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Cultura

“Springsteen: Deliver Me from Nowhere” um filme que encena o nervo do artista sem conseguir tocar o nervo da obra

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O novo filme de Scott Cooper sobre o período de gestação de “Nebraska” (1982), o disco cru que Bruce Springsteen gravou no quarto com um gravador de quatro pistas, chega aos cinemas como promessa de mergulho numa das zonas mais assombradas da música norte-americana. Mas entrega, no essencial, um biopic obediente, previsível no arco dramático e superficial no acesso ao labirinto psíquico que fez daquele álbum uma exceção na carreira do autor de “Born to Run”.

A limitação não está no protagonista. Jeremy Allen White oferece uma composição contida, nervosa, feita de microtensões, fisicamente plausível para alguém a rasgar entre intimidade e fama, e suficientemente porosa para que se adivinhem as sombras sem que o filme precise gritá-las. O ator faz o que pode com um guião que prefere ilustrar factos a interrogar fantasmas.

Cooper filma com profissionalismo, inclui passagens musicalmente interessantes, mas não assume risco formal condizente com o próprio álbum retratado — um objeto radicalmente minimalista, frio, quase clínico no despojamento. O filme escuta “Nebraska” como memorabilia e não como método: privilegia o anedótico (o quarto, o gravador, a tensão pré-estrelato) e abdica de converter o ascetismo do disco em linguagem cinematográfica.

O resultado é paradoxal: uma obra sobre a coragem de ir contra o ruído que tem medo de reduzir o volume. O filme confirma a biografia, mas falha a revelação: explica Springsteen sem o decifrar.

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Cultura

Feira Nacional do Cavalo avança com candidatura a património cultural imaterial e aponta à UNESCO

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A Feira Nacional do Cavalo, que todos os anos transforma a Golegã no epicentro do mundo equestre, deu um passo decisivo rumo ao reconhecimento internacional. A organização formalizou a candidatura ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, ambicionando, numa fase posterior, avançar para a classificação como Património da Humanidade pela UNESCO.

A candidatura — entregue ao Ministério da Cultura em setembro e atualmente em apreciação — reúne perto de duas mil páginas de documentação. Inclui registos históricos desde o século XVI, testemunhos, estudos, fotografias raras e referências que atravessam várias épocas, de D. Sebastião ao Marquês de Pombal, passando pelos concursos promovidos por D. Luís. Segundo José de Castro Canelas, diretor da Feira Nacional do Cavalo, esta é “uma das candidaturas mais completas e meritórias que Portugal apresentou nos últimos anos”.

A singularidade da feira, que decorre durante dez dias de novembro, está no modo como incorpora lazer, identidade cultural e tradição equestre. Cerca de um milhão de visitantes deslocam-se à Golegã — uma vila com pouco mais de três mil habitantes — para assistir ao desfile de três mil cavalos, todos identificados e sujeitos a rigorosas normas de bem-estar animal. Mas a essência do evento vai além das competições: é romaria, é convívio, é traje tradicional, é música, fado e gastronomia.

A candidatura sublinha ainda o papel do cavalo lusitano, considerado o cavalo de sela mais antigo do mundo e um dos grandes embaixadores de Portugal. A sua projeção internacional é antiga e consolidada: os criadores portugueses exportam para todos os continentes e até a guarda real de Marrocos foi equipada com lusitanos.

Fundada em 1571 por D. Sebastião, a Feira Nacional do Cavalo evoluiu de mercado rural para referência mundial na criação e promoção do cavalo lusitano. Nos últimos anos, o evento reforçou a sua internacionalização, enquanto a Golegã se afirmou como um verdadeiro polo equestre, acolhendo o Centro de Alto Rendimento e organizando mais de 20 fins de semana anuais de atividades do setor.

Se a aprovação nacional avançar, Portugal poderá então preparar a candidatura à UNESCO — um caminho que exige tempo, rigor e consenso, mas que colocaria a feira ao lado de alguns dos mais importantes patrimónios culturais vivos do mundo.

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Cultura

Évora recebe a Orquestra Sinfónica Juvenil no XXI Ciclo “Música no Inverno”

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O ciclo “Música no Inverno”, promovido pela Associação Musical de Évora – Eborae Mvsica, regressa este ano com uma programação que cruza talento jovem, património e excelência artística. No próximo 22 de novembro, às 19h30, a Orquestra Sinfónica Juvenil sobe ao palco da Igreja da Misericórdia, em Évora, sob direção do maestro Christopher Bochmann, figura incontornável da composição e da pedagogia musical em Portugal.

O maestro, ligado há mais de quatro décadas à Orquestra Sinfónica Juvenil, mantém uma carreira marcada por uma vasta obra para diferentes formações e por um sólido percurso académico. Ao longo dos anos, contribuiu decisivamente para a formação de gerações de instrumentistas profissionais, muitos deles hoje integrantes das principais orquestras nacionais.

Entre os solistas convidados destaca-se Francisco Lima Santos, violinista que se formou em Lisboa, Bruxelas e Madrid, e que desde 2017 integra a Orquestra Gulbenkian como 1.º Concertino Auxiliar. Antigo bolseiro da própria OSJ, regressa agora ao palco que o viu crescer enquanto intérprete.

A Orquestra Sinfónica Juvenil, única no país com atividade permanente, reúne cerca de 70 jovens músicos de diversas escolas superiores e conservatórios da região de Lisboa. O seu repertório, sempre em renovação, percorre mais de três séculos de criação musical, num trabalho que tem alimentado novos públicos e consolidado uma cultura sinfónica no país.

O programa deste concerto percorre universos expressivos distintos, da energia mitológica de Beethoven e Liszt à escrita contemporânea do próprio Bochmann, passando pelo lirismo do célebre Concerto para Violino n.º 1 de Max Bruch.

A entrada é livre mediante pré-reserva, recomendada devido à elevada procura. Os bilhetes podem ser reservados através de eboraemusica@gmail.com
; mais informações estão disponíveis em eboraemusica.pt ou pelos contactos telefónicos indicados pela organização.

O evento é promovido pela Eborae Mvsica, com coprodução da Câmara Municipal de Évora e apoio de diversas entidades culturais e de comunicação social.

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Montemor-o-Novo celebra José Saramago e o primeiro aniversário do Centro Levantado do Chão

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Nos dias 15 e 16 de novembro, Montemor-o-Novo celebra o 103.º aniversário de José Saramago e o 1.º aniversário do Centro Interpretativo Levantado do Chão, espaço criado em homenagem ao escritor e à sua profunda ligação ao Alentejo. O evento, promovido pela Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, decorrerá entre as 15h00 e as 18h00, convidando o público a participar em dois dias de homenagem à obra, ao autor e à memória coletiva que ele ajudou a eternizar.

O romance “Levantado do Chão”, publicado em 1980, é um dos pilares da literatura portuguesa contemporânea e o texto que levou o nome do concelho para o mundo, retratando com lirismo e rigor a luta dos trabalhadores alentejanos. O Centro Interpretativo, inaugurado a 16 de novembro de 2024, nasceu precisamente como um espaço de reflexão e encontro entre literatura, história e território.

Em 2025, ano em que se assinalam 103 anos sobre o nascimento de Saramago, a celebração recorda também a frase emblemática do autor: “Do chão sabemos que se levantam as searas e as árvores, levantam-se os homens e as suas esperanças.” Uma síntese perfeita da relação entre a terra e a dignidade humana que o escritor soube transformar em arte universal.

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Aveleda une vinho e literatura no Festival Utopia com experiências vínico-literárias

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A Aveleda volta a marcar presença no Festival Utopia, que decorre de 14 a 23 de novembro em Braga, com uma proposta que combina vinho, literatura e emoção. A marca estreia dois jantares vínico-literários com os autores Afonso Cruz e Rita Redshoes, promovendo uma imersão sensorial entre palavras, aromas e sabores.

Os encontros terão lugar no restaurante Livraria, em Braga — com Rita Redshoes a 17 de novembro e Afonso Cruz a 21 de novembro, ambos com início às 20h00. Cada jantar contará com um menu exclusivo harmonizado com vinhos e espumante Aveleda, celebrando a ligação entre a enogastronomia e a criação literária.

“A enogastronomia é feita de detalhes e está na génese de emoções que se partilham. À semelhança de um livro marcante, fomentam-se histórias que ficam na nossa memória”, afirma Filipa Albergaria, brand manager da Aveleda.

Durante os dois fins de semana do festival (15, 16, 22 e 23 de novembro), os visitantes poderão ainda explorar a “Biblioteca Aveleda”, um espaço imersivo que combina história, literatura e prova de vinhos da gama Aveleda Castas, convidando o público a uma viagem pelos sentidos.

Além das experiências vínico-literárias, a marca participará, a 15 de novembro, na sessão que reunirá o Prémio Nobel da Literatura Abdulrazak Gurnah e o escritor Mia Couto, reforçando o diálogo entre cultura e vinho.

Os bilhetes para os jantares vínico-literários by Aveleda já estão disponíveis para reserva no site oficial do festival: festival-utopia.pt

Sobre a Aveleda:
Fundada em 1870, a Aveleda atua nas regiões dos Vinhos Verdes, Douro, Bairrada e Algarve, com cerca de 600 hectares de vinha e presença em mais de 85 países. Reconhecida pelo seu compromisso com a sustentabilidade, é a única empresa vitivinícola portuguesa certificada como Entidade Familiarmente Responsável, B Corp e detentora do Referencial Nacional de Sustentabilidade.

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