Saúde
Vacinação contra gripe e covid-19 arranca em Portugal com alargamento a bebés e crianças
A campanha nacional de vacinação sazonal contra a gripe e a covid-19 inicia-se esta terça-feira em unidades de saúde do SNS e em farmácias comunitárias, com metas ambiciosas: 2,5 milhões de pessoas vacinadas contra a gripe e 1,5 milhões contra a covid-19 até ao Natal.
Sob o lema “Vacine-se e proteja os momentos mais importantes”, a iniciativa da Direção-Geral da Saúde (DGS) decorre entre 23 de setembro de 2025 e 30 de abril de 2026, abrangendo tanto adultos como crianças, num esforço para reforçar a proteção da população nos meses de maior circulação viral.
Entre as novidades, destaca-se a vacinação gratuita contra a gripe para crianças entre os seis e os 23 meses, faixa etária que, segundo dados nacionais, apresenta taxas de internamento semelhantes às registadas em idosos. Já para as crianças entre os dois e os cinco anos, a vacina será comparticipada, ficando a decisão final ao critério dos pais em articulação com os médicos de família e pediatras.
André Peralta Santos, subdiretor-geral da Saúde, sublinhou a importância da medida: “Nos bebés e crianças até aos cinco anos, a gripe pode evoluir para formas graves, frequentemente com internamentos, ainda que com recuperação total”.
A vacinação mantém-se prioritária para pessoas com mais de 60 anos, doentes crónicos de todas as idades e profissionais de saúde. Os cidadãos entre os 60 e os 84 anos poderão escolher entre centros de saúde e farmácias, enquanto os maiores de 85 anos terão acesso a uma vacina com dose reforçada, que confere maior proteção.
A presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Ema Paulino, lembrou que mais de 2.500 farmácias em todo o país estão integradas na campanha e alertou para os perigos da hesitação vacinal: “A vacinação é um ato seguro, rápido e eficaz de proteção individual e coletiva”.
Apesar de o vírus da covid-19 já não causar os constrangimentos registados nos primeiros anos da pandemia, continua a provocar casos graves, especialmente entre os mais vulneráveis. Por isso, a DGS apela a que os cidadãos se vacinem até 15 de dezembro, idealmente antes das festividades natalícias, garantindo uma proteção eficaz durante o pico do inverno.
Com esta campanha, o país reforça o compromisso de proteger as populações mais frágeis, promovendo a saúde pública através da confiança na ciência e da adesão informada da sociedade.
Saúde
SNS perde quase quatro médicos por dia

Entre janeiro e outubro deste ano, o Serviço Nacional de Saúde perdeu 1.151 médicos, o equivalente a quase quatro por dia. Os dados revelam um ritmo de saída que está a provocar uma pressão crescente nas equipas e a agravar os constrangimentos já existentes em várias especialidades. A maioria dos médicos que abandonou o SNS rescindiu contrato e optou por sair do serviço público, seja para o setor privado, seja para o estrangeiro.
As especialidades mais afetadas estão entre as que já enfrentavam maiores dificuldades: obstetrícia, pediatria, medicina geral e familiar e anestesiologia. Em vários hospitais, estas saídas estão a tornar mais difícil assegurar escalas, especialmente em serviços de urgência e cuidados diferenciados, onde a carga assistencial depende fortemente de equipas completas.
A falta de profissionais reflete-se no aumento de encerramentos temporários, em tempos de espera mais longos e na sobrecarga dos médicos que permanecem no sistema. As administrações hospitalares têm admitido dificuldades em substituir clínicos experientes e em manter equipas estáveis, sobretudo num contexto de forte concorrência do setor privado, que oferece melhores condições remuneratórias e horários mais previsíveis.
A pressão tem sido particularmente evidente nas urgências de ginecologia e obstetrícia, que já registam vários encerramentos ao fim de semana. A situação repete-se em unidades de pediatria, onde a rotatividade de profissionais e a ausência de novos especialistas complicam a resposta assistencial. Em medicina geral e familiar, cerca de dois milhões de utentes continuam sem médico de família, um problema que tende a agravar-se com as saídas acumuladas.
Organizações representativas dos profissionais avisam que o ritmo de perda de médicos é insustentável e que o SNS precisa de respostas estruturais para impedir um colapso progressivo. As negociações com o Governo continuam, mas os sindicatos alertam que sem melhorias nas carreiras, nas condições de trabalho e na remuneração, será difícil inverter a tendência. O impacto das saídas já se faz sentir diariamente na capacidade de resposta do sistema público, que enfrenta o inverno com recursos cada vez mais reduzidos.
Saúde
Mais casos de gripe e utentes em fase aguda da doença aumentam constrangimentos nas urgências

As urgências hospitalares estão novamente sob forte pressão no início desta semana, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo. O Hospital Amadora-Sintra é um dos casos mais críticos, registando tempos de espera muito acima do recomendado. Os doentes urgentes, com pulseira amarela, chegaram a enfrentar mais de 14 horas e 30 minutos até à primeira observação, segundo o portal do Serviço Nacional de Saúde. Já os doentes muito urgentes, identificados com pulseira laranja, esperaram mais de quatro horas, quando o protocolo determina um máximo de dez minutos.
A administração do hospital atribui os constrangimentos ao aumento de casos de gripe e ao maior número de utentes que chegam numa fase aguda da doença. A situação é agravada pelo facto de a Unidade Local de Saúde do Amadora-Sintra ser a que tem mais utentes sem médico de família em Portugal, ultrapassando os 190 mil inscritos.
Além das longas esperas, esta segunda-feira há ainda quatro urgências encerradas: a de obstetrícia do Hospital de Portimão; a de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro; a do Hospital Distrital de Santarém; e a urgência de ginecologia do Hospital de Vila Franca de Xira.
O cenário confirma a pressão crescente sobre o SNS numa época marcada pelo aumento da gripe e pela escassez de recursos humanos em vários serviços essenciais.
Saúde
Portugal entra em fase epidémica de gripe. Casos confirmados estão a aumentar

Portugal entrou oficialmente em fase epidémica de gripe, com uma tendência de crescimento que se tem acentuado nas últimas semanas. O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge alertou que, na semana iniciada a 24 de novembro, a atividade gripal ultrapassou o limiar epidémico, acompanhada por um aumento significativo de casos confirmados e de internamentos, incluindo em cuidados intensivos.
O boletim epidemiológico indica que a taxa de incidência das infeções respiratórias agudas graves atingiu 10,5 casos por 100 mil habitantes, um valor superior ao registado nas semanas anteriores. Os grupos etários mais afetados são as crianças entre zero e quatro anos e, sobretudo, os maiores de 65 anos, que representam a maioria dos casos graves.
No total, 82 doentes foram admitidos com infeções respiratórias graves nas ULS que reportam dados, incluindo 10 doentes internados em unidades de cuidados intensivos. Todos tinham doenças crónicas e indicação para vacinação; três estavam vacinados. A proporção de casos de gripe internados em UCI subiu para 6 por cento, depois dos 1,6 por cento registados na semana anterior.
A circulação viral nesta época é dominada pelo vírus influenza A, com deteção dos subtipos AH1N1 e AH3N2. Este último tem apresentado mutações relevantes, agrupadas num novo subgrupo designado K, que já corresponde a cerca de 45 por cento dos vírus caracterizados em Portugal. Especialistas consideram provável que este subtipo ganhe predominância nas próximas semanas, seguindo a tendência observada noutros países europeus.
A epidemia chegou três a quatro semanas mais cedo do que o habitual, aproximando-se do padrão registado em 2023-24, mas ainda não atingiu o pico de atividade. Quanto aos restantes vírus respiratórios, o SARS-CoV-2 mantém circulação reduzida e o vírus sincicial respiratório permanece em níveis baixos, com possibilidade de aumento nas próximas semanas.
Saúde
Quatro urgências obstétricas fechadas no sábado e três no domingo.

Quatro serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia vão estar encerrados este sábado, enquanto no domingo serão três as unidades fechadas, de acordo com o Portal do Serviço Nacional de Saúde. No sábado não haverá atendimento nas urgências de Portimão, Barreiro, Setúbal e Braga. No domingo mantém-se o encerramento em Portimão e Barreiro, juntando-se Vila Franca de Xira.
Além destes fechos totais, várias unidades vão funcionar de forma condicionada, recebendo apenas situações encaminhadas pelo CODU/INEM. No sábado, é o caso dos hospitais de Braga, Vila Franca de Xira, Aveiro, Santarém, São Francisco Xavier e Leiria. No domingo, Braga, Santarém, Aveiro, Leiria e São Francisco Xavier continuam sob o mesmo regime limitado.
As urgências pediátricas também registam constrangimentos: durante o fim de semana, os hospitais de Vila Franca de Xira, Esposende e Beatriz Ângelo, em Loures, apenas atenderão casos referenciados pelo INEM. Segundo as escalas, no sábado estarão a funcionar 132 serviços de urgência e 28 unidades do projeto-piloto que exige contacto prévio com a Linha SNS 24. No domingo, abrem 133 urgências e 27 unidades desse mesmo projeto.
A falta de médicos especialistas continua a ser o principal motivo para estas limitações. As autoridades de saúde voltam a recomendar que a população contacte a Linha SNS 24 antes de se deslocar às urgências, para receber orientação adequada e evitar afluências desnecessárias.
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