Mariana Mortágua, Diogo Chaves, Sofia Aparício e Miguel Duarte foram recebidos em Lisboa por centenas de apoiantes pró-Palestina após serem detidos e repatriados de Israel, onde participavam na Flotilha Global Sumud, destinada a entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Os quatro portugueses denunciaram condições de detenção abusivas, incluindo:

• Permanência em jaulas, muitas vezes expostos ao sol;
• Espancamentos de outros detidos que testemunharam;
• Tentativas de fazê-los assinar documentos em hebraico que legalizariam a detenção;
• Sobrelotação e isolamento de detidos com necessidades médicas, como pessoas com diabetes privadas de insulina por dias;
• Manipulação de passaportes por soldados israelitas.

Mariana Mortágua destacou a diferença de tratamento entre europeus e palestinianos, sublinhando o “grau de impunidade das forças israelitas contra palestinianos”. Miguel Duarte acrescentou que “não existem direitos de prisioneiros nas prisões israelitas” e que a proteção que receberam se deveu ao facto de serem europeus e de haver mobilizações internacionais.

Sofia Aparício reforçou que não cederam à pressão para assinarem documentos que atestariam a legalidade da sua detenção, enquanto Diogo Chaves comentou a dificuldade de deixar camaradas para trás, mas que a decisão de regressar cedo “fazia sentido para continuar a lutar pela causa palestiniana”.

O grupo foi libertado e chegou a Lisboa na noite de 5 de outubro, após voo com escala em Madrid, sendo recebido com bandeiras da Palestina, cartazes de apoio e presença de antigos e atuais dirigentes do Bloco de Esquerda.

O jovem de 22 anos que ficou ferido com gravidade durante a manifestação de apoio a Gaza, realizada no sábado em Lisboa, permanece hospitalizado no Hospital de São José, confirmou fonte hospitalar.

O incidente ocorreu na Estação do Rossio, quando o manifestante terá sido eletrocutado ao tentar subir para uma carruagem onde algumas pessoas se haviam barricado. A vítima sofreu queimaduras extensas e foi prontamente assistida no local antes de ser transportada para a unidade hospitalar.

A manifestação, que reuniu mais de três mil pessoas, percorreu o trajeto entre as praças do Martim Moniz e do Rossio, sob o lema de solidariedade com os detidos da Flotilha Global Sumud. A Polícia de Segurança Pública (PSP) acompanhou todo o percurso, garantindo a segurança e a ordem pública.

Segundo um elemento da PSP, “estava prevista a participação de 500 pessoas, mas o número foi largamente ultrapassado, chegando a mais de 3.000 manifestantes” no final do protesto.

Entre os presentes esteve Joana Mortágua, irmã da deputada e coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, detida em Israel desde o dia 1 de outubro.

O Centro Cultural e Regional de Santarém (CCRS) inaugurou, no dia 4 de outubro de 2025, a exposição fotográfica coletiva “m u n d E v i d ê n c i a s”, comemorando o 7.º aniversário do Núcleo de Fotografia da instituição. A mostra destaca projetos de fotógrafos que exploram temas pessoais e sociais, refletindo experiências, memórias e olhares sobre o mundo.

Artistas e obras em destaque

• André Araújo – Saudades de Amanhã: fotografia como linguagem para evocar memórias futuras.
• Clara Ferreira – Fêmea: uma reflexão sobre preconceitos e sorrisos cúmplices.
• Carlos Soares – Odnum: uma década de cuidado consciente com o ambiente e a “casa comum”.
• Fátima Condeço – Silente: momentos de preparação para uma procissão.
• João Matos Costa – O que resta de um rosto: a fotografia como superfície vulnerável que registra o tempo.
• Joaquim Nascimento – Mexam-se: homenagem a quem pratica atividade física regularmente ou de forma espontânea.
• Luís Miguel Perdigão – Humanos: questiona a humanidade, inspirando-se em Saramago.
• Vitor Lopes – Pouca Terra: mostra a relação dos habitantes da Ribeira de Santarém com o comboio, destacando espaço limitado e risco constante.

Segundo Carlos Soares, do Núcleo de Fotografia, os projetos surgiram a partir de reuniões mensais desde fevereiro, resultando em trabalhos ligados às estórias de vida e “mundividências” de cada participante. Daí surgiu a criação do termo mundEvidência, simbolizando cada imagem como uma evidência particular e bidimensional do olhar de cada fotógrafo.

O Núcleo de Fotografia do CCRS continua a ser um espaço de experimentação, colaboração e crescimento, oferecendo oportunidades para evoluir nas práticas fotográficas.

Visitação

• Local: Fórum Mário Viegas, CCRS
• Até 25 de outubro de 2025
• Horário: Segunda a sexta, 14h30–18h30; Sábados, 10h00–13h00

O influencer Tiago Grila foi detido na passada segunda-feira por ameaçar, com uma arma de fogo, um candidato a uma junta de freguesia, segundo confirmou a SIC Notícias.

O caso ocorreu em Sobral de Adiça, concelho de Moura, durante uma festa popular. De acordo com o Jornal de Notícias, Tiago Grila e o candidato desentenderam-se no local, mas o conflito terá sido inicialmente resolvido. Horas depois, o influencer regressou a casa e publicou um vídeo no TikTok onde exibia uma arma de fogo e repetia ameaças dirigidas ao funcionário da Junta de Freguesia.

Suspeito também de ter atropelado uma mulher e fugido na Amadora, Tiago Grila foi ouvido por um procurador no Tribunal de Moura. Após o interrogatório, foi libertado mediante termo de identidade e residência.

Na manhã de quinta-feira, o influencer foi visto em Reguengos de Monsaraz, onde marcou presença no final de uma arruada promovida pelo partido Chega, cumprimentando o líder André Ventura.