Agricultura
Madeira lidera o renascimento do turismo português: Agosto regista máximos históricos
Por Carlos Papafina
Edição Canal Alentejo / Regiões
O turismo português voltou a surpreender em agosto de 2025. Depois de dois anos de crescimento sustentado, o país registou um novo pico de dormidas e receitas, consolidando-se como um dos destinos europeus mais dinâmicos. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a Região Autónoma da Madeira liderou o crescimento nacional, com um aumento homólogo de 13,1% nas dormidas, superando de forma clara a média do país.
A ilha atlântica beneficiou da consolidação de novas rotas aéreas, da aposta em turismo de natureza e do alargamento da oferta de alojamento de gama média-alta. O investimento em experiências integradas — caminhadas nas levadas, observação de cetáceos e turismo gastronómico — tem atraído um visitante mais consciente, de maior permanência e despesa média superior.
Logo atrás da Madeira, o Alentejo surge como a segunda região de maior crescimento, com +10,3% de dormidas, destacando-se o turismo interior, em particular os concelhos de Évora, Beja e Reguengos de Monsaraz. O reforço da promoção enoturística, a recuperação de casas senhoriais transformadas em unidades de charme e a autenticidade das experiências rurais contribuíram para um verão de ocupação quase plena.
Os Açores, por sua vez, consolidaram o seu lugar como destino de natureza premium, com um aumento de 8,4% face ao mesmo mês de 2024. A aposta em sustentabilidade, a limitação de fluxos e o controlo da pressão sobre os ecossistemas mostram que é possível crescer sem comprometer o território.
No total, Portugal ultrapassou em agosto os 10,6 milhões de dormidas, com receitas superiores a 1,2 mil milhões de euros, segundo o INE e o Banco de Portugal. A procura externa continua a dominar — com o Reino Unido, Alemanha, França e Espanha a liderar os mercados emissores —, mas o turismo interno mantém uma expressão significativa, especialmente no interior e nas regiões menos massificadas.
O Turismo de Portugal confirma que o país atravessa uma “fase de maturidade e diversificação”, com novos polos a emergir fora dos grandes centros urbanos. O Centro e o Norte apresentam também crescimento moderado, sustentado pelo turismo cultural e gastronómico, enquanto Lisboa e Algarve registam um abrandamento natural após um verão de elevada procura antecipada e aumento da capacidade instalada.
Os números demonstram um país cada vez mais descentralizado na sua oferta e mais consciente da importância de equilibrar crescimento com sustentabilidade. Se a década anterior foi de afirmação internacional, 2025 é o ano da consolidação e da redistribuição — quando regiões como a Madeira e o Alentejo provaram que é possível crescer sem perder autenticidade.
“O desafio agora é manter este ritmo fora da época alta, reforçando o turismo cultural, científico e criativo”, sublinha fonte do setor ouvida pelo Canal Alentejo. “Portugal tem condições únicas para ser o primeiro destino europeu a atingir a neutralidade turística: crescimento com consciência.”
Com o outono à vista, o país prepara-se para mais uma época de congressos, enoturismo e festivais culturais — segmentos que prometem prolongar a maré alta do turismo português até ao final do ano.
Agricultura
Borrego e cabrito voltam a subir de preço no Alentejo na última semana

Os preços de ovinos e caprinos voltaram a registar aumentos significativos no Alentejo durante a semana 46 (10 a 16 de novembro), de acordo com o boletim do SIMA/GPP.
No caso do borrego, a tendência de subida foi transversal a várias zonas da região.
No Alentejo Litoral, o borrego entre 22 kg e 28 kg subiu 0,25 €/kg vivo.
Em Beja, os animais de 13 kg a 21 kg aumentaram 0,40 €/kg, enquanto os de 22 kg a 28 kg subiram 0,20 €/kg.
Também em Évora houve reforço de preços: +0,40 €/kg nos borregos de 13 kg a 21 kg e +0,21 €/kg no escalão seguinte.
A exceção foi o borrego com mais de 28 kg, que desceu 0,07 €/kg em Évora.
O mercado do cabrito acompanhou a mesma tendência.
No Alentejo Norte, o cabrito com menos de 10 kg subiu entre 1,00 e 1,50 €/kg vivo, enquanto em Estremoz verificaram-se aumentos idênticos. Já o cabrito com mais de 10 kg registou subidas entre 0,50 e 1,00 €/kg vivo.
Esta evolução confirma o dinamismo do setor. Segundo o Índice de Preços no Produtor, os ovinos e caprinos atingiram 155,72 pontos em setembro de 2025 no Continente, traduzindo uma variação homóloga de +10,25%.
A tendência mantém-se alinhada com o aumento sazonal da procura no último trimestre, período tradicionalmente forte no consumo de borrego e cabrito.
Agricultura
Cotações do borrego sobem no Alentejo enquanto produção de caprinos recua

As cotações médias dos borregos registaram uma subida significativa nas principais áreas de mercado do Alentejo, segundo o mais recente boletim do Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA), referente à semana de 3 a 9 de novembro de 2025.
Em Beja, o preço do borrego entre 13 e 21 quilos aumentou 0,40 euros por quilo vivo, enquanto o borrego entre 22 e 28 quilos subiu 0,10 euros. Já em Évora, as valorizações foram ainda mais expressivas, com acréscimos de 0,50 euros, 0,55 euros e 0,77 euros por quilo vivo, consoante a categoria de peso.
Estes aumentos colocam o preço médio nacional do borrego entre 4,34 e 6,03 euros por quilo vivo, valores superiores aos registados em 2024 e acima da média do triénio 2022-2024.
Produção e preços no contexto europeu
O relatório do SIMA indica que Portugal registou uma subida acentuada no preço médio semanal do borrego pesado, atingindo 961,67 euros por 100 quilos de carcaça — uma variação de +16,8% face à semana anterior. Este valor é superior à média da União Europeia, que se situou em 874,19 euros.
No borrego leve, a valorização também foi expressiva, com 1.121,71 euros por 100 quilos de carcaça, ultrapassando os preços de Espanha e da média comunitária.
Queda nos abates e aumento das exportações
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), os abates de ovinos aprovados para consumo entre janeiro e agosto de 2025 registaram uma queda de 16,28% em comparação com 2024, representando uma redução de 1.041 toneladas.
Em contrapartida, as exportações de ovinos vivos e carne aumentaram 57% em valor, totalizando 43,7 milhões de euros, com destaque para o envio de borregos vivos e carne refrigerada.
Caprinos: estabilidade de preços, recuo na produção
Na fileira caprina, as cotações do cabrito até 10 quilos mantiveram-se estáveis nas regiões da Beira Litoral, Beira Interior e Trás-os-Montes, sem alterações significativas no Alentejo.
Contudo, a produção recuou 10,9% entre janeiro e agosto, com 48 mil animais abatidos. Apesar disso, as exportações de carne caprina cresceram 48,6% em valor, impulsionadas pela carne refrigerada.
Contexto nacional
O índice de preços no produtor para ovinos e caprinos registou um aumento de 20,8% em junho de 2025, enquanto o índice harmonizado de preços no consumidor subiu 16,4%, segundo dados do INE e Eurostat.
Estes números refletem uma tendência de valorização dos produtos pecuários, acompanhada por custos de produção elevados e maior pressão sobre os pequenos produtores.
Agricultura
Governo aposta em Inteligência Artificial para controlo de pragas na agricultura e pecuária

O Ministério da Agricultura vai implementar um projeto pioneiro que recorre à Inteligência Artificial (IA) para proteger a agricultura e a pecuária em Portugal. A iniciativa tem como objetivo detetar precocemente pragas e doenças que afetam animais e plantas, reforçando a vigilância sanitária e a segurança alimentar.
O projeto, intitulado “OHVeNet – One Health Vector Network”, será desenvolvido pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um investimento total de 10 milhões de euros.
O sistema vai utilizar uma rede nacional de armadilhas inteligentes, capazes de monitorizar insetos em tempo real e identificar situações de risco com o apoio de algoritmos de visão computacional. Estas tecnologias permitirão uma resposta mais rápida e eficaz a potenciais surtos, reduzindo custos e tempo associados à monitorização tradicional.
De acordo com o Ministério da Agricultura, a iniciativa surge “num contexto de alterações climáticas e transformação dos ecossistemas agrícolas”, reforçando a aposta do país numa agricultura sustentável e tecnologicamente avançada.
Com o “OHVeNet”, Portugal posiciona-se na vanguarda europeia da aplicação da IA ao setor agrícola, combinando inovação, ciência e sustentabilidade na defesa da produção nacional.
Agricultura
Portugal perde mais de 500 milhões de euros por ano por falta de investimento em regadio

Portugal está a perder mais de 500 milhões de euros por ano devido à falta de investimento em regadio, estima a Fenareg – Federação Nacional de Regantes. O cálculo baseia-se na diferença de produtividade entre culturas de regadio e de sequeiro, sendo que a primeira produz, em média, 5,5 vezes mais.
José Núncio, presidente da federação, sublinha que o país dispõe de potencial para aumentar a área irrigada, mas tem adiado investimentos fundamentais. A estratégia nacional “Água que Une”, que prevê cerca de 300 medidas para a gestão eficiente da água, aponta para a expansão de 120 mil hectares de novas áreas com capacidade de rega.
Os investimentos previstos até 2030 ultrapassam os 5 mil milhões de euros, valor que, segundo a Fenareg, seria compensado ao fim de uma década pela diferença de produção agrícola caso nada seja feito.
Atualmente, o regadio representa 30% da produção agrícola nacional e ocupa 17% da superfície agrícola utilizada — cerca de 633 mil hectares. A meta é aumentar essa proporção para 20%.
José Núncio lembra o exemplo do impacto do Alqueva no distrito de Beja, onde o regadio transformou profundamente a produtividade agrícola e a economia local. “A agricultura de regadio é a indústria do interior”, afirmou.
O responsável expressou ainda preocupação com o futuro da Política Agrícola Comum após 2027, uma vez que está em discussão o fim do II Pilar — dedicado ao desenvolvimento rural — o que deixaria os investimentos dependentes dos orçamentos nacionais de cada Estado-membro. “Isso criaria desigualdades, porque nem todos os países têm a mesma capacidade de investimento”, alertou.
A Fenareg reúne esta quinta-feira, em Lisboa, especialistas nacionais e internacionais nas XVI Jornadas do Regadio, dedicadas ao futuro da água e à execução da estratégia “Água que Une”.
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