Alentejo
Distrito de Beja pode ficar sem distribuição de jornais em 2026
O distrito de Beja é um dos oito distritos do interior do país que podem ficar sem distribuição de jornais a partir de 2 de janeiro de 2026, devido à situação financeira “particularmente exigente” da VASP, a principal distribuidora nacional de imprensa. A informação foi avançada esta quinta-feira pelo Correio da Manhã.
Além de Beja, estão igualmente em risco os distritos de Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança, uma área geográfica vasta onde o acesso à imprensa escrita já é, atualmente, limitado.
Distribuidora enfrenta quebras e custos crescentes
Segundo o comunicado citado, a VASP justifica a possível suspensão do serviço com a “continuada quebra das vendas de imprensa” e o “aumento significativo dos custos operacionais”, fatores que tornaram o modelo de distribuição financeiramente insustentável.
A empresa sublinha que este cenário representa um risco grave para a coesão territorial:
“Esta decisão terá como consequência a limitação do acesso regular à imprensa em parte do território nacional, afetando um direito consagrado na Constituição da República Portuguesa e um pilar essencial da democracia.”
Falta de resposta do Estado preocupa o setor
No mesmo comunicado, a VASP refere que tem alertado “ao longo do tempo” para a necessidade de uma decisão estrutural por parte do Estado que permita apoiar a distribuição de imprensa, especialmente no interior. Contudo, afirma que tal medida “continua por concretizar-se”.
A confirmar-se a suspensão, milhares de leitores e dezenas de pontos de venda podem deixar de receber jornais diários e revistas, agravando a desigualdade de acesso à informação entre litoral e interior.
O setor aguarda agora uma resposta urgente do Governo, numa altura em que a sobrevivência da imprensa regional e nacional enfrenta novos desafios.
Alentejo
ANMP exige solução urgente para evitar “apagão informativo” em oito distritos

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) pediu hoje ao Governo uma intervenção imediata para garantir a continuidade da distribuição de imprensa em todo o país, depois de a VASP admitir suspender o serviço em oito distritos do Interior.
A empresa de distribuição justifica a possível interrupção com quebras significativas nas vendas e aumento dos custos operacionais, colocando em risco o fornecimento diário de jornais em Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança.
Para a ANMP, esta decisão “ameaça o direito à informação” e penaliza sobretudo os territórios de baixa densidade, já sujeitos à redução progressiva de serviços essenciais. A associação alerta ainda que o corte na distribuição agravaria desigualdades territoriais e comprometeria o exercício pleno da cidadania.
A ANMP apela, por isso, a uma solução rápida que assegure meios e mecanismos de distribuição equitativos em todo o território.
Alentejo
Estrada Mourão–Granja vai avançar: Empreitada de 438 Mil Euros já tem contrato assinado

A Câmara Municipal de Mourão formalizou, no passado dia 2 de dezembro, o contrato para a empreitada de requalificação da estrada municipal que liga Mourão à vila da Granja, uma intervenção há muito reivindicada pela população local. A obra será executada pela empresa Construções J.J.R. & Filhos, S.A., vencedora do procedimento lançado pela autarquia.
A intervenção incide no troço da RE385 integrado na Estrada Nacional 385, que serve de ligação entre as duas localidades. O investimento total ascende aos 438 mil euros, suportado pelo município, que considera esta obra “estrutural” para a melhoria das condições de mobilidade no concelho.
O mau estado do pavimento, agravado ao longo dos últimos anos, tem sido motivo de preocupação para moradores e utilizadores frequentes da via, não só pelo desconforto na circulação, mas também pelos riscos associados à degradação do piso. Com esta requalificação, a autarquia pretende resolver problemas antigos e garantir maior segurança rodoviária num dos principais eixos locais.
A Câmara sublinha que esta é uma resposta direta às necessidades expressas pelas populações de Mourão e Granja, assegurando que a obra irá melhorar significativamente as condições de circulação e reforçar a qualidade da infraestrutura rodoviária.
Alentejo
Vila Viçosa entrega dossier final da candidatura a Património Mundial da UNESCO

O Município de Vila Viçosa e a Fundação da Casa de Bragança entregaram esta terça-feira, 9 de dezembro de 2025, o dossier final da candidatura “Vila Viçosa — Sede Ducal” à UNESCO. A submissão decorreu na Comissão Nacional da UNESCO, em Lisboa, após uma fase de análise técnica e a incorporação das alterações solicitadas pelo Comité do Património Mundial, em Paris.
Segundo o município, esta entrega representa “um passo decisivo” num processo que tem mobilizado investigadores, técnicos do património, académicos e diversas instituições nacionais e internacionais. O dossier agora formalizado resulta de meses de revisão, ajustamentos e consolidação de argumentos que demonstram o valor universal excecional do conjunto patrimonial calipolense.
Ajustes pedidos pela UNESCO
As revisões incluíram aprofundamentos na contextualização histórica de Vila Viçosa enquanto sede da Casa de Bragança, clarificações sobre critérios de autenticidade e integridade patrimonial, bem como a definição de um plano de gestão mais robusto. O Comité do Património Mundial tinha solicitado, durante uma reunião de trabalho em Paris, o reforço de elementos relacionados com a salvaguarda, sustentabilidade turística e envolvimento comunitário.
A candidatura sublinha o papel singular de Vila Viçosa na formação da identidade nacional, destacando o Paço Ducal, o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, o tecido urbano renascentista e o conjunto de edifícios e práticas culturais associados à Casa de Bragança.
Última etapa antes da decisão
Com o dossier entregue, segue-se agora a fase de avaliação técnica por parte do ICOMOS — o organismo consultivo da UNESCO para o património cultural — que poderá realizar visitas e solicitar esclarecimentos adicionais ao longo de 2026. A decisão final deverá ser tomada na sessão anual do Comité do Património Mundial, prevista para meados de 2027.
Candidatura com forte apoio institucional
A Fundação da Casa de Bragança e o Município reforçaram, em comunicado, a importância desta candidatura para o desenvolvimento cultural, económico e turístico do concelho. Afirmam tratar-se de “uma oportunidade histórica” para projetar internacionalmente Vila Viçosa e captar investimento em conservação, investigação e dinamização cultural.
A entrega do dossier coincide ainda com uma estratégia mais ampla de valorização patrimonial no Alentejo, onde várias entidades procuram afirmar o território no panorama cultural europeu.
Alentejo
Há 10 anos, a UNESCO reconhecia o chocalho de Alcáçovas: uma arte frágil que resiste ao tempo

A 1 de dezembro de 2015, Portugal celebrava a inscrição do fabrico de chocalhos na lista do Património Cultural Imaterial que Necessita de Salvaguarda Urgente da UNESCO. Passada uma década, a distinção continua a ser mais do que um selo internacional: é um lembrete de que esta arte ancestral, enraizada em Alcáçovas e inseparável da pastorícia alentejana, permanece vulnerável e exige proteção ativa para sobreviver.
O chocalho é, há séculos, a voz metálica do Alentejo profundo. A sua história acompanha a da pastorícia, das rotas do gado, dos homens que percorriam os campos com o som quente e grave das campainhas. A partir da década de 1740, esta arte tornou-se a principal atividade económica da vila de Alcáçovas, lugar onde o fogo, o barro e o cobre se encontram para dar forma a um objeto que é simultaneamente utilitário e identitário.
Hoje, porém, o fabrico tradicional resiste graças ao trabalho de muito poucos. A fábrica Chocalhos Pardalinho – de Guilherme Maia e Francisco Cardoso – e o chocalheiro Rui Picavéu são os últimos guardiões de uma técnica que exige precisão, força, sensibilidade e o domínio de processos artesanais que ficaram praticamente inalterados ao longo dos séculos. Cada peça é batida, moldada e calibrada à mão, num ritual que poucos ainda sabem executar.
A distinção da UNESCO foi decisiva para devolver visibilidade a esta arte, contribuiu para atrair visitantes, revitalizar a economia local e afirmar o chocalho como um símbolo maior da região de Viana do Alentejo. Mas também trouxe uma responsabilidade acrescida: a consciência de que este património é único e frágil, e que sem políticas públicas firmes, sem formação e sem transmissão geracional, poderá desaparecer em poucas décadas.
O Município de Viana do Alentejo reconhece essa urgência e tem procurado desenvolver estratégias de valorização e salvaguarda, desde programas educativos até ações de promoção turística e cultural que devolvem o fabrico de chocalhos ao lugar central que sempre ocupou na identidade local. O objetivo é claro: garantir que esta arte não se extingue, que encontra espaço para crescer e que continua a ser uma prática viva, com futuro.
Recorde-se que a candidatura portuguesa à UNESCO foi coordenada pelo antropólogo Paulo Lima e liderada pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, em colaboração estreita com a Câmara Municipal de Viana do Alentejo e a Junta de Freguesia de Alcáçovas. O processo envolveu artesãos, especialistas, agentes culturais e a própria comunidade, que viu na classificação internacional uma forma de reconhecimento e de esperança.
Uma década depois, o som dos chocalhos permanece como memória e resistência. Em Alcáçovas, o eco metálico que outrora se confundia com o passo lento dos rebanhos continua a fazer-se ouvir, agora como um apelo coletivo à preservação. Não é apenas uma arte que se celebra — é uma forma de vida, uma marca do território e um testemunho da capacidade humana de transformar a matéria em identidade.
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