Política
Vila Velha de Ródão debate impacto da Violência Doméstica em Crianças e Jovens
No passado dia 18 de outubro, a Casa de Artes e Cultura do Tejo, em Vila Velha de Ródão, acolheu um ciclo de conversas dedicado ao impacto da violência doméstica nas crianças e jovens. A iniciativa, organizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Vila Velha de Ródão, em colaboração com o CLDS 5G e com o apoio do Município, reuniu profissionais e especialistas para refletir sobre os efeitos devastadores da exposição à violência durante a infância e adolescência.
Marília Pires, presidente da CPCJ de Ródão, abriu o encontro salientando a necessidade de criar “um espaço de diálogo aberto e construtivo”, com o objetivo de encontrar soluções que ajudem a garantir que as crianças cresçam em ambientes seguros. A presidente da CPCJ sublinhou que a violência doméstica não afeta apenas os envolvidos diretamente, mas também as crianças que são testemunhas e vítimas desta realidade. “É essencial reconhecer os sinais e sinalizar as situações”, reforçou.
O presidente do Município de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, caracterizou a violência doméstica como um fenómeno “inquietante e inaceitável”, recordando que este problema “é transversal a toda a sociedade” e não se limita aos estratos sociais desfavorecidos. Pereira defendeu que “a violência zero deve ser um desígnio nacional”, apelando à urgência de garantir a dignidade e a qualidade de vida das vítimas.
Durante a manhã, Carmen Ludovino, jurista e técnica da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, alertou para os perigos da violência interparental, afirmando que este “tem sempre um impacto negativo no desenvolvimento, saúde e bem-estar das crianças ou jovens”. Ludovino sublinhou que o ciclo da violência tende a perpetuar-se, com as crianças a reproduzirem, no futuro, comportamentos dos adultos, quer como vítimas, quer como agressores.
O pedopsiquiatra João Caseiro, da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, também entrevistou, explicando que a exposição precoce à violência afeta de forma adversa o funcionamento neurobiológico, psicológico e social das crianças. De acordo com Caseiro, essas crianças enfrentam mais dificuldades no relacionamento interpessoal e ao nível do sucesso acadêmico. “A violência sobre uma figura parental tem tanto impacto na saúde mental das crianças como a violência diretamente sobre elas”, explicou, destacando também a importância de se estudar o impacto da depressão pós-parto no desenvolvimento infantil.
José Cerdeira, Procurador do Tribunal de Família e Menores de Castelo Branco, apelou para que os casos de violência doméstica sejam devidamente sinalizados. “A rede existe, é preciso comunicar mais e fazê-la funcionar”, afirmou, realçando a importância de identificar e intervir em situações de risco para as crianças.
Durante a tarde, Linda Vaz, presidente da delegação do Centro da Ordem dos Psicólogos, e o sargento Ricardo Ramos, do Núcleo de Investigação e Apoio às Vítimas Específicas da GNR, discutiram a importância da cooperação entre as várias entidades envolvidas na prevenção, detecção e intervenção em casos de violência doméstica.
O evento foi encerrado com a apresentação do projeto “VincuLar”, de Sara Santos, do Centro Assistencial, Cultural e Formativo do Fundão. Este projeto, que visa proteger crianças e jovens em perigo, oferece uma alternativa à institucionalização, através da colocação temporária em famílias de acolhimento, garantindo assim a sua segurança e bem-estar.
Este ciclo de conversas veio sublinhar a importância de atuar de forma conjunta e proativa na proteção das crianças e jovens, com o objetivo de quebrar o ciclo da violência e garantir um futuro mais seguro para as gerações futuras.
Alentejo
Mora: Munícipes revoltados com presidente por priorizar outdoors turísticos
A vila de Mora, enfrenta uma série de desafios que vêm afetando a qualidade de vida dos seus habitantes. Entre as principais carências estão a falta de infraestrutura básica, como a melhoria das estradas locais, a necessidade de serviços de saúde adequados e a promoção de oportunidades de emprego para reter a população jovem. A população local tem manifestado crescentes preocupações sobre a falta de ação concreta por parte do executivo municipal para abordar essas questões críticas.
Apesar destas necessidades urgentes, a presidente da Câmara Municipal de Mora, Paula Chuço, recentemente utilizou a página oficial do município no Facebook para anunciar que uma das promessas eleitorais mais importantes foi cumprida: a colocação de outdoors turísticos nas principais vias de acesso às freguesias do concelho, incluindo a localidade de Malarranha.
A presidente afirmou:
“O executivo municipal cumpre agora uma das suas promessas eleitorais mais importantes, com a colocação de outdoors turísticos nas principais vias de acesso às freguesias do Concelho, incluindo a localidade de Malarranha.
Esta é uma medida que se encontra neste momento em execução, estando concluída a primeira fase com a colocação de outdoors onde já existiam estruturas. Muito em breve será iniciada a 2ª fase com a colocação de novas estruturas onde não existiam.
O Turismo é a grande base do trabalho que se tem vindo a desenvolver no presente mandato. É, por isso, considerado como a principal alavanca para a dinamização e para o desenvolvimento económico e social local. A imagem de destaque aliada ao slogan, convidam a entrar e a visitar. Aprecie!”
A reação dos munícipes foi imediata e veemente, criticando a iniciativa como uma distração dos problemas reais que afetam diariamente a vida em Mora. Nas redes sociais, os comentários refletem uma comunidade frustrada e cada vez mais descrente na capacidade da presidente de gerir eficazmente os interesses públicos. Um dos comentários mais curtidos resumia bem o sentimento geral: “Outdoors não consertam estradas nem trazem médicos para a nossa vila.”
A crítica se intensifica ao considerar que outras promessas eleitorais, como a melhoria das infraestruturas básicas, continuam a ser ignoradas. A falta de investimento em saúde pública e na criação de empregos sustentáveis são pontos de discórdia que os munícipes têm levantado repetidamente. A decisão de priorizar a colocação de outdoors é vista por muitos como uma tentativa de maquiagem, sem impacto real no desenvolvimento da vila.
Além disso, os outdoors turísticos foram alvo de chacota e descrença. A imagem e o slogan utilizados foram amplamente criticados por não refletirem a realidade de Mora, parecendo mais uma tentativa superficial de atrair turistas do que uma estratégia séria de desenvolvimento local.
A presidente Paula Cristina Calado Chuço está agora no centro de uma tempestade política, com a sua capacidade de liderança cada vez mais posta em dúvida. Moradores e oposição política exigem medidas concretas e urgentes para resolver os problemas que realmente importam, como a melhoria das estradas, a saúde pública e a criação de oportunidades de emprego.
Com a população cada vez mais impaciente e desiludida, o executivo municipal enfrenta um desafio monumental: provar que está verdadeiramente comprometido com o bem-estar dos habitantes de Mora e não apenas com ações superficiais de marketing.
Portugal
António Costa e Ursula von der Leyen ainda sem cargo definido
Após quase seis horas de intensas negociações – precedidas por reuniões prévias entre os principais negociadores do Partido Popular Europeu (PPE) e a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D) – os 27 líderes europeus não conseguiram chegar a um consenso sobre o quarteto que liderará o executivo comunitário nos próximos cinco anos.
Até ao final da tarde de ontem, a recondução de Ursula von der Leyen na Comissão Europeia, António Costa no Conselho Europeu, Roberta Metsola no Parlamento Europeu e Kaja Kallas na representação da política externa da UE pareciam praticamente garantidas. Contudo, uma proposta inesperada dos sociais-democratas de rotação da presidência do Conselho Europeu entre socialistas e o PPE, com dois anos e meio para cada, gerou uma divergência significativa. Esta proposta não foi bem acolhida pelos socialistas que esperavam que António Costa obtivesse um mandato completo e um possível segundo mandato.
A incerteza sobre a recondução de von der Leyen na Comissão Europeia permanece, apesar das garantias dos líderes franceses e alemães, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, de que estavam perto de um acordo. “Foi uma boa ocasião para partilhar opiniões, para fazer o rescaldo das eleições e preparar o Conselho Europeu da próxima semana. Estamos na direção certa, mas esta noite ainda não foi possível chegar a um acordo”, afirmou Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, no final do encontro.
Para que a nova equipa governativa da UE seja formalmente apresentada, Michel espera que o acordo seja alcançado até 27 de junho. A proposta de um mandato rotativo ainda é um ponto de discórdia, além da exigência dos líderes da direita para serem incluídos nas negociações. Viktor Órban, primeiro-ministro da Hungria, criticou a situação, afirmando que “a vontade dos cidadãos europeus foi ignorada”.
A recente vitória dos partidos de direita nas eleições europeias aumentou a pressão sobre as negociações. Georgia Meloni, primeira-ministra italiana e líder do partido Conservador e Reformista Europeu (ECR), que venceu as eleições com 28% dos votos, sentiu-se excluída das negociações. Meloni contestou a abordagem das discussões, sugerindo que os resultados eleitorais deveriam ter sido o ponto de partida para definir os nomes para os cargos de topo.
Além de Meloni, o Rassemblement National (RN) de Jordan Bardella em França e a Alternativa para a Alemanha, que ficou em segundo lugar, também reforçaram a sua posição política, complicando ainda mais as negociações.
Apesar das dificuldades, Luís Montenegro, líder do PSD, manifestou apoio a uma eventual candidatura de António Costa para a presidência do Conselho Europeu e permanece confiante de que um acordo será alcançado até ao final do mês. Montenegro acredita que os três maiores grupos políticos – PPE, S&D e os liberais do Renovar Europa – chegarão a um consenso sobre os principais cargos.
Os líderes da UE voltarão a reunir-se em Bruxelas a 27 e 28 de junho, com a esperança de chegar a um acordo sobre os líderes do bloco antes da votação no Parlamento Europeu, prevista para julho. Ursula von der Leyen e Roberta Metsola, se forem propostas, serão as primeiras a enfrentar o teste em Estrasburgo, dependendo da aprovação de uma maioria qualificada de eurodeputados. Para António Costa, caso seja proposto para a presidência do Conselho Europeu, será necessário o apoio da maioria dos líderes do bloco, representando pelo menos 65% da população europeia.
Saúde
DGS Regista Tendência Crescente de Infeções por Covid-19 e Recomenda Reforço da Prevenção
Casos a subir, mas ainda abaixo dos valores do verão passado
Os números da Direção-Geral da Saúde (DGS) indicam um aumento na transmissão da covid-19 em Portugal. Com 16 casos por 100.000 habitantes registados a 9 de junho, a tendência é de crescimento, embora ainda abaixo do pico do verão passado.
Na sequência deste aumento, a DGS apela ao reforço das medidas de prevenção, incluindo o uso de máscara em caso de sintomas de infeção respiratória.
Recomendações da DGS para prevenir a covid-19:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar desinfetante de mãos à base de álcool;
- Usar máscara em locais fechados ou com grande afluência de pessoas, especialmente se tiver sintomas de infeção respiratória;
- Manter o distanciamento social sempre que possível;
- Certificar-se de que os espaços estão bem ventilados;
- Testar-se em caso de suspeita de infeção;
- Completar o esquema vacinal contra a covid-19.
Evitar aglomerações e manter os cuidados básicos é crucial para conter a propagação do vírus.
Fique atento aos sinais e sintomas da covid-19:
- Febre;
- Tosse;
- Cansaço;
- Perda de paladar ou olfato;
- Dor de garganta;
- Dor de cabeça;
- Dores musculares;
- Diarreia;
- Dificuldade em respirar.
Em caso de sintomas, isole-se e contacte o Serviço Nacional de Saúde.
Juntos, podemos combater a covid-19 e proteger a saúde pública.
Lembre-se:
- A pandemia da covid-19 ainda não acabou.
- É importante manter-se informado e seguir as recomendações das autoridades de saúde.
- A vacinação é a melhor forma de se proteger contra a covid-19 grave e suas complicações.
Para mais informações, consulte o site da DGS: https://www.dgs.pt/pt
Alentejo
Reguengos de Monsaraz reforça apoios à natalidade com “Cabaz Bebé de Santo António”
O Município de Reguengos de Monsaraz está a implementar uma medida inovadora para apoiar as famílias do concelho e celebrar o nascimento dos bebés no mês de junho. Intitulado “Cabaz Bebé de Santo António”, este apoio destina-se aos recém-chegados que vierem ao mundo durante este período, marcado pela festividade de Santo António, padroeiro da cidade.
O “Cabaz Bebé de Santo António” é uma oferta composta por diversos itens essenciais para os bebés, incluindo produtos de higiene, puericultura, têxteis e brinquedos, avaliados em cerca de 200 euros. Podem beneficiar deste apoio os progenitores ou tutores legais residentes no concelho de Reguengos de Monsaraz cujos bebés nasçam em junho.
Para requerer este benefício, os interessados devem dirigir-se ao Gabinete de Apoio à Presidência, até ao final do terceiro mês após o nascimento da criança. A análise do pedido será concluída num prazo máximo de 15 dias.
Esta iniciativa integra-se num conjunto mais vasto de medidas de intervenção social promovidas pela autarquia, visando não só a fixação de residentes no concelho, mas também o apoio à natalidade. Marta Prates, Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, salienta que “este apoio tem um caráter simbólico, destacando o mês do padroeiro da cidade e os bebés que nele nascem, sem que isso implique qualquer discriminação em relação aos nascimentos ocorridos ao longo do ano, uma vez que os principais apoios municipais beneficiam todos os bebés”.
A autarca realça ainda que “além do ‘Cabaz Bebé de Santo António’, existem outras medidas integradas na Missão Mais pelos Jovens, como o Cheque Cegonha, que concede um apoio de 100 euros para a aquisição de bens em estabelecimentos locais, o Cheque Pediatra, que disponibiliza 150 euros para despesas com consultas e/ou vacinas pediátricas, e o Banco de Fraldas, que auxilia com até 100 euros na compra de fraldas durante o primeiro mês de vida do bebé”.
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