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Agricultura

Agricultores obrigados a destruir pomares infetados sem qualquer apoio do Estado

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A decisão do Ministério da Agricultura, publicada na Portaria n.º 370/2025/1, de 30 de outubro, impõe duras medidas fitossanitárias para combater o fogo bacteriano, uma doença altamente contagiosa que afeta sobretudo macieiras, marmeleiros e pereiras. No entanto, a ausência de qualquer apoio financeiro aos agricultores forçados a arrancar e destruir os seus pomares está a gerar forte contestação no setor.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) veio a público criticar a “falta de sensibilidade e de estratégia” por parte do Governo, alertando para os riscos de colapso de dezenas de explorações agrícolas afetadas pela bactéria. Em comunicado, a CNA exige “medidas concretas, céleres e compensatórias” para suportar os custos da destruição das plantações infetadas, limpeza do solo e eventual replantação — bem como compensações pelo rendimento perdido.

“As medidas decretadas pelo Governo, como o arranque e queima de toda a parcela com mais de 50% de plantas doentes, são compreensíveis do ponto de vista sanitário, mas profundamente injustas se não forem acompanhadas de apoios”, afirma a Direção da CNA, lembrando que os agricultores “estão na linha da frente no combate às pragas, mas não podem ser deixados sozinhos a suportar os prejuízos”.

O fogo bacteriano (Erwinia amylovora), endémico em diversas regiões do país, representa uma ameaça crescente aos pomares frutícolas e exige uma resposta articulada entre investigação científica, vigilância ativa e política pública. A CNA defende a criação de uma estratégia nacional permanente para combater pragas e doenças, e não apenas “reacções apressadas quando os surtos já se instalaram”.

Sem uma linha de apoio à replantação ou à reconversão para culturas não hospedeiras, muitas explorações podem não resistir. Para os pequenos produtores, o impacto económico é devastador: perda total da colheita, custos elevados com a destruição das plantas e anos de espera até que novas árvores entrem em produção.

“O país não se pode dar ao luxo de continuar a perder agricultura de proximidade e produção nacional”, sublinha a CNA. “É urgente que o Ministério da Agricultura reveja esta decisão e apresente, de imediato, mecanismos de apoio aos agricultores afetados.”

Com o setor sob pressão e os riscos de abandono da atividade a aumentar, esta poderá tornar-se não apenas uma crise sanitária, mas também uma crise social e económica com consequências duradouras.

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Borrego e cabrito voltam a subir de preço no Alentejo na última semana

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Os preços de ovinos e caprinos voltaram a registar aumentos significativos no Alentejo durante a semana 46 (10 a 16 de novembro), de acordo com o boletim do SIMA/GPP.

No caso do borrego, a tendência de subida foi transversal a várias zonas da região.
No Alentejo Litoral, o borrego entre 22 kg e 28 kg subiu 0,25 €/kg vivo.
Em Beja, os animais de 13 kg a 21 kg aumentaram 0,40 €/kg, enquanto os de 22 kg a 28 kg subiram 0,20 €/kg.
Também em Évora houve reforço de preços: +0,40 €/kg nos borregos de 13 kg a 21 kg e +0,21 €/kg no escalão seguinte.
A exceção foi o borrego com mais de 28 kg, que desceu 0,07 €/kg em Évora.

O mercado do cabrito acompanhou a mesma tendência.
No Alentejo Norte, o cabrito com menos de 10 kg subiu entre 1,00 e 1,50 €/kg vivo, enquanto em Estremoz verificaram-se aumentos idênticos. Já o cabrito com mais de 10 kg registou subidas entre 0,50 e 1,00 €/kg vivo.

Esta evolução confirma o dinamismo do setor. Segundo o Índice de Preços no Produtor, os ovinos e caprinos atingiram 155,72 pontos em setembro de 2025 no Continente, traduzindo uma variação homóloga de +10,25%.

A tendência mantém-se alinhada com o aumento sazonal da procura no último trimestre, período tradicionalmente forte no consumo de borrego e cabrito.

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Cotações do borrego sobem no Alentejo enquanto produção de caprinos recua

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As cotações médias dos borregos registaram uma subida significativa nas principais áreas de mercado do Alentejo, segundo o mais recente boletim do Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA), referente à semana de 3 a 9 de novembro de 2025.

Em Beja, o preço do borrego entre 13 e 21 quilos aumentou 0,40 euros por quilo vivo, enquanto o borrego entre 22 e 28 quilos subiu 0,10 euros. Já em Évora, as valorizações foram ainda mais expressivas, com acréscimos de 0,50 euros, 0,55 euros e 0,77 euros por quilo vivo, consoante a categoria de peso.

Estes aumentos colocam o preço médio nacional do borrego entre 4,34 e 6,03 euros por quilo vivo, valores superiores aos registados em 2024 e acima da média do triénio 2022-2024.

Produção e preços no contexto europeu

O relatório do SIMA indica que Portugal registou uma subida acentuada no preço médio semanal do borrego pesado, atingindo 961,67 euros por 100 quilos de carcaça — uma variação de +16,8% face à semana anterior. Este valor é superior à média da União Europeia, que se situou em 874,19 euros.

No borrego leve, a valorização também foi expressiva, com 1.121,71 euros por 100 quilos de carcaça, ultrapassando os preços de Espanha e da média comunitária.

Queda nos abates e aumento das exportações

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), os abates de ovinos aprovados para consumo entre janeiro e agosto de 2025 registaram uma queda de 16,28% em comparação com 2024, representando uma redução de 1.041 toneladas.

Em contrapartida, as exportações de ovinos vivos e carne aumentaram 57% em valor, totalizando 43,7 milhões de euros, com destaque para o envio de borregos vivos e carne refrigerada.

Caprinos: estabilidade de preços, recuo na produção

Na fileira caprina, as cotações do cabrito até 10 quilos mantiveram-se estáveis nas regiões da Beira Litoral, Beira Interior e Trás-os-Montes, sem alterações significativas no Alentejo.

Contudo, a produção recuou 10,9% entre janeiro e agosto, com 48 mil animais abatidos. Apesar disso, as exportações de carne caprina cresceram 48,6% em valor, impulsionadas pela carne refrigerada.

Contexto nacional

O índice de preços no produtor para ovinos e caprinos registou um aumento de 20,8% em junho de 2025, enquanto o índice harmonizado de preços no consumidor subiu 16,4%, segundo dados do INE e Eurostat.
Estes números refletem uma tendência de valorização dos produtos pecuários, acompanhada por custos de produção elevados e maior pressão sobre os pequenos produtores.

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Governo aposta em Inteligência Artificial para controlo de pragas na agricultura e pecuária

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O Ministério da Agricultura vai implementar um projeto pioneiro que recorre à Inteligência Artificial (IA) para proteger a agricultura e a pecuária em Portugal. A iniciativa tem como objetivo detetar precocemente pragas e doenças que afetam animais e plantas, reforçando a vigilância sanitária e a segurança alimentar.

O projeto, intitulado “OHVeNet – One Health Vector Network”, será desenvolvido pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um investimento total de 10 milhões de euros.

O sistema vai utilizar uma rede nacional de armadilhas inteligentes, capazes de monitorizar insetos em tempo real e identificar situações de risco com o apoio de algoritmos de visão computacional. Estas tecnologias permitirão uma resposta mais rápida e eficaz a potenciais surtos, reduzindo custos e tempo associados à monitorização tradicional.

De acordo com o Ministério da Agricultura, a iniciativa surge “num contexto de alterações climáticas e transformação dos ecossistemas agrícolas”, reforçando a aposta do país numa agricultura sustentável e tecnologicamente avançada.

Com o “OHVeNet”, Portugal posiciona-se na vanguarda europeia da aplicação da IA ao setor agrícola, combinando inovação, ciência e sustentabilidade na defesa da produção nacional.

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Portugal perde mais de 500 milhões de euros por ano por falta de investimento em regadio

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Portugal está a perder mais de 500 milhões de euros por ano devido à falta de investimento em regadio, estima a Fenareg – Federação Nacional de Regantes. O cálculo baseia-se na diferença de produtividade entre culturas de regadio e de sequeiro, sendo que a primeira produz, em média, 5,5 vezes mais.

José Núncio, presidente da federação, sublinha que o país dispõe de potencial para aumentar a área irrigada, mas tem adiado investimentos fundamentais. A estratégia nacional “Água que Une”, que prevê cerca de 300 medidas para a gestão eficiente da água, aponta para a expansão de 120 mil hectares de novas áreas com capacidade de rega.

Os investimentos previstos até 2030 ultrapassam os 5 mil milhões de euros, valor que, segundo a Fenareg, seria compensado ao fim de uma década pela diferença de produção agrícola caso nada seja feito.

Atualmente, o regadio representa 30% da produção agrícola nacional e ocupa 17% da superfície agrícola utilizada — cerca de 633 mil hectares. A meta é aumentar essa proporção para 20%.

José Núncio lembra o exemplo do impacto do Alqueva no distrito de Beja, onde o regadio transformou profundamente a produtividade agrícola e a economia local. “A agricultura de regadio é a indústria do interior”, afirmou.

O responsável expressou ainda preocupação com o futuro da Política Agrícola Comum após 2027, uma vez que está em discussão o fim do II Pilar — dedicado ao desenvolvimento rural — o que deixaria os investimentos dependentes dos orçamentos nacionais de cada Estado-membro. “Isso criaria desigualdades, porque nem todos os países têm a mesma capacidade de investimento”, alertou.

A Fenareg reúne esta quinta-feira, em Lisboa, especialistas nacionais e internacionais nas XVI Jornadas do Regadio, dedicadas ao futuro da água e à execução da estratégia “Água que Une”.

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