Política
TRIBUNAL DE PORTALEGRE, RECUSA LISTA POR EXCESSO DE MULHERES
O Tribunal da Comarca de Portalegre recusou as listas do partido Iniciativa Liberal, por terem excesso de mulheres.
Segundo o partido, o Tribunal exigiu que algumas mulheres fossem substituídas por homens “de forma a cumprir a lei das quotas”.
Num comunicado, a Iniciativa Liberal garantiu que, apesar de não concordar com a lei, vai substituir duas mulheres para poder concorrer pelos 22 círculos, naquelas que são as primeiras eleições legislativas do partido.
Conheça este novo partido:
A Iniciativa Liberal é o partido político criado para promover e defender o Liberalismo em Portugal.
O seu desígnio é abrir caminho para um Portugal Mais Liberal, que proporcione mais Liberdade a todos os portugueses.
A sua abordagem é a promoção corajosa e defesa intransigente da Liberdade, contra os estatismos de todos os partidos
Política
Município de Vendas Novas reforça apoio aos Bombeiros com programa de incentivo ao voluntariado
O Município de Vendas Novas e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vendas Novas colaboraram um protocolo de colaboração que visa fortalecer o corpo de voluntários da corporação. Este programa destina-se a promover o voluntariado, especialmente em períodos críticos como os fins de semana, para garantir uma resposta mais célere e eficaz no socorro à população.
O apoio financeiro, que poderá atingir o montante máximo de 12.200 euros, será atribuído mediante critérios definidos: 50 euros por cada dia de fim de semana com um voluntário adicional e 100 euros para dias em que dois ou mais voluntários envolvidos em serviço. Este incentivo será pago mensalmente até dezembro de 2025, ajudando a suprir a carência de meio humano, um dos desafios que uma corporação enfrenta atualmente.
Para além do financiamento, o Município compromete-se a divulgar o Programa de Incentivo ao Voluntariado nos seus canais de comunicação, sensibilizando a população para a importância do voluntariado no fortalecimento da sociedade e na resposta de emergência.
Valentino Salgado Cunha, Presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas, destaca a necessidade de uma abordagem nacional ao problema: « que deve ser olhado com atenção a nível nacional para que haja uma resposta estrutural e robusta para o socorro em Portugal, que não dependa de voluntariado. Neste sentido solicitámos em agosto uma reunião com a Ministra da Administração Interna, mas que, até ao momento, não obtivemos resposta. Ainda assim, nos últimos dois anos, o Município destinou mais de 500 mil euros de apoio, com investimentos que incluíram o pagamento de metade dos salários das Equipas de Intervenção Permanente, a aquisição de uma nova ambulância, despesas para a construção do novo quartel e a compra de mobiliário, sistemas informáticos e de comunicação. Com este novo apoio ao Programa de Incentivo ao Voluntariado, reafirmamos o nosso compromisso em colaborar com os nossos bombeiros, assegurando a segurança e o bem-estar dos Vendasnovenses.»
Nos últimos dois anos, o Município já destinou mais de 500 mil euros à Associação dos Bombeiros Voluntários, cobrindo custos de funcionamento e investimentos em novos equipamentos, como a aquisição de uma ambulância, e na construção do novo quartel. Este novo protocolo reforça o compromisso de Vendas Novas com a segurança e o bem-estar da sua comunidade.
Política
Vila Velha de Ródão debate impacto da Violência Doméstica em Crianças e Jovens
No passado dia 18 de outubro, a Casa de Artes e Cultura do Tejo, em Vila Velha de Ródão, acolheu um ciclo de conversas dedicado ao impacto da violência doméstica nas crianças e jovens. A iniciativa, organizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Vila Velha de Ródão, em colaboração com o CLDS 5G e com o apoio do Município, reuniu profissionais e especialistas para refletir sobre os efeitos devastadores da exposição à violência durante a infância e adolescência.
Marília Pires, presidente da CPCJ de Ródão, abriu o encontro salientando a necessidade de criar “um espaço de diálogo aberto e construtivo”, com o objetivo de encontrar soluções que ajudem a garantir que as crianças cresçam em ambientes seguros. A presidente da CPCJ sublinhou que a violência doméstica não afeta apenas os envolvidos diretamente, mas também as crianças que são testemunhas e vítimas desta realidade. “É essencial reconhecer os sinais e sinalizar as situações”, reforçou.
O presidente do Município de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, caracterizou a violência doméstica como um fenómeno “inquietante e inaceitável”, recordando que este problema “é transversal a toda a sociedade” e não se limita aos estratos sociais desfavorecidos. Pereira defendeu que “a violência zero deve ser um desígnio nacional”, apelando à urgência de garantir a dignidade e a qualidade de vida das vítimas.
Durante a manhã, Carmen Ludovino, jurista e técnica da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, alertou para os perigos da violência interparental, afirmando que este “tem sempre um impacto negativo no desenvolvimento, saúde e bem-estar das crianças ou jovens”. Ludovino sublinhou que o ciclo da violência tende a perpetuar-se, com as crianças a reproduzirem, no futuro, comportamentos dos adultos, quer como vítimas, quer como agressores.
O pedopsiquiatra João Caseiro, da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, também entrevistou, explicando que a exposição precoce à violência afeta de forma adversa o funcionamento neurobiológico, psicológico e social das crianças. De acordo com Caseiro, essas crianças enfrentam mais dificuldades no relacionamento interpessoal e ao nível do sucesso acadêmico. “A violência sobre uma figura parental tem tanto impacto na saúde mental das crianças como a violência diretamente sobre elas”, explicou, destacando também a importância de se estudar o impacto da depressão pós-parto no desenvolvimento infantil.
José Cerdeira, Procurador do Tribunal de Família e Menores de Castelo Branco, apelou para que os casos de violência doméstica sejam devidamente sinalizados. “A rede existe, é preciso comunicar mais e fazê-la funcionar”, afirmou, realçando a importância de identificar e intervir em situações de risco para as crianças.
Durante a tarde, Linda Vaz, presidente da delegação do Centro da Ordem dos Psicólogos, e o sargento Ricardo Ramos, do Núcleo de Investigação e Apoio às Vítimas Específicas da GNR, discutiram a importância da cooperação entre as várias entidades envolvidas na prevenção, detecção e intervenção em casos de violência doméstica.
O evento foi encerrado com a apresentação do projeto “VincuLar”, de Sara Santos, do Centro Assistencial, Cultural e Formativo do Fundão. Este projeto, que visa proteger crianças e jovens em perigo, oferece uma alternativa à institucionalização, através da colocação temporária em famílias de acolhimento, garantindo assim a sua segurança e bem-estar.
Este ciclo de conversas veio sublinhar a importância de atuar de forma conjunta e proativa na proteção das crianças e jovens, com o objetivo de quebrar o ciclo da violência e garantir um futuro mais seguro para as gerações futuras.
Alentejo
Mora: Munícipes revoltados com presidente por priorizar outdoors turísticos
A vila de Mora, enfrenta uma série de desafios que vêm afetando a qualidade de vida dos seus habitantes. Entre as principais carências estão a falta de infraestrutura básica, como a melhoria das estradas locais, a necessidade de serviços de saúde adequados e a promoção de oportunidades de emprego para reter a população jovem. A população local tem manifestado crescentes preocupações sobre a falta de ação concreta por parte do executivo municipal para abordar essas questões críticas.
Apesar destas necessidades urgentes, a presidente da Câmara Municipal de Mora, Paula Chuço, recentemente utilizou a página oficial do município no Facebook para anunciar que uma das promessas eleitorais mais importantes foi cumprida: a colocação de outdoors turísticos nas principais vias de acesso às freguesias do concelho, incluindo a localidade de Malarranha.
A presidente afirmou:
“O executivo municipal cumpre agora uma das suas promessas eleitorais mais importantes, com a colocação de outdoors turísticos nas principais vias de acesso às freguesias do Concelho, incluindo a localidade de Malarranha.
Esta é uma medida que se encontra neste momento em execução, estando concluída a primeira fase com a colocação de outdoors onde já existiam estruturas. Muito em breve será iniciada a 2ª fase com a colocação de novas estruturas onde não existiam.
O Turismo é a grande base do trabalho que se tem vindo a desenvolver no presente mandato. É, por isso, considerado como a principal alavanca para a dinamização e para o desenvolvimento económico e social local. A imagem de destaque aliada ao slogan, convidam a entrar e a visitar. Aprecie!”
A reação dos munícipes foi imediata e veemente, criticando a iniciativa como uma distração dos problemas reais que afetam diariamente a vida em Mora. Nas redes sociais, os comentários refletem uma comunidade frustrada e cada vez mais descrente na capacidade da presidente de gerir eficazmente os interesses públicos. Um dos comentários mais curtidos resumia bem o sentimento geral: “Outdoors não consertam estradas nem trazem médicos para a nossa vila.”
A crítica se intensifica ao considerar que outras promessas eleitorais, como a melhoria das infraestruturas básicas, continuam a ser ignoradas. A falta de investimento em saúde pública e na criação de empregos sustentáveis são pontos de discórdia que os munícipes têm levantado repetidamente. A decisão de priorizar a colocação de outdoors é vista por muitos como uma tentativa de maquiagem, sem impacto real no desenvolvimento da vila.
Além disso, os outdoors turísticos foram alvo de chacota e descrença. A imagem e o slogan utilizados foram amplamente criticados por não refletirem a realidade de Mora, parecendo mais uma tentativa superficial de atrair turistas do que uma estratégia séria de desenvolvimento local.
A presidente Paula Cristina Calado Chuço está agora no centro de uma tempestade política, com a sua capacidade de liderança cada vez mais posta em dúvida. Moradores e oposição política exigem medidas concretas e urgentes para resolver os problemas que realmente importam, como a melhoria das estradas, a saúde pública e a criação de oportunidades de emprego.
Com a população cada vez mais impaciente e desiludida, o executivo municipal enfrenta um desafio monumental: provar que está verdadeiramente comprometido com o bem-estar dos habitantes de Mora e não apenas com ações superficiais de marketing.
Portugal
António Costa e Ursula von der Leyen ainda sem cargo definido
Após quase seis horas de intensas negociações – precedidas por reuniões prévias entre os principais negociadores do Partido Popular Europeu (PPE) e a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D) – os 27 líderes europeus não conseguiram chegar a um consenso sobre o quarteto que liderará o executivo comunitário nos próximos cinco anos.
Até ao final da tarde de ontem, a recondução de Ursula von der Leyen na Comissão Europeia, António Costa no Conselho Europeu, Roberta Metsola no Parlamento Europeu e Kaja Kallas na representação da política externa da UE pareciam praticamente garantidas. Contudo, uma proposta inesperada dos sociais-democratas de rotação da presidência do Conselho Europeu entre socialistas e o PPE, com dois anos e meio para cada, gerou uma divergência significativa. Esta proposta não foi bem acolhida pelos socialistas que esperavam que António Costa obtivesse um mandato completo e um possível segundo mandato.
A incerteza sobre a recondução de von der Leyen na Comissão Europeia permanece, apesar das garantias dos líderes franceses e alemães, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, de que estavam perto de um acordo. “Foi uma boa ocasião para partilhar opiniões, para fazer o rescaldo das eleições e preparar o Conselho Europeu da próxima semana. Estamos na direção certa, mas esta noite ainda não foi possível chegar a um acordo”, afirmou Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, no final do encontro.
Para que a nova equipa governativa da UE seja formalmente apresentada, Michel espera que o acordo seja alcançado até 27 de junho. A proposta de um mandato rotativo ainda é um ponto de discórdia, além da exigência dos líderes da direita para serem incluídos nas negociações. Viktor Órban, primeiro-ministro da Hungria, criticou a situação, afirmando que “a vontade dos cidadãos europeus foi ignorada”.
A recente vitória dos partidos de direita nas eleições europeias aumentou a pressão sobre as negociações. Georgia Meloni, primeira-ministra italiana e líder do partido Conservador e Reformista Europeu (ECR), que venceu as eleições com 28% dos votos, sentiu-se excluída das negociações. Meloni contestou a abordagem das discussões, sugerindo que os resultados eleitorais deveriam ter sido o ponto de partida para definir os nomes para os cargos de topo.
Além de Meloni, o Rassemblement National (RN) de Jordan Bardella em França e a Alternativa para a Alemanha, que ficou em segundo lugar, também reforçaram a sua posição política, complicando ainda mais as negociações.
Apesar das dificuldades, Luís Montenegro, líder do PSD, manifestou apoio a uma eventual candidatura de António Costa para a presidência do Conselho Europeu e permanece confiante de que um acordo será alcançado até ao final do mês. Montenegro acredita que os três maiores grupos políticos – PPE, S&D e os liberais do Renovar Europa – chegarão a um consenso sobre os principais cargos.
Os líderes da UE voltarão a reunir-se em Bruxelas a 27 e 28 de junho, com a esperança de chegar a um acordo sobre os líderes do bloco antes da votação no Parlamento Europeu, prevista para julho. Ursula von der Leyen e Roberta Metsola, se forem propostas, serão as primeiras a enfrentar o teste em Estrasburgo, dependendo da aprovação de uma maioria qualificada de eurodeputados. Para António Costa, caso seja proposto para a presidência do Conselho Europeu, será necessário o apoio da maioria dos líderes do bloco, representando pelo menos 65% da população europeia.
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