Há encontros que nos devolvem à essência do que é ler — e, mais ainda, do que é partilhar a leitura. O reencontro do clube literário do Politécnico de Portalegre, no dia 29 de outubro de 2025, no acolhedor pátio da casa café concerto, foi exatamente isso: um regresso à magia das palavras, à alquimia silenciosa que une escritores, leitores e sonhadores em torno de um mesmo fogo — o da literatura.

Falámos de livros, mas também de deuses e de bruxas — metáforas, mitos e símbolos que habitam as páginas e, por vezes, o próprio quotidiano de quem escreve. Houve quem falasse de romances que salvam, quem evocasse poetas que continuam a acender luzes dentro das nossas sombras. Outros confessaram a sua devoção pelas histórias que ainda não foram escritas, mas já se anunciam nas entrelinhas das conversas, como feitiços por lançar.

Nestes encontros, o tempo parece suspenso. As palavras tornam-se criaturas vivas, as ideias cruzam-se como aves em migração. Cada participante traz consigo um fragmento de mundo — e é no diálogo entre esses fragmentos que nasce a verdadeira literatura: aquela que não se lê apenas com os olhos, mas com o corpo inteiro.

O clube literário é, mais do que um espaço de leitura, um território de encantamento. Um lugar onde a voz dos autores encontra eco, onde a leitura se torna comunhão e a escrita se renova no olhar dos outros. Ali, os livros não são objetos — são portais. E atravessá-los juntos é um gesto de resistência poética num tempo que insiste em esquecer o valor da palavra.

Saímos com o coração cheio e as mentes acesas. Ficou a certeza de que a literatura continua a ser uma das mais belas formas de humanidade.

📚 O convite fica feito: o próximo encontro do Clube Literário do Politécnico de Portalegre acontece em novembro dia 29 pelas 18 horas. Tragam os vossos livros, as vossas histórias — e, quem sabe, os vossos próprios feitiços. Porque, afinal, cada leitura é uma forma de magia.

Francisco Brito tomou posse, na segunda-feira, 29 de outubro de 2025, no Palácio D. Manuel, para um novo mandato como presidente da União de Freguesias do Centro Histórico de Évora. É o segundo consecutivo à frente do executivo local.

A cerimónia contou com a presença de várias entidades do concelho, incluindo representantes da Câmara Municipal e de associações locais.

No discurso de tomada de posse, Francisco Brito manifestou “felicidade e sentimento de confiança” pela reeleição, afirmando que a continuidade do trabalho desenvolvido no primeiro mandato “é um sinal de reconhecimento dos fregueses”.

Entre as prioridades apresentadas para os próximos quatro anos, o autarca destacou a gestão e manutenção dos espaços verdes, a limpeza urbana e o reforço de recursos humanos e logísticos da junta. “Será um grande desafio interno que exigirá crescimento em número de funcionários, instalações e coordenação”, afirmou.

Francisco Brito sublinhou que o cumprimento destas metas “dependerá da colaboração e negociação com a Câmara Municipal de Évora”, reiterando que o rigor e a transparência continuarão a ser princípios orientadores da atuação da junta.

O presidente prometeu “muito trabalho, empenho, seriedade e proximidade”, reforçando o compromisso com o serviço público e a melhoria das condições de vida dos residentes no centro histórico.

Ontem, 22 de outubro de 2025, o Museu de Arte e Atrelagem de Gavião (MAAG) foi apresentado ao público espanhol no Consulado de Portugal em Sevilha, num evento que pretende consolidar a presença internacional deste projeto cultural único no Alentejo.

A cerimónia contou com a presença de José Pio, Presidente da Câmara Municipal de Gavião, e de José Manuel Santos, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, bem como de representantes de instituições de referência no setor equestre e cultural, como o Real Club de Enganches de Sevilla e a Companhia das Lezírias / Coudelaria de Alter.

Inaugurado a 25 de abril de 2025, o MAAG ocupa um edifício histórico de um antigo seminário e alberga um acervo singular composto por 16 carros de atrelar, peças de arte sacra e coleções dedicadas à atrelagem. O investimento, superior a dois milhões de euros, visa valorizar a arte equestre e a tradição desta prática tão característica do território alentejano.

A apresentação em Sevilha insere-se numa estratégia de internacionalização do museu, que procura promover o diálogo cultural ibérico e afirmar o MAAG como referência internacional na interpretação contemporânea da atrelagem e do património equestre português.

O evento é também uma oportunidade para destacar a riqueza cultural do Alentejo, reforçando a sua ligação à tradição e à inovação no universo da arte equestre.

O Canal Alentejo esteve presente a registar imagens e vídeos da cerimónia, trazendo aos espectadores toda a emoção e o simbolismo desta primeira grande apresentação internacional do Museu de Arte e Atrelagem de Gavião.

A porta principal do castelo de Castelo de Vide, único acesso ao Museu Salgueiro Maia, encontra-se em grave estado de degradação estrutural, com risco iminente de derrocada da abóbada de alvenaria que sustenta a passagem. As imagens captadas no local revelam uma tentativa de escoramento da estrutura com prumos metálicos provisórios, mas esta medida, embora minimamente preventiva, não garante a segurança dos visitantes e pode constituir um risco real de acidente grave.

O local continua aberto ao público, permitindo a passagem de turistas e visitantes do Museu, apesar da fragilidade evidente da estrutura e da ausência de qualquer solução de engenharia eficaz que proteja as pessoas em caso de colapso. O escoramento atual, com prumos enferrujados apoiados numa tábua de madeira presa à abóbada, revela improviso e insuficiência técnica. A zona está apenas delimitada com fita plástica, sem qualquer túnel de proteção ou aviso visível sobre o grau de risco que ali se enfrenta.

Trata-se de uma porta medieval com valor histórico inestimável, inserida numa muralha que deveria estar sob rigoroso controlo técnico e patrimonial. No entanto, a realidade contrasta com a responsabilidade que se exigiria a qualquer entidade gestora de património classificado. O município, em fase de transição de executivo autárquico, parece não ter ainda tomado uma decisão firme quanto à salvaguarda do local, permanecendo o acesso aberto, sem alternativas seguras e com a integridade física dos visitantes potencialmente em causa.

Segundo fontes próximas da comunidade local, o alerta para o perigo foi já transmitido às autoridades competentes, mas ainda sem resposta visível ou medidas de engenharia que garantam a segurança estrutural da abóbada. É particularmente grave que o Museu Salgueiro Maia — espaço de memória nacional e de homenagem a um dos principais rostos do 25 de Abril — esteja acessível apenas por uma estrutura em risco de ruir.