Agricultura
Vindima Portuguesa de 2023: Um marco histórico na produção agrícola

A vindima de 2023 em Portugal promete entrar para os anais da história como uma das mais produtivas das últimas duas décadas, de acordo com as previsões agrícolas divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Com uma projeção de 7,3 milhões de hectolitros de vinho, o setor vinícola lidera as expectativas, alcançando um patamar não visto desde 2006. Este otimismo estende-se a outras culturas, destacando-se o recorde esperado na produção de amêndoas, que atingirá 53 mil toneladas, refletindo um aumento notável de 15% em relação a 2022. No entanto, a castanha enfrenta desafios, prevendo-se uma redução significativa de dois terços em comparação com a média do último quinquénio, devido ao impacto da septoriose..
- Produção de Vinho: Estima-se que a produção de vinho atinja 7,3 milhões de hectolitros, o valor mais elevado desde 2006. As perspetivas indicam boas quantidades e qualidade, com aumentos globais de produtividade em quase todas as regiões.
- Amêndoa: Será a melhor campanha de sempre para a amêndoa, com uma previsão de 53 mil toneladas, um aumento de 15% em relação a 2022. Este aumento deve-se à entrada em produção de muitos pomares, principalmente no Alentejo.
- Castanha: Pelo segundo ano consecutivo, a produção de castanha sofrerá uma quebra significativa, estimada em -33% em comparação com a média do último quinquénio. Condições meteorológicas propícias à septoriose são apontadas como causa.
- Pomóideas (Pera e Maçã):
- Pera: Sofre uma descida pelo segundo ano consecutivo, com uma redução de 30% em relação à média do último quinquénio.
- Maçã: A produção global está mais próxima do esperado, com a quebra registada no Oeste compensada pelo aumento da produção em Trás-os-Montes (-3% em comparação com a média do último quinquénio).
- Kiwi: Prevê-se uma produção próxima da obtida nos dois últimos anos, com a precipitação contribuindo para a recuperação e aumento do calibre dos frutos.
- Culturas de Primavera de Regadio: As produções de tomate para a indústria, milho para grão e arroz apresentaram aumentos significativos em comparação com o ano anterior.
- Azeite: Apesar do comprometimento de alguma produção devido ao calor durante a floração e vingamento do fruto, espera-se um aumento de 20% na produção de azeitona em comparação com 2022.
- Olivais: Nos olivais tradicionais (de sequeiro), as produtividades são esperadas ser muito superiores às de 2022, enquanto nos olivais intensivos em plena produção, prevê-se uma estabilização da produtividade.
Estas previsões destacam a diversidade e a importância das atividades agrícolas em Portugal, com setores como o vinho, amêndoa e azeite desempenhando papéis significativos na economia agrícola do país.
Portugal
Ovibeja à deriva: Feira agrícola perde rumo entre vaidades e negócio próprio

Apesar da afluência de visitantes, a 41.ª edição da Ovibeja revela sinais de esvaziamento técnico e económico, afastando-se do seu papel estruturante no setor agrícola e transformando-se num evento mediático com fraca presença digital e benefícios concentrados na entidade organizadora.
Realizada de 30 de abril a 4 de maio de 2025, a organização anunciou com entusiasmo ter ultrapassado os 100 mil visitantes. No entanto, este número, embora expressivo, não oculta uma tendência preocupante: a transformação gradual da feira de um evento técnico e agrícola para um espetáculo de vaidades, onde o brilho mediático parece sobrepor-se à substância e à relevância para o setor agrícola nacional.
A Ovibeja sempre foi um ponto de encontro para agricultores, técnicos e profissionais do setor, promovendo debates e apresentações de inovações tecnológicas. Nesta edição, o tema “+ Agricultura + Futuro” prometia uma reflexão profunda sobre o papel da agricultura na economia global e na sustentabilidade ambiental. Contudo, a presença de mais de mil expositores, muitos dos quais fora do âmbito agrícola, e a ênfase em eventos culturais e gastronómicos, como o “Comboio do Cante” e os concertos noturnos, desviaram o foco principal da feira.
A comunicação da Ovibeja nas redes sociais também deixa a desejar. A presença limitada em plataformas como YouTube e Facebook reduz a visibilidade do evento e impede uma divulgação eficaz das inovações e debates realizados. Em tempos onde a comunicação digital é essencial, esta falha representa uma oportunidade perdida para envolver um público mais amplo e diversificado.
A organização da Ovibeja está a cargo da ACOS – Associação de Agricultores do Sul. Embora a associação desempenhe um papel importante na promoção da agricultura na região, a concentração dos benefícios económicos e promocionais nas mãos de um único promotor levanta questões sobre a equidade e a distribuição justa dos recursos e oportunidades gerados pelo evento.
Em suma, a Ovibeja enfrenta o desafio de reencontrar o seu propósito original. Para manter a sua relevância, é essencial que a feira reforce o seu compromisso com o setor agrícola, melhore a sua comunicação digital e assegure uma distribuição equitativa dos benefícios entre todos os participantes. Caso contrário, corre o risco de se tornar apenas mais um evento festivo, distante das necessidades e desafios reais da agricultura portuguesa.
Baixo Alentejo
41ª Ovibeja arranca com reflexão sobre o futuro da agricultura e programa diversificado para todos os públicos

Entre os dias 30 de abril e 4 de maio, o Parque de Feiras e Exposições de Beja acolhe a 41ª edição da Ovibeja, sob o lema “+ Agricultura + Futuro”, reforçando o seu papel enquanto espaço de debate estratégico e promoção do mundo rural. O certame, organizado pela ACOS – Associação de Agricultores do Sul, espera receber mais de 100 mil visitantes ao longo dos cinco dias.
A abertura oficial acontece na quarta-feira, 30 de abril, às 10h00, com a presença confirmada do Ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, previsto para chegar por volta das 12h00. Já está igualmente assegurada a visita de Pedro Nuno Santos, candidato do Partido Socialista a Primeiro-Ministro, no âmbito da atual pré-campanha para as Legislativas.
A edição deste ano propõe uma reflexão aprofundada sobre os desafios e o futuro da agricultura, destacando questões como as alterações climáticas, a sustentabilidade ambiental, a segurança alimentar e o combate ao despovoamento do interior do país. Este último tema será alvo de particular atenção num colóquio agendado para dia 1 de maio, às 11h00, promovido pela ACOS em parceria com a Incubadora Social do Baixo Alentejo, que abordará a integração da mão de obra imigrante como resposta à escassez de recursos humanos no setor.
Outro destaque da programação técnica é o colóquio “+ Agricultura + Futuro”, marcado para o dia 2 de maio, no Auditório ACOS, que se focará na renovação geracional no mundo agrícola e nas oportunidades que o setor oferece às novas gerações.
Apesar do forte cariz profissional e técnico, a Ovibeja mantém-se uma feira generalista, com mais de mil expositores de áreas tão diversas como equipamentos, serviços, artesanato, gastronomia, turismo, inovação e tecnologias. O certame oferece ainda uma agenda cultural intensa, que inclui concertos, atividades lúdicas e momentos de expressão popular, como o Cante Alentejano.
Um dos pontos altos da programação cultural terá lugar no sábado, 3 de maio, com a iniciativa “Comboio do Cante”, que traz até Beja mais de duas dezenas de grupos corais da região da Grande Lisboa, numa ação promovida em colaboração com a Casa do Alentejo, com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e da Câmara Municipal de Beja.
De sublinhar ainda que no primeiro dia da feira (30 de abril), a entrada será gratuita até às 20h00, graças a uma iniciativa do Município de Beja.
Com um programa que alia inovação, tradição, conhecimento e entretenimento, a 41ª Ovibeja confirma-se como um dos maiores eventos agrícolas e socioculturais do país, ponto de encontro obrigatório para profissionais, decisores políticos e o público em geral.
Agricultura
Polémica em torno do encontro sobre gestão da água em Beja

A recente realização do encontro sobre gestão da água, que decorreu nas instalações da ACOS – Associação de Agricultores do Sul, em Beja, tem gerado controvérsia e acusações entre a ACOS e a Comissão Política Distrital de Beja do Partido CHEGA. Em questão está a seleção dos participantes e a própria organização do evento, que o partido classifica como “restrita e selectiva”.
Segundo o comunicado da Direcção da ACOS, este encontro foi inteiramente promovido pelos Ministérios do Ambiente e Energia e da Agricultura e Pescas, e não contou com qualquer intervenção da ACOS na sua organização. O evento teve dois momentos distintos: a apresentação da Estratégia “Água que Une” e uma reunião de trabalho com a Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA), na qual estiveram presentes 12 das 14 associações e cooperativas que a compõem.
A polémica intensificou-se quando o Partido CHEGA denunciou a exclusão de outras organizações de agricultores do Alto e Baixo Alentejo, considerando que esta selecção levanta “sérias questões sobre os critérios de participação e a real intenção do encontro”. Em nota de imprensa, o partido manifestou “total surpresa e indignação” pela realização deste evento com ministros demissionários, questionando se esta iniciativa não constitui um acto de pré-campanha eleitoral.
O comunicado do CHEGA também criticou a presença da Associação de Regantes do Mira, referindo que esta estaria numa situação de demissão. Contudo, a ACOS esclareceu que esta entidade é associada da FAABA e que, na realidade, a sua direcção foi demitida pela anterior ministra da Agricultura, não se encontrando, portanto, numa situação de demissão voluntária.
Outra crítica apontada pelo CHEGA prende-se com a ausência da EDIA, a empresa pública responsável pelo Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, do processo organizativo do evento. O partido questiona por que motivo esta entidade, que tem um papel estratégico na gestão da água na região, não foi envolvida na organização do encontro.
A Direcção da ACOS contrapõe, argumentando que a escolha do local para o evento se deve ao facto de a FAABA ter a sua sede nas instalações da ACOS e que a sua representatividade na região justifica plenamente a sua participação. Acrescenta ainda que a iniciativa dos Ministérios visava discutir a estratégia “Água que Une” e os desafios da agricultura de sequeiro e de regadio, sem qualquer intenção de exclusão de entidades.
A questão do investimento de cinco mil milhões de euros previsto no programa “Água que Une” também foi levantada pelo CHEGA, que reclama maior transparência sobre a selecção das organizações envolvidas e a distribuição dos recursos.
Diante destas acusações, o partido exige “respostas claras” sobre os critérios de selecção das entidades participantes e a justificação para a realização do evento por um governo demissionário. A polémica continua a crescer, enquanto se aguarda por esclarecimentos adicionais por parte dos Ministérios envolvidos.
Baixo Alentejo
Feira do Azeite de Vale de Vargo recebe colóquio sobre o futuro do Olival Tradicional

No próximo dia 14 de março, pelas 09h30, a XV Feira do Azeite de Vale de Vargo acolhe o colóquio “O Futuro do Olival Tradicional”. O evento é organizado pela União das Freguesias de Vila Nova de São Bento e Vale de Vargo e pelo Município de Serpa, em parceria com o Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL).
O Alentejo assume-se, atualmente, como a principal região produtora de azeite em Portugal, sendo responsável por cerca de 90% da produção nacional. A qualidade excecional dos azeites alentejanos tem sido reconhecida a nível internacional, conquistando distinções que destacam as suas características organolépticas únicas.
O setor olivícola desempenha um papel fundamental na economia agrícola portuguesa. Nos últimos 20 anos, as exportações de azeite nacional multiplicaram-se 12 vezes em volume e 18 vezes em valor. Atualmente, Portugal é o sexto maior produtor mundial de azeite e o terceiro maior exportador dentro da União Europeia.
O olival tradicional é uma marca identitária da paisagem e cultura do Alentejo, representando um património que importa preservar. Face aos desafios que enfrenta, torna-se essencial definir estratégias que assegurem a sua continuidade e diferenciação, equilibrando tradição e inovação.
O colóquio contará com a participação de especialistas e profissionais do setor, que irão abordar as perspetivas de futuro para o olival tradicional e debater soluções sustentáveis para garantir a sua viabilidade económica e ambiental.
A XV Feira do Azeite de Vale de Vargo promete, assim, ser um ponto de encontro para produtores, investigadores e entusiastas do setor, promovendo o diálogo e a partilha de conhecimento sobre um dos produtos mais emblemáticos da região e do país.
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