Portugal
Penamacor prepara-se para acender o Madeiro: tradição, identidade e a força de um povo
Penamacor volta a viver, nos próximos dias, uma das mais antigas e simbólicas tradições do País: o Madeiro de Natal. Não se trata apenas de uma fogueira monumental erguida no coração da vila — é um ritual identitário que marca gerações, congrega famílias e transforma a noite de 24 de dezembro num momento único de comunhão e memória coletiva.
A poucos dias da grande noite, respira-se já no concelho uma expectativa crescente. Caminhões de pinheiros começam a surgir nas ruas estreitas, conduzidos pelos homens da terra, enquanto curiosos registam a azáfama anual que anuncia a chegada do Madeiro. Este ano, como sempre, a tradição será vivida com o mesmo espírito: esforço comunitário, orgulho nas raízes e a certeza de que, enquanto houver Madeiro, Penamacor nunca deixará de ser Penamacor.
Uma tradição secular que resiste ao tempo
O Madeiro de Penamacor remonta, segundo historiadores locais, a séculos de práticas ancestrais associadas ao solstício de inverno, à fertilidade da terra e ao culto do fogo como elemento purificador. Com o passar dos anos, a tradição cristianizou-se e passou a integrar as festividades natalícias, tornando-se um símbolo incontornável da Beira Interior.
Os jovens que cumprem serviço militar organizavam-se, antigamente, para ir buscar as grandes árvores à serra. Hoje, são os grupos de amigos, coletividades e voluntários que mantêm viva essa missão — transportando, arrastando e erguendo troncos gigantes até ao centro da vila, onde o Madeiro repousará até ao acender, na noite de consoada.
O ritual do acender: o coração da celebração
O ponto alto acontece a 24 de dezembro, quando, após a Missa do Galo, centenas de pessoas se juntam no Largo do Município para assistir ao acender do Madeiro. É um momento carregado de emoção, de reencontros e de pertença. A fogueira arde até ao amanhecer de 25, aquecendo corpos e memórias.
Para muitos penamacorenses, sobretudo os que vivem longe, o Madeiro é a razão maior para regressar à terra. É aqui que reencontram amigos de infância, revivem histórias antigas e renovam a promessa de manter viva esta tradição que sobreviveu a guerras, migrações e ao abandono progressivo das aldeias do interior.
Impacto local: turismo, economia e identidade
Nos últimos anos, o Madeiro de Penamacor atraiu milhares de visitantes — curiosos, jornalistas e viajantes que procuram experiências autenticamente portuguesas. Hotéis e alojamentos locais esgotam-se com semanas de antecedência, restaurantes preparam menus especiais e o comércio local beneficia do fluxo de visitantes.
A Câmara Municipal reforça anualmente as medidas de segurança e aposta na divulgação do evento, consciente de que o Madeiro é também um motor de dinamização económica e turística numa região que luta contra a desertificação e o envelhecimento.
Mas, acima de tudo, é uma forma de reafirmação cultural: uma demonstração de que o interior profundo continua a ser um repositório vivo da história portuguesa.
Um património vivo que continua a crescer
Em 2025, o Madeiro traz novidades: ações de sensibilização ambiental, reforço das equipas de segurança, transmissão digital para emigrantes e um conjunto de iniciativas culturais associadas ao evento — música tradicional, visitas guiadas, oficinas de memória e exposições fotográficas sobre a história do Madeiro.
A intenção é clara: preservar a tradição, valorizando-a, e garantir que as novas gerações compreendem a responsabilidade de a manter.
Mais do que uma fogueira
O Madeiro de Penamacor não é apenas uma fogueira — é um monumento simbólico à resiliência do interior, ao espírito comunitário e à ligação profunda entre o homem e a terra. É um ritual que une passado e futuro, tradição e modernidade, fé e identidade.
E, nos próximos dias, quando o fogo for ateado e a noite se iluminar, Penamacor voltará a mostrar ao país que algumas das tradições mais importantes de Portugal não estão nos grandes centros urbanos, mas sim no silêncio das serras, no frio da Beira e no calor humano de uma vila que teima em não esquecer quem é.
Alentejo
Vila Viçosa entrega dossier final da candidatura a Património Mundial da UNESCO

O Município de Vila Viçosa e a Fundação da Casa de Bragança entregaram esta terça-feira, 9 de dezembro de 2025, o dossier final da candidatura “Vila Viçosa — Sede Ducal” à UNESCO. A submissão decorreu na Comissão Nacional da UNESCO, em Lisboa, após uma fase de análise técnica e a incorporação das alterações solicitadas pelo Comité do Património Mundial, em Paris.
Segundo o município, esta entrega representa “um passo decisivo” num processo que tem mobilizado investigadores, técnicos do património, académicos e diversas instituições nacionais e internacionais. O dossier agora formalizado resulta de meses de revisão, ajustamentos e consolidação de argumentos que demonstram o valor universal excecional do conjunto patrimonial calipolense.
Ajustes pedidos pela UNESCO
As revisões incluíram aprofundamentos na contextualização histórica de Vila Viçosa enquanto sede da Casa de Bragança, clarificações sobre critérios de autenticidade e integridade patrimonial, bem como a definição de um plano de gestão mais robusto. O Comité do Património Mundial tinha solicitado, durante uma reunião de trabalho em Paris, o reforço de elementos relacionados com a salvaguarda, sustentabilidade turística e envolvimento comunitário.
A candidatura sublinha o papel singular de Vila Viçosa na formação da identidade nacional, destacando o Paço Ducal, o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, o tecido urbano renascentista e o conjunto de edifícios e práticas culturais associados à Casa de Bragança.
Última etapa antes da decisão
Com o dossier entregue, segue-se agora a fase de avaliação técnica por parte do ICOMOS — o organismo consultivo da UNESCO para o património cultural — que poderá realizar visitas e solicitar esclarecimentos adicionais ao longo de 2026. A decisão final deverá ser tomada na sessão anual do Comité do Património Mundial, prevista para meados de 2027.
Candidatura com forte apoio institucional
A Fundação da Casa de Bragança e o Município reforçaram, em comunicado, a importância desta candidatura para o desenvolvimento cultural, económico e turístico do concelho. Afirmam tratar-se de “uma oportunidade histórica” para projetar internacionalmente Vila Viçosa e captar investimento em conservação, investigação e dinamização cultural.
A entrega do dossier coincide ainda com uma estratégia mais ampla de valorização patrimonial no Alentejo, onde várias entidades procuram afirmar o território no panorama cultural europeu.
Desporto
Portimão volta a ser capital mundial do karting: Rotax anuncia regresso ao Algarve em 2026

As Finais Mundiais Rotax, uma das mais prestigiadas competições de karting do planeta, regressam em 2026 ao Kartódromo Internacional do Algarve (KIA), marcando a quinta edição realizada em Portimão, depois de 2012, 2015, 2017 e 2022. O anúncio, feito no final da edição de 2025, no Bahrain, confirma a continuidade do Algarve como palco privilegiado da modalidade e reforça o nome de Portugal no calendário global das grandes provas motorizadas.
Com 25 anos de história, as Finais Mundiais Rotax distinguem-se por reunir os melhores jovens talentos e pilotos sénior num formato que, ano após ano, mobiliza cerca de 400 competidores oriundos de todos os continentes. O evento de 2026 realizar-se-á entre 21 e 28 de novembro — um período estratégico que, além de garantir condições atmosféricas favoráveis, reforça a economia regional fora da época alta.
Em 2022, o KIA bateu o recorde absoluto de participantes com 396 pilotos inscritos. A organização admite agora que, em 2026, poderá ser ultrapassada a barreira simbólica dos 400 concorrentes, tornando Portimão o maior ponto de encontro mundial da disciplina. As provas serão transmitidas em streaming para audiências globais, com impacto mediático significativo para o Algarve e para o país.
Para Jaime Costa, CEO da Parkalgar, este regresso não é apenas um reconhecimento desportivo — é também uma vitória estratégica para o território. “O retorno das Finais Mundiais Rotax ao nosso kartódromo demonstra a credibilidade e o respeito que conquistámos desde a primeira edição realizada em Portimão. Mais uma vez, iremos receber cerca de 2000 pessoas ligadas à competição, que estarão no Algarve durante duas semanas. Este tipo de eventos, realizados fora da época estival, têm um impacto económico maior e são fundamentais para a sustentabilidade anual da região.”
O presidente da Região de Turismo do Algarve, André Gomes, recebeu no Bahrain o testemunho simbólico que formaliza a passagem da organização para Portugal. A decisão volta a colocar o Algarve no centro do desporto motorizado internacional — e confirma uma aposta que tem sido progressivamente consolidada pela qualidade das infraestruturas, pela capacidade logística e pelo know-how acumulado em mais de uma década de grandes provas internacionais.
Com o traçado do kartódromo situado junto ao Autódromo Internacional do Algarve, Portimão transforma-se novamente num polo global para equipas, mecânicos, pilotos, famílias e entusiastas que veem na Rotax um dos momentos mais intensos e competitivos do calendário. A organização local prepara já um plano de reforço operacional que garantirá resposta ao aumento previsto de participantes e ao elevado fluxo de visitantes em novembro de 2026.
Para o Algarve, que continua a apostar no turismo desportivo como vetor de diferenciação, o regresso da Rotax representa mais do que uma prova: é a consolidação de um ecossistema capaz de atrair eventos internacionais, gerar impacto económico direto e afirmar Portugal como destino de excelência para o desporto motorizado.
Alentejo
Évora celebra 10 anos das Montras Vivas com edição histórica e candidatura ao Guinness

No próximo dia 13 de dezembro, Évora volta a transformar-se num grande palco artístico a céu aberto para assinalar o 10.º aniversário da iniciativa Évora Solidária Cidade Viva, um evento que nasceu em 2015 e que, desde então, tem procurado unir comércio tradicional, arte, turismo e solidariedade no coração de uma cidade classificada pela UNESCO. A ideia original — criada por Nuno Monteiro, promotor cultural ligado à valorização do Alentejo — cresceu, ganhou dimensão e regressa agora com uma ambição renovada. A 5.ª edição marca um ponto de viragem: passa a ser organizada integralmente pela ERTAR, pelo Grupo Diário do Sul e pelo Município de Évora, contando como parceiros oficiais a Escola de Artes da Universidade de Évora e o programa Évora 27, que prepara a cidade para o ano em que será Capital Europeia da Cultura.
Entre as Portas de Moura e o final da Rua Cândido dos Reis, cem lojas do centro histórico irão receber entre 100 e 120 modelos, numa das maiores edições de sempre do evento. O número expressivo valeu mesmo uma candidatura ao Guinness World Records, procurando o reconhecimento como o maior evento de montras vivas alguma vez realizado num centro histórico classificado pela UNESCO. Ao longo do dia, as montras deixam de ser vitrinas estáticas para se converterem em verdadeiros micro-palcos: performances, artes plásticas, música, teatro, design e intervenções espontâneas dão corpo ao tema deste ano, “A excelência das artes”. Todos os espaços contam com a participação de estudantes de excelência da Escola de Artes da Universidade de Évora, responsáveis por reinterpretar cada montra como uma instalação cultural.
O evento assume-se como instrumento de promoção turística e cultural, num momento estratégico para a cidade. A organização acredita que a iniciativa deve consolidar-se não apenas como tradição natalícia, mas também como um novo modelo de programação artística, capaz de desdobrar-se em edições futuras, incluindo formatos de verão vocacionados para moda, design e turismo urbano. Para os responsáveis, esta edição não é apenas comemorativa: é também preparatória de um caminho que converge para Évora 2027 — Capital Europeia da Cultura —, procurando afirmar a cidade como espaço vibrante, criativo e contemporâneo.
A dimensão solidária, presente desde a primeira edição, mantém-se este ano com especial simbolismo. Quatro utentes da APPACDM participarão pela primeira vez como modelos, numa integração que pretende reforçar a visibilidade e inclusão das pessoas com deficiência intelectual. Além das montras vivas, a festa estende-se às ruas. Grupos de cante alentejano, tunas académicas e outros músicos preencherão o centro histórico ao longo do percurso, acompanhados por cinco palcos exteriores onde decorrerão apontamentos musicais durante todo o evento.
O programa inicia-se às 10h30, com a chegada do Pai Natal, seguindo-se a abertura oficial às 11h00. As montras vivas estarão em atividade das 11h00 às 13h00 e das 15h00 às 18h00. De iniciativa local a evento artístico de projeção nacional, o Évora Solidária Cidade Viva tornou-se, ao longo de dez anos, uma marca identitária da cidade. Num tempo em que muitos centros históricos lutam contra a desertificação comercial, Évora escolhe celebrar a sua vitalidade com arte viva, comunidade e reinvenção.
Portugal
Reforma laboral “Trabalho XXI” muda regras da parentalidade, contratos, despedimentos, greve e teletrabalho

O Governo apresentou a proposta “Trabalho XXI”, uma reforma profunda ao Código do Trabalho que revê mais de uma centena de artigos e que está a gerar forte contestação social e sindical. A tensão culmina já esta quinta-feira com uma greve geral convocada pela CGTP e UGT — a primeira paralisação conjunta desde 2013.
A proposta mexe em praticamente todas as áreas da lei laboral: parentalidade, despedimentos, contratos, teletrabalho, formação, greve, outsourcing, quotas de emprego, trabalho independente e plataformas digitais. O Executivo insiste que se trata de uma revisão estrutural para “modernizar o mercado laboral”, enquanto sindicatos acusam o Governo de abrir portas à precariedade e ao enfraquecimento de direitos fundamentais.
Apesar de ter apresentado à UGT uma versão revista com algumas cedências — como o abandono da simplificação dos despedimentos nas médias empresas — o Governo mantém o essencial do seu pacote legislativo e promete não “eternizar” a negociação na Concertação Social. Com ou sem acordo, a reforma seguirá para debate parlamentar.
Parentalidade: licenças podem chegar aos seis meses
A licença parental inicial poderá atingir 180 dias se, após os 120 dias obrigatórios, os dois progenitores partilharem de forma igual um período adicional de 60 dias. Para quem optar por 150 dias, o subsídio desce para 90% da remuneração (hoje chega aos 100% em caso de partilha). Na licença de 180 dias, o Governo quer pagamento a 100%, desde que partilhada.
O Executivo quer ainda que os pais gozem 14 dias consecutivos de licença logo após o nascimento (atualmente são sete).
Amamentação e luto gestacional com novas regras
A dispensa para amamentação passa a ter limite de dois anos, mantendo-se a necessidade de atestado médico apenas depois do primeiro ano. A falta por luto gestacional desaparece, sendo integrada na licença por interrupção de gravidez, paga a 100%, entre 14 e 30 dias.
Greve: serviços mínimos alargados e atuação sindical limitada
O Governo propõe que novos setores – creches, lares, abastecimento alimentar e segurança privada – passem a integrar o regime de serviços mínimos em caso de greve. Pretende ainda limitar a ação sindical em empresas onde não existam trabalhadores sindicalizados, exigindo que reuniões se realizem fora do horário laboral.
Contratos a prazo mais longos e mais flexíveis
Uma das mudanças centrais é o alargamento dos contratos a termo:
Primeiros contratos podem durar até um ano
Duração máxima sobe de dois para três anos
Contratos a termo incerto podem ir até cinco anos
Mais situações permitem contratação a prazo, incluindo trabalhadores em primeiro emprego ou reformados
A regra que obriga empresas a privilegiar contratados a termo quando abrem vagas permanentes é suavizada.
Banco de horas individual regressa
Volta o modelo que permite aumentar o horário até 50 horas semanais, mediante acordo individual, com limite de 150 horas por ano. O banco de horas grupal desaparece.
Despedimentos: mudanças profundas
A proposta reabre discussões antigas:
Empresas podem pedir exclusão da reintegração de trabalhadores despedidos ilicitamente
Simplificação de despedimentos em micro e pequenas empresas
Trabalhadores poderão renunciar a créditos em caso de cessação de contrato
Revogação das restrições ao outsourcing após despedimentos
A compensação por despedimento coletivo sobe para 15 dias por ano
Autodeclaração de doença fraudulenta passa a justificar despedimento
Teletrabalho: empresas ganham margem para recusar
Cai a norma que obrigava o empregador a fundamentar por escrito a recusa de teletrabalho. Também desaparece a regra que impedia penalização do trabalhador que recusasse propostas de teletrabalho feitas pela empresa.
Outras mudanças relevantes
Jornada contínua poderá passar a aplicar-se ao setor privado para pais com filhos até 12 anos ou com deficiência
Voltam os três dias de férias por assiduidade, eliminados no período da ‘troika’
Subsídios de férias e Natal poderão ser pagos em duodécimos mediante acordo
Fim do período experimental de 180 dias para primeiro emprego
Descriminalização da omissão de comunicação de trabalhadores à Segurança Social
Quotas de emprego para pessoas com deficiência passam a abranger incapacidades a partir de 33%
Trabalhadores independentes só serão considerados economicamente dependentes a partir de 80% da faturação num único cliente
Governo insiste, sindicatos endurecem
Para o Governo, o pacote moderniza o mercado laboral e corrige desequilíbrios que dificultam a competitividade das empresas. Para os sindicatos, é um retrocesso com impacto direto na precariedade, na segurança no emprego e no equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
A proposta “Trabalho XXI” promete marcar o debate político e social dos próximos meses – e com impacto profundo, caso venha a ser aprovada, no quotidiano de milhões de trabalhadores portugueses.
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