A ideia por detrás das “cidades de 15 minutos” é simples: planear uma cidade de forma a que todas as comodidades necessárias estejam a uma caminhada de 15 minutos de distância – mas alguns vêem isto como um plano para impedir as pessoas de deixarem os seus bairros e retirar-lhes os seus direitos.

O conceito de “cidades de 15 minutos” tem vindo a ganhar mais apoiantes recentemente, à medida que os governos locais tentam encontrar formas de reduzir as emissões de carbono e o tráfego.

Mas alguns políticos de direita e um punhado de teóricos da conspiração têm condenado a ideia como um “conceito socialista”, então o que está a acontecer?

O que é uma cidade de 15 minutos?

A ideia é que tudo o que uma pessoa precisa deve estar a uma caminhada ou ciclo de 15 minutos de qualquer ponto da cidade.

Isso inclui trabalho, compras, educação, cuidados de saúde, lazer e quaisquer outras comodidades que uma pessoa possa precisar na sua vida regular.

A ideia tem sido promovida por académicos e urbanistas de renome nos últimos anos, que promovem um mundo em que caminhar voltaria a ser o nosso modo de transporte mais comum. A presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, prometeu implementar um esquema de cidade de 15 minutos na capital francesa durante a sua campanha de reeleição.

Ela disse que quer encher a cidade com comunidades auto-suficientes que tenham menos stress e poluição.

O impacto duplo da Covid e a necessidade urgente de atingir metas líquidas zero levaram a um aumento de interesse no conceito por parte dos governos locais. Está a ser experimentado no Reino Unido?

Vários governos locais, incluindo Bristol, Birmingham, Canterbury, Ipswich e Sheffield, disseram que esperam implementar um plano de cidade de 15 minutos.

Oxford disse que planeia ser uma cidade de 15 minutos totalmente funcional até 2040.

A maioria dos conselhos que expressaram interesse na ideia é gerida pelo Partido Trabalhista, o que tem levado à oposição de políticos locais de direita.

Qual é a controvérsia?

Muitos governos locais aderiram recentemente à ideia, mas transformar a sua localidade atual numa cidade de 15 minutos está a revelar-se difícil.

Muitas vezes vêm com restrições a onde os carros podem ir ou a introdução de Zonas de Baixas Emissões Ultra.

Alguns conselhos locais aproveitaram o bloqueio, quando as estradas estavam muito mais tranquilas do que o normal, para expandir as ciclovias, pedonalizar as estradas ou desviar o tráfego das estradas laterais com novos pilares.

Em 19 de fevereiro, milhares de pessoas juntaram-se a uma manifestação em Oxford contra um plano para introduzir Bairros de Tráfego Reduzido na cidade, que fazia parte do plano mais amplo de cidade de 15 minutos do governo local. Os opositores aos planos disseram que estes constituem uma violação dos direitos dos residentes e ameaçam a liberdade dos automobilistas, assim como afetam negativamente os negócios locais.

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Também têm ocorrido vários incidentes de pilaretes ou canteiros direcionados ao redirecionamento do tráfego serem destruídos ou vandalizados. Algumas das políticas propostas para Oxford alimentaram teorias conspiratórias de que o governo pretendia confinar as pessoas aos seus bairros.

Isso foi veementemente negado como “desinformação” pelos conselhos da cidade e do condado.

Mas para além de desacordos sobre as políticas do conselho local, alguns acreditam que a ideia da cidade de 15 minutos tem implicações sinistras. Em 9 de fevereiro, o deputado conservador por Don Valley, Nick Fletcher, fez um discurso na Câmara dos Comuns implorando ao presidente para que agendasse um debate sobre cidades de 15 minutos, que ele rotulou como um “conceito socialista”.

Numa thread no Twitter, o Sr. Fletcher disse: “As zonas de emissões ultra baixas (ULEZ) no seu formato atual causam danos económicos incalculáveis a qualquer cidade. No entanto, o segundo passo após as ULEZ são estas chamadas cidades de 15 minutos ou bairros de 20 minutos. Estes vão retirar-lhe as suas liberdades pessoais.”

A ideia da cidade de 15 minutos também foi fortemente criticada na GB News, com o apresentador Mark Dolan a chamar-lhe “distópica”.

Ele disse: “Burocratas assustadores da autoridade local gostariam de ver toda a sua existência resumida na duração de um quarto de hora.”

Ele criticou os planos de alguns conselhos para restringir pesadamente o tráfego em estradas populares, empregando câmeras para monitorizar as matrículas e dando aos carros um número definido de dias por ano em que podem circular na estrada.

O Sr. Dolan disse que isto seria “uma cultura de vigilância que faria inveja a Pyongyang”. Nigel Farage até se envolveu, quando tweetou um artigo do Daily Mail que descrevia os planos do Conselho de Canterbury para impedir carros de viajarem entre bairros, dizendo que “os bloqueios de mudanças climáticas estão a chegar”.

15 MINUTE CITIES

I spoke in Parliament today to ask the Government to hold a debate on the international socialist concept of so called 15 minute cities and 20 minute neighbourhoods.

🧵1/7 #Doncasterisgreat #stronglocaleconomy pic.twitter.com/dmhO586Jlc

— Nick Fletcher MP (@NickFletcherMP) February 9, 2023

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um evento católico internacional que acontece desde 1985 e é organizado pelo Papa Francisco e pela Igreja Católica. A próxima edição será realizada em Lisboa, Portugal, entre os dias 1 e 6 de agosto de 2023. O objetivo da JMJ é aprofundar a fé e a amizade entre os jovens e os líderes da Igreja.

Em um vídeo divulgado recentemente, o Papa Francisco deixou uma mensagem para os jovens se preparando para a JMJ2023. Ele fez referência ao número de inscritos no evento, que já ultrapassou 400 mil, e expressou sua alegria em ver tantos jovens vindo para participar. Ele também deu conselhos aos jovens, encorajando-os a olhar para o horizonte e abrir seus corações para outras culturas e experiências.

Durante a JMJ, os participantes terão a oportunidade de participar de diversas atividades, incluindo missas, adorações, encontros de grupo e palestras com líderes religiosos. Também haverá eventos culturais e sociais, como concertos e festas, dando aos jovens a oportunidade de se divertir e se conectar com outros jovens de diferentes países e culturas. A cerimônia de encerramento será presidida pelo Papa Francisco no último dia do evento.

Até 22 de Janeiro, não perca – por nada deste mundo! – a fantástica exposição “Icons” que celebra os 40 anos de profissão de Steve McCurry, um dos maiores fotógrafos contemporâneos, cujo retrato mais célebre será, provavelmente, o da Rapariga Afegã, que em 1997 foi capa da revista “National Geographic”.

A exposição, uma viagem cultural a países como o Afeganistão, Índia, Sudoeste Asiático, África, Itália e Brasil, com passagem por Nova Iorque no dia do atentado às Torres Gémeas, está patente ao público em Lisboa na Cordoaria Nacional (10h-20h, fecha às segundas-feiras, entrada 10€).

Norteamericano, Steve McCurry começou a sua carreira de fotojornalista cobrindo a invasão soviérica do Afeganistão, onde utilizou vestimentos típicos para se disfarçar e esconder o seu equipamento. As sua imagens foram publicadas em todo o mundo e Steve McCurry acabou ganhando a Medalha de Ouro Robert Capa para a melhor reportagem fotográfica no exterior.

São também famosas as suas fotos em outros cenários de conflito no mundo, entre os quais o Cambodja, as Filipinas, o Líbano e a guerra Irão-Iraque. Mas a foto que o celebrizou (em cima) foi, como atrás se referiu, a de Sharbat Gula, a Rapariga Afegã.

No catálogo da exposição (25€, infelizmente apenas disponível em inglês ou espanhol, não em português…), uma conversa/entrevista com Biba Giacchetti, curadora de arte, Steve McCurry recorda a história dessa fotografia célebre:

“Tudo começou uma manhã em Peshawar, no Paquistão. Estava num campo de refugiados de Afeganistão e ouvi um zumbido intenso que atravessava uma cortina e finalmente descobri que era uma escola. A professora permitiu-me fotografar as meninas. E de seguida fixei-me nesta menina com um olhar incrível. Sentou-se sózinha num canto”.

E acrescenta:

“Sabia que era um retrato importante pela profundidade dos seus olhos. Falam da tristeza do povo afegão (…). Não estive mais que uns minutos fotografando-a. Olhou-me com curiosidade, já que era a primeira vez que via uma câmara e lhe faziam uma foto. Ao cabo de um ou dois minutos saiu correndo e foi embora. Foi assim que fiz provavelmente a fotografia mais importante da minha vida”.

27 anos depois, Steve McCurry reencontrou Sharbat Gula:

“Durante os últimos 27 anos, nunca se deixou de prestar atenção a esta menina. Mas o melhor da história foi que a conseguimos reencontrar. Foi em 2002. Tínhamos o desejo de a encontrar e de a apoiar e aos seus filhos, dando-lhes uma educação e um lar permanente. E conseguimo-lo! Esta é realmente a melhor parte de história”.

Steve McCurry esteve em Maio de 2017 em Portugal, onde efectuou várias reportagens, uma das quais sobre o mundo dos cavalos, tendo estado nessa altura em Coruche, na Herdade da Raposeira, com o cavaleiro João Ribeiro Telles (na foto de cima, com sua Mulher e o famoso fotógrafo).

Se gosta de fotografia, não deixe de visitar a exposição na Cordoaria Nacional (Belém). Se não gosta, veja-a, que passa a gostar!

Fotos @ Icons/Steve McCurry, M. Alvarenga e D.R.

O Twitter recentemente sofreu um ataque de hackers, que roubaram dados de 235 milhões de contas. O site haveibeenpwned permite verificar se o seu endereço de e-mail aparece na lista de contas comprometidas. É aconselhável alterar a senha da sua conta do Twitter como medida de precaução. A segurança na internet é uma preocupação constante e é importante tomar medidas para proteger suas contas e dados online.