Alentejo
Mora celebra tradição gastronómica com as maiores migas do mundo
O concelho de Mora voltou a afirmar-se como um destino gastronómico de referência com a 12.ª edição do “Mês das Migas”. Este ano, o evento trouxe um desafio inédito: a confeção das Maiores Migas do Mundo.
A iniciativa decorreu este domingo na Praça Conselheiro Fernando de Sousa, onde dezassete restaurantes locais se uniram para atingir uma meta ambiciosa: cozinhar uma miga alentejana com 17 metros de comprimento. A ideia, que já estava a ser planeada há mais de um ano, ganhou forma este ano, reforçando a identidade cultural e gastronómica do concelho.
Em declarações ao Canal Alentejo, a presidente do Município de Mora, Paula Chuço, destacou a importância do evento: “Em fevereiro, é o Mês das Migas, é a décima segunda, que já existe há vários anos, mas nós queríamos dar algo diferente, lançar o Mês das Migas com alguma coisa que não tinha sido feita e alguma coisa que chamasse mais pessoas ao nosso concelho. Daí a minha ideia das maiores migas do mundo. Para o ano queremos entrar para o guinness, e acho que a iniciativa foi bem conseguida, porque os 17 restaurantes aderiram quando nós falámos com eles, ficaram contentes e isto é uma forma de promover a nossa gastronomia, os nossos restaurantes, as nossas freguesias, o nosso concelho, ao levar o nosso concelho mais longe. E é isso que pretendemos”.
A presidente sublinhou ainda que a iniciativa não só valoriza a tradição gastronómica da região, como também dinamiza a economia local e incentiva a coesão da comunidade. “Para nós é uma satisfação ver a praça cheia e as pessoas satisfeitas. Isso é o nosso objetivo,” acrescentou.
Com este evento de grande dimensão, Mora reforça o seu estatuto como destino de referência no Alentejo, mostrando que a sua gastronomia é um património a preservar e a promover.
Alentejo
ANMP exige solução urgente para evitar “apagão informativo” em oito distritos

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) pediu hoje ao Governo uma intervenção imediata para garantir a continuidade da distribuição de imprensa em todo o país, depois de a VASP admitir suspender o serviço em oito distritos do Interior.
A empresa de distribuição justifica a possível interrupção com quebras significativas nas vendas e aumento dos custos operacionais, colocando em risco o fornecimento diário de jornais em Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança.
Para a ANMP, esta decisão “ameaça o direito à informação” e penaliza sobretudo os territórios de baixa densidade, já sujeitos à redução progressiva de serviços essenciais. A associação alerta ainda que o corte na distribuição agravaria desigualdades territoriais e comprometeria o exercício pleno da cidadania.
A ANMP apela, por isso, a uma solução rápida que assegure meios e mecanismos de distribuição equitativos em todo o território.
Alentejo
Estrada Mourão–Granja vai avançar: Empreitada de 438 Mil Euros já tem contrato assinado

A Câmara Municipal de Mourão formalizou, no passado dia 2 de dezembro, o contrato para a empreitada de requalificação da estrada municipal que liga Mourão à vila da Granja, uma intervenção há muito reivindicada pela população local. A obra será executada pela empresa Construções J.J.R. & Filhos, S.A., vencedora do procedimento lançado pela autarquia.
A intervenção incide no troço da RE385 integrado na Estrada Nacional 385, que serve de ligação entre as duas localidades. O investimento total ascende aos 438 mil euros, suportado pelo município, que considera esta obra “estrutural” para a melhoria das condições de mobilidade no concelho.
O mau estado do pavimento, agravado ao longo dos últimos anos, tem sido motivo de preocupação para moradores e utilizadores frequentes da via, não só pelo desconforto na circulação, mas também pelos riscos associados à degradação do piso. Com esta requalificação, a autarquia pretende resolver problemas antigos e garantir maior segurança rodoviária num dos principais eixos locais.
A Câmara sublinha que esta é uma resposta direta às necessidades expressas pelas populações de Mourão e Granja, assegurando que a obra irá melhorar significativamente as condições de circulação e reforçar a qualidade da infraestrutura rodoviária.
Alentejo
Vila Viçosa entrega dossier final da candidatura a Património Mundial da UNESCO

O Município de Vila Viçosa e a Fundação da Casa de Bragança entregaram esta terça-feira, 9 de dezembro de 2025, o dossier final da candidatura “Vila Viçosa — Sede Ducal” à UNESCO. A submissão decorreu na Comissão Nacional da UNESCO, em Lisboa, após uma fase de análise técnica e a incorporação das alterações solicitadas pelo Comité do Património Mundial, em Paris.
Segundo o município, esta entrega representa “um passo decisivo” num processo que tem mobilizado investigadores, técnicos do património, académicos e diversas instituições nacionais e internacionais. O dossier agora formalizado resulta de meses de revisão, ajustamentos e consolidação de argumentos que demonstram o valor universal excecional do conjunto patrimonial calipolense.
Ajustes pedidos pela UNESCO
As revisões incluíram aprofundamentos na contextualização histórica de Vila Viçosa enquanto sede da Casa de Bragança, clarificações sobre critérios de autenticidade e integridade patrimonial, bem como a definição de um plano de gestão mais robusto. O Comité do Património Mundial tinha solicitado, durante uma reunião de trabalho em Paris, o reforço de elementos relacionados com a salvaguarda, sustentabilidade turística e envolvimento comunitário.
A candidatura sublinha o papel singular de Vila Viçosa na formação da identidade nacional, destacando o Paço Ducal, o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, o tecido urbano renascentista e o conjunto de edifícios e práticas culturais associados à Casa de Bragança.
Última etapa antes da decisão
Com o dossier entregue, segue-se agora a fase de avaliação técnica por parte do ICOMOS — o organismo consultivo da UNESCO para o património cultural — que poderá realizar visitas e solicitar esclarecimentos adicionais ao longo de 2026. A decisão final deverá ser tomada na sessão anual do Comité do Património Mundial, prevista para meados de 2027.
Candidatura com forte apoio institucional
A Fundação da Casa de Bragança e o Município reforçaram, em comunicado, a importância desta candidatura para o desenvolvimento cultural, económico e turístico do concelho. Afirmam tratar-se de “uma oportunidade histórica” para projetar internacionalmente Vila Viçosa e captar investimento em conservação, investigação e dinamização cultural.
A entrega do dossier coincide ainda com uma estratégia mais ampla de valorização patrimonial no Alentejo, onde várias entidades procuram afirmar o território no panorama cultural europeu.
Alentejo
Há 10 anos, a UNESCO reconhecia o chocalho de Alcáçovas: uma arte frágil que resiste ao tempo

A 1 de dezembro de 2015, Portugal celebrava a inscrição do fabrico de chocalhos na lista do Património Cultural Imaterial que Necessita de Salvaguarda Urgente da UNESCO. Passada uma década, a distinção continua a ser mais do que um selo internacional: é um lembrete de que esta arte ancestral, enraizada em Alcáçovas e inseparável da pastorícia alentejana, permanece vulnerável e exige proteção ativa para sobreviver.
O chocalho é, há séculos, a voz metálica do Alentejo profundo. A sua história acompanha a da pastorícia, das rotas do gado, dos homens que percorriam os campos com o som quente e grave das campainhas. A partir da década de 1740, esta arte tornou-se a principal atividade económica da vila de Alcáçovas, lugar onde o fogo, o barro e o cobre se encontram para dar forma a um objeto que é simultaneamente utilitário e identitário.
Hoje, porém, o fabrico tradicional resiste graças ao trabalho de muito poucos. A fábrica Chocalhos Pardalinho – de Guilherme Maia e Francisco Cardoso – e o chocalheiro Rui Picavéu são os últimos guardiões de uma técnica que exige precisão, força, sensibilidade e o domínio de processos artesanais que ficaram praticamente inalterados ao longo dos séculos. Cada peça é batida, moldada e calibrada à mão, num ritual que poucos ainda sabem executar.
A distinção da UNESCO foi decisiva para devolver visibilidade a esta arte, contribuiu para atrair visitantes, revitalizar a economia local e afirmar o chocalho como um símbolo maior da região de Viana do Alentejo. Mas também trouxe uma responsabilidade acrescida: a consciência de que este património é único e frágil, e que sem políticas públicas firmes, sem formação e sem transmissão geracional, poderá desaparecer em poucas décadas.
O Município de Viana do Alentejo reconhece essa urgência e tem procurado desenvolver estratégias de valorização e salvaguarda, desde programas educativos até ações de promoção turística e cultural que devolvem o fabrico de chocalhos ao lugar central que sempre ocupou na identidade local. O objetivo é claro: garantir que esta arte não se extingue, que encontra espaço para crescer e que continua a ser uma prática viva, com futuro.
Recorde-se que a candidatura portuguesa à UNESCO foi coordenada pelo antropólogo Paulo Lima e liderada pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, em colaboração estreita com a Câmara Municipal de Viana do Alentejo e a Junta de Freguesia de Alcáçovas. O processo envolveu artesãos, especialistas, agentes culturais e a própria comunidade, que viu na classificação internacional uma forma de reconhecimento e de esperança.
Uma década depois, o som dos chocalhos permanece como memória e resistência. Em Alcáçovas, o eco metálico que outrora se confundia com o passo lento dos rebanhos continua a fazer-se ouvir, agora como um apelo coletivo à preservação. Não é apenas uma arte que se celebra — é uma forma de vida, uma marca do território e um testemunho da capacidade humana de transformar a matéria em identidade.
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