Os professores portugueses estão entre os mais envelhecidos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). De acordo com o relatório internacional TALIS 2024 (Teaching and Learning International Survey), publicado esta terça-feira, os docentes do 3.º ciclo e do ensino secundário em Portugal têm uma idade média de 51 anos, seis acima da média dos países da OCDE, fixada nos 45 anos.

Entre os países analisados, Portugal é o segundo com a classe docente mais envelhecida, evidenciando uma tendência que se vem agravando desde 2018. O relatório indica que, nos últimos sete anos, a proporção de professores com mais de 50 anos aumentou oito pontos percentuais ou mais, refletindo o impacto de uma geração que não tem sido renovada.

Em declarações ao Jornal de Notícias, o secretário-geral da Fenprof, Francisco Gonçalves, afirmou que estes dados são consequência de um processo “com década e meia de duração”, iniciado “durante o período da troika, quando 27 mil professores foram forçados a abandonar a profissão e grande parte deles não foi substituída”.

A mesma preocupação foi partilhada pelo secretário-geral da FNE, Pedro Barreiros, que alertou que “os próximos 20 anos serão críticos, com a aposentação prevista de mais de metade do corpo docente atual”. Barreiros sublinhou ainda que “será complexo inverter a tendência” e defendeu que, mais do que incentivos pontuais, “é necessário melhorar as remunerações para atrair novas gerações à profissão”.

O estudo revela também que mais de 60% dos professores portugueses têm mais de 20 anos de experiência, e 90% possuem habilitações de mestrado. Além disso, cerca de 20% dos docentes admitiram lamentar ter escolhido a profissão, uma percentagem semelhante à registada na Coreia e em Malta.

O projeto “Vendedorzinho – Estórias Dentro da Nossa História: Figuras e Factos em Montemor-o-Novo” já começou a ser apresentado ao público escolar desde 6 de outubro. Criado por Beatriz Filomeno e produzido pela Trimagisto, trata-se da versão para crianças e famílias do espetáculo “Vendedor de Recordações”.

O percurso teatral-performativo permite reviver a história de Montemor-o-Novo, explorando o passado da cidade e apresentando personagens de referência associadas a locais especiais do Centro Histórico.

Sessões abertas ao público

• Data: Sábado, 11 de outubro
• Horários: 10h30 e 17h00
• Ponto de encontro: Terreiro São João de Deus

As apresentações para escolas decorrem durante todo o mês de outubro, oferecendo uma experiência educativa e cultural que combina história, teatro e interação com os participantes.

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação celebrou contratos-programa com instituições de ensino superior para formar mais 9.677 professores até ao ano letivo de 2029-2030, garantindo o pagamento integral do custo por aluno.

Detalhes do programa

• Orçamento total: 27,2 milhões de euros para contratos com universidades e politécnicos, com possibilidade de celebrar novos acordos.
• Primeiros contratos assinados: 11 contratos-programa com universidades e politécnicos, incluindo:
  • Universidades: Algarve, Lisboa, Nova de Lisboa, Trás-os-Montes e Alto Douro
  • Politécnicos: Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém e Setúbal
• Vagas oferecidas: 9.677 vagas até 2029-2030
  • 4.349 em licenciaturas
  • 5.238 em mestrados
• Financiamento adicional: Majorações de até 20% por aluno diplomado em áreas prioritárias e até 10% em licenciaturas de educação básica.
• Contratos especiais: Universidade Aberta terá 300 professores a iniciar profissionalização ainda este ano.

Objetivos e prioridades

• Reforçar formação em zonas com mais dificuldades de contratação, como Lisboa, Setúbal, Algarve e Alentejo.
• Garantir que as instituições não tenham déficit financeiro com a formação de professores.
• Incentivar jovens a ingressar na carreira docente, com alterações na carreira e incentivos adequados.
• Necessidade futura: Portugal precisará contratar cerca de 39 mil docentes até 2035, segundo estudo da Nova SBE.

O ministro Fernando Alexandre afirmou que, embora os primeiros contratos incluam apenas instituições públicas, protocolos com privados poderão ser estudados futuramente.

O programa Alentejo 2030 anunciou a abertura de um concurso com uma dotação de três milhões de euros, destinado a apoiar a criação e o funcionamento de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP) em instituições públicas de ensino superior politécnico da região.

De acordo com a autoridade de gestão do programa operacional regional, o objetivo deste aviso é reforçar a oferta formativa alinhada com a Estratégia de Especialização Inteligente do Alentejo (EREI-RIS3), promovendo a qualificação dos jovens e a competitividade regional.

Podem candidatar-se instituições públicas de ensino superior politécnico e as unidades orgânicas integradas em universidades públicas. As candidaturas estão abertas até 26 de dezembro de 2025.

Com esta medida, o Alentejo 2030 pretende fortalecer o ensino superior de base tecnológica, ajustando a formação às necessidades do mercado de trabalho regional e incentivando a fixação de jovens qualificados no território.