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Saúde

SNS perde quase quatro médicos por dia

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Entre janeiro e outubro deste ano, o Serviço Nacional de Saúde perdeu 1.151 médicos, o equivalente a quase quatro por dia. Os dados revelam um ritmo de saída que está a provocar uma pressão crescente nas equipas e a agravar os constrangimentos já existentes em várias especialidades. A maioria dos médicos que abandonou o SNS rescindiu contrato e optou por sair do serviço público, seja para o setor privado, seja para o estrangeiro.

As especialidades mais afetadas estão entre as que já enfrentavam maiores dificuldades: obstetrícia, pediatria, medicina geral e familiar e anestesiologia. Em vários hospitais, estas saídas estão a tornar mais difícil assegurar escalas, especialmente em serviços de urgência e cuidados diferenciados, onde a carga assistencial depende fortemente de equipas completas.

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A falta de profissionais reflete-se no aumento de encerramentos temporários, em tempos de espera mais longos e na sobrecarga dos médicos que permanecem no sistema. As administrações hospitalares têm admitido dificuldades em substituir clínicos experientes e em manter equipas estáveis, sobretudo num contexto de forte concorrência do setor privado, que oferece melhores condições remuneratórias e horários mais previsíveis.

A pressão tem sido particularmente evidente nas urgências de ginecologia e obstetrícia, que já registam vários encerramentos ao fim de semana. A situação repete-se em unidades de pediatria, onde a rotatividade de profissionais e a ausência de novos especialistas complicam a resposta assistencial. Em medicina geral e familiar, cerca de dois milhões de utentes continuam sem médico de família, um problema que tende a agravar-se com as saídas acumuladas.

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Organizações representativas dos profissionais avisam que o ritmo de perda de médicos é insustentável e que o SNS precisa de respostas estruturais para impedir um colapso progressivo. As negociações com o Governo continuam, mas os sindicatos alertam que sem melhorias nas carreiras, nas condições de trabalho e na remuneração, será difícil inverter a tendência. O impacto das saídas já se faz sentir diariamente na capacidade de resposta do sistema público, que enfrenta o inverno com recursos cada vez mais reduzidos.

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Saúde

Obesidade e estigma: investigação revela desconhecimento, discriminação e desinformação

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Um em cada sete portugueses que reúne critérios clínicos de obesidade não reconhece ter a doença. A conclusão, avançada pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), expõe lacunas persistentes na literacia em saúde e na compreensão pública desta condição crónica, apesar de mais de 90% dos inquiridos afirmarem saber que a obesidade exige tratamento.

Entre as 3.333 respostas recolhidas entre novembro de 2024 e fevereiro deste ano, apenas 47,5% identificou corretamente o critério de diagnóstico — um Índice de Massa Corporal igual ou superior a 30. Para Ana Rita Pedro, investigadora responsável pelo estudo Saúde que Conta, o dado mais surpreendente foi precisamente o número significativo de pessoas que, tendo obesidade, não a reconhece como tal. A especialista admite várias explicações: falta de conhecimento, negação associada ao estigma ou dificuldades em interpretar informação sobre saúde.

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O estudo revela ainda um “hiato de perceção”: embora 35,5% dos participantes apresentem critérios clínicos de obesidade, apenas 20,45% declarou ter a doença. Esta discrepância acompanha-se de um padrão de respostas que evidencia a influência do estigma social. Quando interrogados sobre situações de convivência pública — ter um amigo com obesidade ou empregar alguém com esta condição — os inquiridos expressam elevada probabilidade de aceitação. Contudo, quando o cenário se torna mais íntimo, como um encontro amoroso ou confiar cuidados infantis, os valores de aceitação descem de forma acentuada.

As mulheres continuam a enfrentar maior escrutínio, reforça a investigadora, apontando a pressão constante exercida pelas redes sociais na construção de ideais corporais irreais. Um padrão que, sublinha, contribui para a desigualdade de perceção e discriminação de género.

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O nível de literacia em saúde surge como outro elemento crítico. Mais de metade das pessoas com obesidade (54,1%) apresenta níveis “problemáticos” ou “inadequados”, o que dificulta a compreensão, avaliação e aplicação prática de informação credível. Apesar de se observar uma evolução positiva na última década — de mais de 60% da população com baixa literacia em 2016 para cerca de 45% atualmente — a investigadora alerta que a desinformação continua a ocupar espaço privilegiado, sobretudo nas plataformas digitais.

Ana Rita Pedro defende por isso que instituições científicas, decisores políticos e profissionais de saúde devem ocupar mais ativamente estes espaços, garantindo a circulação de informação rigorosa. Reconhece que já existem profissionais de saúde com forte presença nas redes, capazes de influenciar positivamente o debate público, mas sublinha que a maior dificuldade reside na chamada “literacia crítica”: distinguir evidência científica de estratégias de marketing ou informação manipulada.

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Num país onde a obesidade atinge mais de um terço da população adulta, o estudo deixa um recado claro: informar não basta. É preciso capacitar os cidadãos para compreender, avaliar e usar essa informação — e, sobretudo, combater o estigma que continua a distorcer a perceção da doença e a atrasar o acesso ao cuidado.

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Saúde

Pressão na linha SNS 24 impede alargamento nacional do programa de triagem telefónica

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O programa “Ligue antes, salve vidas”, criado para reduzir a afluência às urgências e melhorar a orientação dos utentes dentro do Serviço Nacional de Saúde, continua por implementar em várias regiões do país. A limitação não resulta da falta de adesão das unidades locais de saúde (ULS), mas sim da incapacidade da linha SNS 24 para responder ao aumento de chamadas. A confirmação foi dada pelo diretor executivo do SNS, Álvaro Almeida, durante uma audição parlamentar requerida pelo PS.

Atualmente, a medida está operacional em 27 das 39 ULS existentes. Este número corresponde ao limite máximo que os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde consideram exequível, tendo em conta os recursos disponíveis na linha telefónica. Ao atingir este patamar, o alargamento foi suspenso. Álvaro Almeida assumiu que a Direção Executiva pretendia ver o programa implementado em todo o país, mas “dificuldades operacionais” impedem a expansão.

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A iniciativa nasceu como projeto-piloto na ULS Póvoa de Varzim/Vila do Conde, antes de ser progressivamente estendida a outras unidades. O objetivo é claro: avaliar a situação clínica do utente antes de este se deslocar às urgências e encaminhá-lo para o nível de cuidados mais adequado. Segundo Álvaro Almeida, o impacto tem sido significativo, contribuindo para aliviar a pressão nos serviços de urgência hospitalares, frequentemente sobrecarregados.

Apesar dos resultados positivos, o futuro da expansão permanece dependente do reforço da capacidade da linha SNS 24, cuja sobrecarga impede, por agora, que a medida seja aplicada a nível nacional.

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Mais casos de gripe e utentes em fase aguda da doença aumentam constrangimentos nas urgências

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As urgências hospitalares estão novamente sob forte pressão no início desta semana, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo. O Hospital Amadora-Sintra é um dos casos mais críticos, registando tempos de espera muito acima do recomendado. Os doentes urgentes, com pulseira amarela, chegaram a enfrentar mais de 14 horas e 30 minutos até à primeira observação, segundo o portal do Serviço Nacional de Saúde. Já os doentes muito urgentes, identificados com pulseira laranja, esperaram mais de quatro horas, quando o protocolo determina um máximo de dez minutos.

A administração do hospital atribui os constrangimentos ao aumento de casos de gripe e ao maior número de utentes que chegam numa fase aguda da doença. A situação é agravada pelo facto de a Unidade Local de Saúde do Amadora-Sintra ser a que tem mais utentes sem médico de família em Portugal, ultrapassando os 190 mil inscritos.

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Além das longas esperas, esta segunda-feira há ainda quatro urgências encerradas: a de obstetrícia do Hospital de Portimão; a de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro; a do Hospital Distrital de Santarém; e a urgência de ginecologia do Hospital de Vila Franca de Xira.

O cenário confirma a pressão crescente sobre o SNS numa época marcada pelo aumento da gripe e pela escassez de recursos humanos em vários serviços essenciais.

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Saúde

Portugal entra em fase epidémica de gripe. Casos confirmados estão a aumentar

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Portugal entrou oficialmente em fase epidémica de gripe, com uma tendência de crescimento que se tem acentuado nas últimas semanas. O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge alertou que, na semana iniciada a 24 de novembro, a atividade gripal ultrapassou o limiar epidémico, acompanhada por um aumento significativo de casos confirmados e de internamentos, incluindo em cuidados intensivos.

O boletim epidemiológico indica que a taxa de incidência das infeções respiratórias agudas graves atingiu 10,5 casos por 100 mil habitantes, um valor superior ao registado nas semanas anteriores. Os grupos etários mais afetados são as crianças entre zero e quatro anos e, sobretudo, os maiores de 65 anos, que representam a maioria dos casos graves.

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No total, 82 doentes foram admitidos com infeções respiratórias graves nas ULS que reportam dados, incluindo 10 doentes internados em unidades de cuidados intensivos. Todos tinham doenças crónicas e indicação para vacinação; três estavam vacinados. A proporção de casos de gripe internados em UCI subiu para 6 por cento, depois dos 1,6 por cento registados na semana anterior.

A circulação viral nesta época é dominada pelo vírus influenza A, com deteção dos subtipos AH1N1 e AH3N2. Este último tem apresentado mutações relevantes, agrupadas num novo subgrupo designado K, que já corresponde a cerca de 45 por cento dos vírus caracterizados em Portugal. Especialistas consideram provável que este subtipo ganhe predominância nas próximas semanas, seguindo a tendência observada noutros países europeus.

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A epidemia chegou três a quatro semanas mais cedo do que o habitual, aproximando-se do padrão registado em 2023-24, mas ainda não atingiu o pico de atividade. Quanto aos restantes vírus respiratórios, o SARS-CoV-2 mantém circulação reduzida e o vírus sincicial respiratório permanece em níveis baixos, com possibilidade de aumento nas próximas semanas.

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