Educação
Cerca de 20% dos professores admitem querer abandonar carreira.
Mais de metade dos professores com menos de 30 anos admite a possibilidade de abandonar a carreira docente, segundo o Estudo da Educação divulgado esta terça-feira pelo Diário de Notícias. A tendência não se limita aos mais jovens: também entre os docentes mais experientes cresce a intenção de deixar a profissão, sinalizando um mal-estar generalizado no setor.
No total, cerca de 20% dos professores em Portugal afirmam ponderar sair da docência, num contexto marcado por desgaste acumulado, baixos níveis de atratividade da carreira e pressões crescentes nas escolas. O documento alerta para o impacto inevitável que esta atitude pode ter no futuro da educação, sobretudo num momento em que a escassez de docentes já se faz sentir em vários níveis de ensino.
O estudo estima que, ao longo da próxima década, será necessário contratar em média 3.800 novos docentes por ano apenas para renovar o quadro existente. Este número resulta do elevado ritmo de aposentações previsto e da dificuldade crescente em atrair novos profissionais para a carreira.
A insuficiência de professores não se restringe ao ensino básico e secundário. O relatório observa que o problema começa também a manifestar-se no ensino superior, onde as instituições enfrentam desafios para substituir docentes e garantir continuidade científica e pedagógica.
O cenário traça uma década decisiva para o sistema educativo português, que terá de enfrentar simultaneamente a renovação geracional do corpo docente e a necessidade de tornar a profissão mais sustentável e atrativa.
Turismo
“Férias Debaixo de Água” regressam ao Oceanário de Lisboa com um Natal subaquático para crianças

O Natal volta a fazer-se de ondas, escamas e barbatanas no Oceanário de Lisboa. Entre 17 de dezembro e 2 de janeiro, as já tradicionais Férias Debaixo de Água convidam crianças dos 4 aos 12 anos a mergulhar num programa onde a magia festiva se mistura com a descoberta do mundo marinho.
Nesta edição, o imaginário natalício ganha novos protagonistas: as renas dão lugar às raias, as estrelas brilham debaixo de água e até a consoada ganha sabor a algas. Ao longo de vários dias temáticos, os participantes são desafiados a explorar ecossistemas, observar comportamentos surpreendentes e conhecer espécies tão distintas como tubarões incansáveis, peixes que dormem longas sestas e as sempre carismáticas lontras-marinhas.
O objetivo é simples: transformar a curiosidade dos mais novos numa aventura que reforça o respeito pelo oceano. Entre jogos, storytelling, ioga, dança criativa, conversas com aquaristas, passeios de teleférico e momentos de expressão artística, as crianças aprendem que cada pequeno gesto conta na preservação do planeta azul.
O programa decorre em dias úteis (excluindo fins de semana, feriados, e os dias 24 e 31), entre as 8h30 e as 18h30, com preços a partir de 55 euros por dia. Existem ainda pacotes de quatro e cinco dias, com alimentação incluída e opções adaptadas a restrições alimentares. Os descontos previstos abrangem irmãos, a compra de pacotes múltiplos e aniversariantes que tenham celebrado festas no Oceanário.
A participação exige inscrição prévia e está sujeita a um mínimo de 10 crianças por dia.
Mais informações e inscrições disponíveis em:
https://oceanario.pt/programas/campo-de-ferias/
Educação
Estado da Educação. Alunos carenciados e estrangeiros são os mais afetados por desigualdades

O relatório “Estado da Educação 2024”, divulgado esta terça-feira pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), confirma que o sistema educativo português está mais diverso e conta com mais alunos. No entanto, essa evolução não tem sido acompanhada por uma redução das desigualdades. As crianças e jovens de famílias com maior fragilidade social e económica, bem como os alunos estrangeiros, continuam a ter taxas de conclusão no tempo esperado significativamente mais baixas do que os restantes.
O documento assinala que a presença de alunos de nacionalidade estrangeira voltou a crescer nas escolas portuguesas. No ano letivo de 2023/2024 frequentaram a escolaridade obrigatória 174.126 alunos estrangeiros, mais 31.366 do que no ano anterior, um aumento de 22%. No total, representam 13,6% dos estudantes do ensino básico e secundário e 9,5% das crianças na educação pré-escolar. Em cada 100 alunos do básico e secundário, cerca de 13 são estrangeiros.
O CNE identifica falhas estruturais na resposta de inclusão. A oferta de Português Língua Não Materna continua aquém das necessidades, deixando muitos alunos sem o apoio essencial para a integração linguística. As estratégias de apoio às aprendizagens revelam fragilidades e eficácia insuficiente, contribuindo para a continuidade das desigualdades.
O relatório também destaca a falta de recursos especializados, sobretudo no apoio a crianças e jovens com necessidades específicas de saúde. Apesar de terem sido implementadas medidas excecionais, como reforço temporário de docentes e técnicos, subsistem assimetrias territoriais e carência de profissionais que dificultam uma resposta adequada. O CNE defende uma articulação mais forte entre as estruturas da Educação e da Saúde e um reforço efetivo dos recursos humanos.
No que diz respeito aos professores, o estudo revela um mal-estar crescente. Muitos admitem a intenção de abandonar a profissão, motivados sobretudo por salários considerados desajustados. O CNE estima que o sistema necessite de cerca de 40 mil novos docentes nos próximos anos para suprir aposentações e falta de quadros.
Outro ponto sensível é a diferença entre classificações internas atribuídas por escolas públicas e privadas nos cursos científico-humanísticos. As notas internas dos estabelecimentos privados continuam, em média, dois valores acima das das escolas públicas, o que tem impacto direto no acesso ao ensino superior. A transição para a universidade mantém também uma forte dependência do contexto socioeconómico: apenas 48% dos alunos mais desfavorecidos ingressam no ensino superior no ano seguinte ao secundário, face a 57% daqueles que não dependem de apoios financeiros.
Apesar de o país ter atingido um número recorde de diplomados — 101.213, um aumento de 5,9% —, o CNE alerta que permanece o desafio central de garantir oportunidades verdadeiramente equitativas para todos os estudantes.
Educação
Politécnico de Beja aposta em IA para modernizar o sistema de ensino

O Instituto Politécnico de Beja integrou um projeto nacional que pretende modernizar o sistema de ensino através da utilização de ferramentas de inteligência artificial. A iniciativa, denominada “IAedu”, disponibiliza gratuitamente à comunidade académica vários recursos digitais avançados, com a intenção de integrar a IA no ensino superior de forma consciente, segura e alinhada com as exigências éticas atuais. João Martins, pró-presidente para a Investigação e Cooperação, explica que o objetivo é garantir que nenhum diplomado termine um curso sem competências na utilização destas tecnologias, salientando questões como a propriedade intelectual e o uso responsável.
O responsável reconhece que a modernização do ensino é inevitável e que a IA já está presente em múltiplas dimensões da aprendizagem. Destaca que os modelos tradicionais de avaliação terão de ser repensados, assim como a elaboração e entrega de trabalhos, que passam a envolver ferramentas inteligentes. Para João Martins, o “comboio da IA” já está em marcha e as instituições não podem ficar para trás, sobretudo num contexto em que aumentam as exigências de literacia digital e ainda persistem dificuldades básicas no uso de ferramentas tecnológicas.
Segundo nota enviada pelo Instituto Politécnico de Beja, a “IAedu” pretende democratizar o acesso a oportunidades digitais, promovendo uma utilização responsável, equitativa e colaborativa da inteligência artificial. A plataforma insere-se nas estratégias nacionais dedicadas à tecnologia e ao futuro do ensino superior e já se encontra disponível para docentes, estudantes, investigadores e colaboradores. Inclui ainda um guia de utilização com informações detalhadas, materiais de apoio e funcionalidades para facilitar o processo de aprendizagem e adaptação às novas ferramentas.
Educação
Governo propõe bolsa máxima para estudantes carenciados abaixo do limiar da pobreza

Estudantes do ensino superior pertencentes a agregados familiares com rendimentos abaixo do limiar da pobreza vão passar a receber automaticamente a bolsa máxima, segundo a proposta de reforma da ação social apresentada esta quarta-feira pelo Governo aos parceiros do setor.
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) avança que o novo modelo pretende garantir condições de frequência e conclusão do ensino superior “independentemente da situação económica do estudante”, partindo do diagnóstico realizado pela Nova SBE que identificou falhas estruturais no regime atual e demonstrou o impacto das bolsas na redução do abandono escolar.
Bolsa ajustada ao custo real de vida em cada concelho
A proposta prevê que o valor das bolsas passe a ser calculado a partir do custo real de estudar em cada concelho, incluindo propinas, alimentação, transportes e alojamento. Para isso, serão diferenciados estudantes deslocados e não deslocados, assegurando que o apoio acompanha os encargos efetivos.
O montante final a atribuir resultará da diferença entre o custo total do estudo e a capacidade contributiva do agregado familiar. Sempre que essa diferença seja positiva, o estudante torna-se elegível para apoio. No caso das famílias abaixo do limiar da pobreza, a capacidade contributiva passa a ser considerada nula, o que garante a atribuição da bolsa máxima.
Bolsa de incentivo para alunos do escalão 1 do abono de família
Entre as novidades incluídas na proposta está também a criação de uma bolsa de incentivo, destinada aos estudantes beneficiários do escalão 1 do abono de família. O valor será de 1.045 euros anuais, atribuído automaticamente aquando da matrícula no primeiro ano, com o objetivo de mitigar custos iniciais e reduzir a incerteza sentida pelos estudantes mais vulneráveis na transição para o ensino superior.
Apoio ao alojamento será proporcional ao rendimento e às rendas praticadas
O novo sistema prevê ainda um reforço no apoio ao alojamento, ajustado ao rendimento das famílias e às rendas reais praticadas nas diferentes regiões do país. De acordo com o MECI, o novo modelo garante que todos os estudantes deslocados com custos de alojamento passarão a receber o respetivo complemento, evitando exclusões verificadas no regime atual.
A proposta foi apresentada numa primeira reunião de auscultação com universidades, institutos politécnicos e estruturas representativas dos estudantes. O Governo aguarda agora contributos para a versão final da reforma, prevista ainda para esta legislatura.
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