Portugal
Tragédia de Alcafache: 40 anos depois, as feridas que o tempo não apagou

O relógio marcava 18h37 de 11 de setembro de 1985 quando Portugal foi abalado pelo pior acidente ferroviário da sua história. No apeadeiro de Moimenta-Alcafache, concelho de Mangualde, um comboio regional e o Sud Expresso, que ligava Porto a Paris, colidiram frontalmente a cerca de 100 quilómetros por hora. O choque devastou as locomotivas, fez descarrilar várias carruagens e deu origem a incêndios avassaladores.
Passadas quatro décadas, permanecem as dúvidas: quantas pessoas morreram realmente em Alcafache? A estimativa ultrapassa a centena de vítimas, mas o número nunca foi determinado com rigor. Várias pessoas ficaram presas nos destroços e pereceram nas chamas, muitas sem que fosse possível a sua identificação.
Um encadeado de erros fatais
A investigação concluiu que a tragédia resultou de uma sucessão de falhas humanas. O Sud Expresso, carregado de emigrantes em regresso às comunidades europeias, partira do Porto com 17 minutos de atraso. Já o comboio regional, que deveria ter aguardado em Mangualde, avançou pela linha única da Beira Alta sem esperar pela passagem do internacional. A colisão tornou-se inevitável.
Sem meios de comunicação direta entre os maquinistas e o controlo, e com uma infraestrutura ferroviária limitada, o acidente revelou as fragilidades de um país que ainda consolidava a sua democracia e infraestrutura após o 25 de Abril.
Um cenário de horror
Bombeiros e militares que acorreram ao local relataram um quadro de pesadelo: carruagens em chamas, passageiros a tentar escapar pelo meio dos destroços e hospitais regionais a rebentar pela costura com centenas de feridos. A solidariedade dos portugueses fez-se sentir imediatamente: filas intermináveis de cidadãos juntaram-se para doar sangue.
O então Presidente da República, Ramalho Eanes, deslocou-se a Viseu na mesma noite, exigindo transparência no apuramento das causas. O Governo de Mário Soares decretou três dias de luto nacional.
Justiça inconclusiva, memória viva
Apesar das investigações, os processos judiciais não encontraram responsáveis. Sem registos escritos ou digitais, prevaleceu a palavra de uns contra a de outros, culminando em absolvições quatro anos mais tarde.
Ainda hoje, o nome Alcafache permanece como sinónimo de luto, dor e falha coletiva. Para as famílias que nunca puderam enterrar os seus, a tragédia não é apenas uma memória: é uma ferida aberta no coração do país.
Turismo
Ryanair pretende reabrir base nos Açores e empresários antecipam aumento de voos na época baixa

A Ryanair anunciou a intenção de reabrir a base em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, dois anos depois de a ter encerrado, uma notícia que anima os empresários açorianos e o setor do turismo regional.
A reabertura da base pode significar mais voos durante a época baixa, ajudando a reduzir a sazonalidade, um desafio persistente para o arquipélago.
Desde a liberalização do espaço aéreo nos Açores há 10 anos, a entrada de companhias aéreas low-cost tem sido um fator determinante para o crescimento económico da região, especialmente no período pós-pandemia.
Segundo a Ryanair, a concretização da reabertura da base dependerá da decisão do Governo da República, que, segundo a companhia, mantém o pedido pendente há cinco meses.
Para os empresários açorianos, a medida poderá representar maior dinamismo turístico e crescimento económico, permitindo atrair visitantes fora da temporada de verão e diversificando a oferta de voos para residentes e turistas.
Portugal
Previsão do tempo para a semana

O início da semana em Portugal continental promete dias soalheiros e temperaturas amenas, com algumas nuvens em regiões do centro-norte. As regiões do Ribatejo, Alentejo e Beiras terão condições típicas do início de outubro, com manhãs frescas e tardes agradáveis.
Ribatejo
No Ribatejo, com destaque para Santarém e Alverca, os dias começam frescos, com tardes agradáveis e sem previsão de chuva significativa.
- Segunda-feira (6/10): Céu limpo, mín. 13°C / máx. 26°C
- Terça-feira (7/10): Alternância de sol e nuvens, mín. 13°C / máx. 20°C
- Quarta-feira (8/10): Predomínio de céu nublado, mín. 12°C / máx. 19°C
- Quinta-feira (9/10): Sol com algumas nuvens, mín. 13°C / máx. 20°C
- Sexta a Domingo (10-12/10): Céu limpo, mín. 11-14°C / máx. 24-26°C
Alentejo
O Alentejo, incluindo Beja e Viana do Alentejo, terá dias quentes e ensolarados, típicos desta época do ano, favorecendo atividades ao ar livre.
- Segunda-feira (6/10): Sol intenso, mín. 16°C / máx. 30°C
- Terça-feira (7/10): Céu limpo, mín. 15°C / máx. 29°C
- Quarta-feira (8/10): Sol com algumas nuvens, mín. 13°C / máx. 25°C
- Quinta a Domingo (9-12/10): Céu limpo, mín. 15°C / máx. 27-29°C
Beiras
Nas Beiras, incluindo Coimbra, Viseu e Guarda, os dias apresentam variação de temperaturas e maior presença de nuvens, especialmente no início da semana.
- Segunda-feira (6/10): Sol predominante, mín. 13°C / máx. 21°C
- Terça-feira (7/10): Céu parcialmente nublado, mín. 14°C / máx. 24°C
- Quarta-feira (8/10): Nuvens esparsas, mín. 13°C / máx. 21°C
- Quinta a Domingo (9-12/10): Céu limpo, mín. 11-14°C / máx. 26-28°C
Em síntese, Ribatejo e Alentejo terão dias quentes e ensolarados, enquanto as Beiras apresentam maior variação térmica e períodos nublados, sem previsão de chuva significativa.
Portugal
Três mortos em violento acidente no IC2 em Soure

Um trágico acidente rodoviário ocorrido na manhã deste domingo, 5 de outubro, provocou três vítimas mortais no Itinerário Complementar 2 (IC2), na zona de Venda Nova, concelho de Soure.
De acordo com informações apuradas, o sinistro resultou de uma colisão frontal entre um veículo que circulava em contramão e outro que seguia no sentido norte-sul. O impacto foi extremamente violento, causando a morte imediata de três ocupantes dos automóveis envolvidos.
As autoridades estiveram no local, incluindo Bombeiros Voluntários de Soure, GNR e INEM, tendo a via sido cortada nos dois sentidos para as operações de socorro e remoção das viaturas.
As causas do acidente estão a ser investigadas pelas autoridades competentes, que procuram apurar as circunstâncias que levaram o veículo a circular em sentido contrário.
Portugal
5 de Outubro de 1910: da crise monárquica à proclamação da República

Há 114 anos, Portugal assistia a um dos momentos mais marcantes da sua História: a Implantação da República, que pôs fim à monarquia portuguesa e abriu caminho a um novo regime político. O episódio, celebrado anualmente como feriado nacional, marcou o início de uma era de transformação política, social e cultural no país.
O contexto que antecedeu a Revolução
No final do século XIX, Portugal enfrentava uma crise política profunda. O Ultimato Inglês de 1890, que obrigou o Governo português a retirar as tropas dos territórios entre Angola e Moçambique, foi visto como uma humilhação nacional e minou a credibilidade da monarquia.
A insatisfação popular agravou-se com o regicídio de 1908, quando D. Carlos I e o príncipe herdeiro Luís Filipe foram assassinados no Terreiro do Paço. O trono passou para D. Manuel II, mas o jovem rei não conseguiu conter o avanço do movimento republicano, liderado pelo Partido Republicano Português, que ganhava força em todo o país.
A revolta e a proclamação da República
Na madrugada de 4 para 5 de outubro de 1910, tropas republicanas e populares revoltosos tomaram posições estratégicas em Lisboa. A Marinha teve um papel decisivo, bombardeando o Palácio das Necessidades e o Terreiro do Paço, enfraquecendo a resistência monárquica.
Durante a manhã do dia 5, as forças fiéis à Coroa ainda tentaram reagir, mas acabaram por ceder. Pelas 09:00, a República foi oficialmente proclamada da varanda da Câmara Municipal de Lisboa.
A Família Real partiu para o exílio, e foi formado um Governo Provisório, presidido por Teófilo Braga. No ano seguinte, foi aprovada uma nova Constituição, e Manuel de Arriaga tornou-se o primeiro Presidente da República Portuguesa. Assim nascia a Primeira República, que duraria até ao golpe militar de 28 de maio de 1926.
Um feriado com história
O 5 de Outubro foi instituído como feriado logo após a implantação da República. Em 2012, durante o governo de Pedro Passos Coelho, o feriado foi temporariamente suprimido, juntamente com outros três — Corpo de Deus, Dia de Todos os Santos e Restauração da Independência —, com o objetivo de aumentar a produtividade económica.
Contudo, em 2016, sob o governo de António Costa, o feriado regressou oficialmente ao calendário nacional, voltando a ser celebrado como símbolo da liberdade e da mudança de regime.
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