Política
Proprietários e inquilinos criticam Governo: “Chamar renda moderada a 2.300 euros é brincar com os portugueses”

A proposta do Governo para isentar do pagamento do adicional ao IMI os imóveis colocados no mercado de arrendamento até 2.300 euros está a gerar críticas de proprietários e inquilinos, que consideram a medida “desajustada da realidade” e incapaz de responder à crise da habitação.
O primeiro-ministro anunciou esta quarta-feira um pacote de incentivos fiscais para dinamizar o arrendamento “a preços moderados”. No entanto, só no dia seguinte ficou claro que “renda moderada” significava valores até 2.300 euros, gerando perplexidade generalizada.
“Valor irrealista” para famílias portuguesas
Carlos Teixeira, da Associação de Proprietários do Norte de Portugal, considera que a proposta assenta em pressupostos “irrealistas”.
“O ministro disse que a definição de renda moderada é até 2.300 euros e que corresponde a um agregado de cerca de 5.000 euros. Achamos que esse valor está completamente desajustado da realidade portuguesa”, afirmou.
Segundo o INE, a remuneração bruta regular média situa-se em 1.368 euros por trabalhador. “Numa família com dois adultos, a realidade mais comum em Portugal, estamos a falar no máximo de 2.800 euros e não de 5.000 euros por agregado familiar”, sublinha o representante.
Inquilinos indignados
Do lado dos inquilinos, o tom é ainda mais duro. José Fernandes Martins, da Associação de Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal, acusa o Governo de ignorar a realidade das famílias.
“É uma vergonha. Dizer que uma renda de 2.300 euros é moderada ou que uma casa de 600 mil euros serve para resolver o problema da habitação é brincar com os portugueses. Isto faz perder a paciência a um santo”, afirmou.
O retrato do Porto
No Porto, segundo o portal Idealista, o preço médio de arrendamento é de 17,7 €/m². Isso significa que um apartamento de 70 m² custa cerca de 1.239 € por mês, e um de 100 m² pode chegar a 1.770 €. Em contraste, o salário médio no distrito é de 1.412 € mensais, segundo dados da Randstad.
Taxa de esforço em debate
Outro ponto criticado é a taxa de esforço de 40% considerada aceitável pelo Governo. Para proprietários e inquilinos, este limite é insustentável.
“Uma taxa de esforço acima de 30% já é incomportável. É o mesmo que a banca aplica no crédito à habitação”, recorda Carlos Teixeira, defendendo que cabe ao Estado apoiar diretamente as famílias que não conseguem acompanhar os preços de mercado.
Nos últimos anos, já foram apresentadas mais de 20 medidas para enfrentar a crise da habitação. Para as associações de proprietários e inquilinos, esta é apenas mais uma proposta “avulsa” com impacto limitado.
Política
Aprovada no Parlamento nova Lei de Estrangeiros após acordo entre PSD e Chega

O Parlamento aprovou esta terça-feira a nova versão da Lei de Estrangeiros, que regula a entrada, permanência, saída e afastamento de cidadãos estrangeiros do território nacional.
A proposta foi aprovada com os votos favoráveis de PSD, Chega, CDS-PP, IL e JPP, e os votos contra de PS, Livre, PCP, BE e PAN.
Contexto e alterações
O diploma regressou ao Parlamento depois de ter sido vetado pelo Presidente da República, na sequência de um chumbo do Tribunal Constitucional (TC) a cinco normas consideradas inconstitucionais.
Durante a discussão na especialidade, foram aprovadas todas as alterações propostas pela coligação PSD/CDS, além de uma proposta do PS e três do Chega.
Um dos pontos de discórdia foi a exigência inicial do líder do Chega, André Ventura, para que os imigrantes tivessem de descontar cinco anos para a Segurança Social antes de poderem pedir apoios sociais. A condição acabou por cair, sendo substituída por uma formulação mais genérica, com promessa de apresentar um diploma autónomo sobre o acesso a prestações sociais.
Cronologia de uma lei polémica
- Julho 2024 – O Parlamento aprova a versão inicial da lei, com apoio de PSD, Chega e CDS-PP.
- Agosto 2024 – O Presidente da República envia o diploma ao Tribunal Constitucional, que chumba cinco normas. Marcelo Rebelo de Sousa veta a lei.
- Setembro-Outubro 2024 – Reaberta a discussão, PSD e Chega chegam a acordo para viabilizar a nova versão.
- Setembro 2025 – O diploma é finalmente aprovado em votação final global.
A lei continua a dividir opiniões: partidos da oposição, como PS, BE e PCP, acusam o Governo de não ter ouvido associações de imigrantes nem constitucionalistas, além de avançar com alterações que restringem direitos, sobretudo no reagrupamento familiar.
Política
Rita Matias obrigada a retirar referências ao nome de criança

A deputada do Chega, Rita Matias, chegou esta segunda-feira a acordo no Tribunal Cível de Lisboa com os pais de uma das crianças cujo nome divulgou num vídeo partilhado nas redes sociais. O entendimento prevê a remoção de todas as referências — em áudio e texto — ao nome do menor, evitando assim a aplicação de qualquer sanção.
À saída do tribunal, Rita Matias afirmou que não se arrepende de ter publicado a lista com nomes de crianças estrangeiras inscritas em escolas portuguesas. “Não houve dolo, nem intenção de magoar ou expor aquelas crianças em particular”, disse a deputada, garantindo que a sua atuação política visa “a defesa e proteção das crianças”.
O caso remonta a julho
A polémica começou em julho, quando o líder do Chega, André Ventura, leu no parlamento uma lista de nomes de crianças estrangeiras no âmbito da discussão sobre a lei da nacionalidade. Pouco depois, Rita Matias divulgou os nomes completos num vídeo nas redes sociais.
A divulgação levou os pais de uma das crianças a apresentarem queixa, culminando no acordo agora estabelecido. Caso este seja cumprido, não haverá consequências legais para a deputada.
O episódio motivou ainda a abertura de um inquérito criminal pelo Ministério Público contra André Ventura e Rita Matias, além de diversas queixas apresentadas por dirigentes associativos, partidos políticos e cidadãos.
Em julho, a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) anunciou também a abertura de um processo de averiguações, que poderá resultar em multa por violação do Regime Geral de Proteção de Dados (RGPD).
Política
Parlamento discute e vota nova proposta de alteração à lei de estrangeiros

A Assembleia da República discute e vota hoje a nova proposta de alteração à lei de estrangeiros, apresentada pelo PSD e CDS, após o chumbo da primeira versão pelo Tribunal Constitucional. No entanto, não há consenso assegurado para a aprovação do diploma.
A proposta mantém a exigência de dois anos de residência válida para pedidos de reagrupamento familiar, mas prevê que o prazo possa ser reduzido para um ano nos casos em que o cônjuge já coabitava com o requerente antes da sua chegada a Portugal.
O documento, entregue na semana passada, alarga o pedido imediato de reagrupamento — antes restrito a menores — a maiores incapazes dependentes e ao pai ou mãe de filhos do requerente. Profissionais altamente qualificados e titulares de autorização de residência para investimento continuam dispensados de prazos.
Divergências entre partidos
O ministro da Presidência admitiu que a proposta pode ainda sofrer alterações até ao momento da votação. O próprio primeiro-ministro reconheceu que “não há garantias” de aprovação.
Do lado do PS, Pedro Delgado Alves defendeu a eliminação de prazos para menores, cônjuges e dependentes, propondo que a regra geral seja de um ano em vez de dois.
Já o Chega condiciona um eventual acordo à inclusão de uma cláusula que obrigue imigrantes a ter cinco anos de descontos para receber apoios sociais. André Ventura mostrou-se confiante num entendimento.
A Iniciativa Liberal anunciou que vai votar a favor da proposta, considerando que esta responde às dúvidas levantadas pelo Tribunal Constitucional.
O debate parlamentar está marcado para as 10h00.
Política
Candidato do Chega em Portalegre envolvido em polémica por sessão fotográfica erótica

Uma nova polémica relacionada com o Chega surgiu em Portalegre. O cabeça de lista do partido à União de Freguesias de Sé e São Lourenço, Luís Portilheiro, protagonizou uma sessão fotográfica de caráter erótico, com contornos homossexuais, que circula na internet, segundo o Correio da Manhã.
As imagens, captadas pelo fotógrafo Luís Covas, mostram Portilheiro praticamente nu, em poses de teor sexual.
Natural de Portalegre, Portilheiro tem uma carreira na área social e da administração pública. É licenciado em Psicologia pela Universidade de Coimbra e concluiu uma pós-graduação em Administração Pública e Desenvolvimento Regional na Universidade de Évora.
Desde 1997 que trabalha no Centro Distrital de Portalegre, tendo assumido em 2012 a liderança da Equipa de Prestações de Solidariedade. É responsável por programas ligados à infância, deficiência, apoio ao emprego e proteção de crianças em risco, representando a instituição em várias comissões e projetos locais.
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