O INFARMED avançou esta terça-feira com a abertura do concurso público para a instalação de um posto farmacêutico móvel em São Salvador da Aramenha, no concelho de Marvão, reforçando a cobertura farmacêutica numa zona de baixa densidade populacional.

O procedimento estará aberto durante 15 dias úteis e dirige-se a farmácias do município de Marvão ou de concelhos limítrofes, tal como previsto no regulamento.

As candidaturas devem ser apresentadas pelo proprietário da farmácia, através de requerimento dirigido ao presidente do Conselho Diretivo do INFARMED, enviado por correio eletrónico.

A criação deste posto móvel pretende facilitar o acesso da população a medicamentos e serviços farmacêuticos essenciais, aproximando cuidados de saúde de comunidades mais remotas.

A ameaça cresce de forma silenciosa, mas o impacto é brutal. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) estima que mais de 35 mil pessoas morram todos os anos na União Europeia e no Espaço Económico Europeu devido a infeções resistentes aos antibióticos. É uma crise de saúde pública em aceleração — e sem sinais de abrandar.

O alerta surge no Dia Europeu da Consciencialização sobre os Antibióticos, acompanhado de dados preocupantes: a resistência antimicrobiana continua a subir na maioria dos países europeus, colocando em causa metas essenciais para 2030.

A situação é especialmente grave em bactérias como a Klebsiella pneumoniae, resistente aos carbapenemes — um grupo de antibióticos de último recurso. Desde 2019, as infeções da corrente sanguínea causadas por esta bactéria aumentaram mais de 60%, quando a meta era uma redução de 5%.

Também as infeções por Escherichia coli resistentes às cefalosporinas de terceira geração subiram mais de 5%, contrariando o objetivo de descida de 10%. Em paralelo, o consumo de antibióticos aumentou em 2024, quando deveria ter recuado 20%.

A diretora do ECDC, Pamela Rendi-Wagner, fala em três frentes urgentes: uso responsável de antibióticos, prevenção e controlo de infeções e desenvolvimento de novos tratamentos. Mas o pipeline global de antibióticos continua pobre — há poucos fármacos inovadores perto de aprovação.

A resistência antimicrobiana ameaça procedimentos que hoje salvam vidas: transplantes, tratamentos oncológicos, cirurgias, cuidados intensivos. E coloca uma sombra sobre um futuro em que infeções comuns podem voltar a ser mortais.

O Instituto Nacional de Emergência Médica abriu um novo concurso para reforçar as suas equipas de enfermagem, num momento em que a pressão sobre o sistema de saúde continua elevada e a resposta pré-hospitalar exige recursos altamente especializados. O procedimento, já disponível na Bolsa de Emprego Público, prevê a contratação de 36 enfermeiros especialistas para integrarem a carreira especial de enfermagem, em regime de contrato público por tempo indeterminado.

A distribuição das vagas acompanha as necessidades das delegações regionais: 11 lugares para o Norte, oito para o Centro, 14 para Lisboa, Vale do Tejo e Alentejo, e três para o Algarve. O reforço contempla três áreas diferenciadas, fundamentais na prestação de cuidados urgentes: Enfermagem Médico-Cirúrgica na área da Pessoa em Situação Crítica (32 vagas), Saúde Materna e Obstétrica (2 vagas) e Saúde Infantil e Pediátrica (2 vagas).

Para concorrer, os profissionais devem possuir licenciatura em enfermagem, título de especialista atribuído pela Ordem dos Enfermeiros, mínimo de quatro anos de experiência, cédula profissional válida e vínculo público por tempo indeterminado. As candidaturas decorrem até 25 de novembro, mantendo-se abertas desde a passada terça-feira.

O concurso surge num contexto de crescente exigência sobre o INEM, que, ano após ano, enfrenta um volume maior de ocorrências e constrangimentos associados à falta de recursos humanos. O reforço das equipas especializadas é, por isso, visto como um passo necessário para garantir uma resposta mais eficaz no terreno, sobretudo perante episódios recentes de mau tempo e situações de emergência prolongadas.

O Governo aprovou uma despesa plurianual de 11 milhões de euros destinada à manutenção e gestão da frota automóvel do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), uma estrutura que opera atualmente com cerca de 600 veículos. A decisão surge num momento em que o próprio Executivo reconhece problemas persistentes na operacionalidade dos meios de emergência.

António Leitão Amaro, ministro da Presidência, recordou, após o Conselho de Ministros desta quinta-feira, que têm sido frequentes os relatos de ambulâncias e viaturas com manutenção insuficiente, situação que tem conduzido a períodos de inoperacionalidade dos meios. O investimento agora aprovado procura travar essa tendência.

A medida ganha particular relevância à luz da auditoria realizada pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), no final de 2024. O relatório revelava que, dos 524 veículos então contabilizados, 170 estavam imobilizados em oficina, cerca de 33% da frota própria. A antiguidade dos meios — com 76,7% das viaturas matriculadas até 2015 — era apontada como um dos principais fatores para o desgaste acelerado e consequentes custos de manutenção.

A frota do INEM opera diariamente em condições extremamente exigentes, sendo estrutural para a resposta nacional em emergência pré-hospitalar. A renovação, reparação e melhor gestão destes veículos tornaram-se, por isso, uma necessidade urgente para garantir um serviço eficaz e seguro.

O investimento agora aprovado procura estabilizar a capacidade de resposta do instituto e mitigar os constrangimentos operacionais que se têm acumulado. Será também um teste à capacidade do Estado em assegurar condições mínimas de fiabilidade num dos setores mais sensíveis da função pública: a emergência médica.