que Portugal é hoje um hub de visibilidade tecnológica global. Falta, no entanto, consolidar uma estratégia que transforme essa notoriedade em crescimento real, inovação local e impacto económico duradouro.

Depois da festa dos números e dos discursos inspiradores, o desafio mantém-se: como transformar quatro dias de futuro em progresso concreto para os próximos anos?

Duas igrejas da Arquidiocese de Évora foram alvo de assaltos nos últimos dias, resultando no roubo de valiosos painéis de azulejos do século XVIII, peças de grande relevância histórica e artística.

O primeiro caso foi registado na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Monforte, quando funcionários da Junta de Freguesia, durante trabalhos de limpeza nos terrenos envolventes, descobriram o furto na sexta-feira, 7 de novembro.

Segundo Teresa Cunha Sardinha, membro do Conselho Paroquial para os Assuntos Económicos e técnica superior da Câmara Municipal de Monforte, foram roubados cerca de 100 azulejos de padrão tapete, não figurativos, e a remoção provocou ainda graves danos no restante revestimento.

A GNR foi alertada de imediato, tendo o caso sido encaminhado para a Polícia Judiciária, que assumiu a investigação. A igreja, situada fora da zona urbana, já tinha sido assaltada há cerca de oito anos, o que reforça a preocupação com a segurança do património religioso isolado.

O segundo assalto aconteceu na Igreja de São Bento do Zambujal, no concelho de Redondo, um templo do século XVIII localizado em zona desabitada e pertencente à Paróquia de Redondo.

De acordo com o Padre António Sanches, foram roubados três dos seis painéis de azulejos existentes, que representavam cenas da vida de São Bento. O alerta foi dado pelo proprietário da herdade onde o templo se encontra, tendo o caso sido igualmente entregue à Polícia Judiciária.

A Arquidiocese de Évora já manifestou a sua profunda preocupação com a sucessão destes roubos e garantiu estar a acompanhar as investigações, alertando para a necessidade de reforçar a vigilância e proteção do património religioso no Alentejo.

A companhia aérea easyJet assinala o seu 30.º aniversário com uma campanha promocional de 30% de desconto em milhares de lugares de e para Portugal. A promoção está ativa durante 30 horas, a partir das 10h00 desta segunda-feira, 10 de novembro, e aplica-se a viagens realizadas entre 18 de novembro de 2025 e 18 de março de 2026.

De acordo com a transportadora britânica, a iniciativa celebra “três décadas de voar com os melhores preços pela Europa e além”, reforçando a ligação da companhia com o mercado português, onde opera nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.

Entre os destinos em destaque estão Funchal, Barcelona, Zurique, Bordéus, Marraquexe, Praia e Ilha do Sal (Cabo Verde).

Forte presença em Portugal e confiança na recuperação

A easyJet opera atualmente em 167 aeroportos de 39 países e tem vindo a consolidar a sua posição em Portugal como uma das principais companhias aéreas low-cost. Apesar de ter registado prejuízos de 292 milhões de libras (cerca de 344 milhões de euros) nos primeiros seis meses do seu ano fiscal, a empresa mantém-se otimista, sustentando o crescimento na forte procura por viagens e na eficiência operacional.

Segundo o presidente executivo, Kenton Jarvis, “a easyJet está a cumprir a sua estratégia de aumentar a eficiência e melhorar a experiência do cliente, tanto em voo como em terra”, destacando ainda o aumento de 8% no número de passageiros, que atingiu 18,2 milhões no primeiro trimestre deste ano.

A empresa acredita que o verão de 2026 será de forte recuperação, apoiado na procura por voos e pacotes de férias acessíveis, e na expansão da sua rede de destinos europeus e africanos.

A Web Summit 2025 arranca esta segunda-feira, em Lisboa, e promete mais uma edição dominada pelo tema que está a redefinir o futuro da humanidade: a Inteligência Artificial (IA). A maior cimeira tecnológica da Europa volta a reunir mais de 70 mil participantes, 1.500 start-ups, 900 oradores e 2.000 jornalistas, num ambiente onde inovação, negócios e debate global se cruzam.

Segundo Artur Pereira, country manager da Web Summit para Portugal e Brasil, a IA será o “prato forte” desta edição:

“Vamos ter oradores que abordarão todas as coisas fantásticas que estão a acontecer na área da Inteligência Artificial — os desafios, as oportunidades e o impacto que esta tecnologia terá na nossa vida profissional e pessoal nos próximos anos.”

Além da IA, um dos destaques é o Fórum China, que reúne uma delegação do Ministério do Comércio chinês, representantes da Agência do Ciberespaço da China e várias empresas tecnológicas do país. O objetivo é reforçar a presença asiática e partilhar a visão da China sobre inovação e tecnologia.

Apesar da limitação física do espaço no Altice Arena e FIL, Artur Pereira sublinha que a expansão da marca para outros continentes — como o Brasil, Qatar e Canadá — tem multiplicado o impacto global do evento.

“Portugal sai beneficiado. A expansão para o Rio de Janeiro criou uma ponte direta com a América Latina, e este ano temos um recorde de start-ups brasileiras a participar.”

Enxame de jatos e controvérsia ambiental

A abertura do evento também ficou marcada por um detalhe curioso: o “engarrafamento” de jatos privados no aeroporto de Lisboa. Vários participantes terão optado por aterrar em Espanha, nomeadamente em Badajoz, devido à falta de slots disponíveis.

Artur Pereira, contudo, minimiza o caso:

“A maioria dos nossos participantes utiliza voos comerciais. A sustentabilidade ambiental é sempre uma preocupação da Web Summit.”

A Web Summit Lisboa 2025 decorre até quinta-feira, 13 de novembro, e volta a colocar Portugal no centro do debate sobre o futuro tecnológico mundial — um futuro onde a Inteligência Artificial deixou de ser promessa e passou a ser o motor da próxima revolução industrial.