Frank Gehry, um dos arquitetos mais influentes do último século e autor do Museu Guggenheim de Bilbau, morreu aos 96 anos na sua casa em Santa Monica, na Califórnia. A informação foi avançada pelo The New York Times, que cita a chefe de gabinete do atelier do arquiteto, Meaghan Lloyd. Gehry tinha sofrido recentemente de uma doença respiratória. A sua obra, marcada por formas curvas, materiais inesperados e uma linguagem visual que desafiava as normas, tornou-o numa referência incontornável da arquitetura mundial. Entre os seus projetos mais conhecidos estão o Walt Disney Concert Hall em Los Angeles, a Casa Dançante em Praga e a Fundação Louis Vuitton em Paris. O Guggenheim de Bilbau, considerado por vários especialistas como uma das obras arquitetónicas mais importantes desde 1980, consolidou a sua reputação internacional. Ao longo da carreira, Gehry recebeu mais de uma centena de distinções, incluindo o Prémio Pritzker, o Praemium Imperiale do Japão, o Prémio Príncipe das Astúrias das Artes e a Medalha de Ouro do American Institute of Architects. Nascido em Toronto em 1929, tornou-se cidadão norte-americano em 1947 e estudou arquitetura na Califórnia e em Harvard. Depois de trabalhar com Victor Gruen, criou o seu próprio atelier e desenvolveu o estilo característico que o celebrizou. Em Portugal, chegou a ser convidado para desenhar o projeto de requalificação do Parque Mayer, que acabou por não avançar, e em 2014 apresentou um projeto turístico para a região da Guarda. Também criou o cenário de um concerto de Mariza no Walt Disney Concert Hall, em 2007. Gehry era frequentemente descrito como um “titã da arquitetura” e a sua obra continua a influenciar arquitetos e urbanistas em todo o mundo.

A China Eastern Airlines passou a deter o recorde mundial do voo comercial mais longo de sempre, após inaugurar a ligação entre Xangai e Buenos Aires, com uma duração total de 25 horas e 30 minutos e cerca de 20.000 quilómetrospercorridos.

O voo MU745 descolou na madrugada de quinta-feira do Aeroporto Internacional de Pudong, em Xangai, com destino à capital argentina. A rota inclui uma escala técnica em Auckland, na Nova Zelândia, onde a aeronave — um Boeing 777-39P — reabastece e procede à troca de tripulação antes de continuar o trajeto sobre o Pacífico Sul.

Segundo a companhia aérea estatal chinesa, esta nova ligação reduz mais de quatro horas no tempo médio de viagem entre a China e a América do Sul, quando comparada com as rotas tradicionais que obrigavam ao desvio pelo hemisfério norte, via Europa ou América do Norte.

Recordes ultrapassados

O novo percurso supera o até agora mais longo voo comercial, operado pela Xiamen Airlines, entre Nova Iorque (JFK) e Fuzhou, com 19 horas e 20 minutos. Ultrapassa também os voos ultralongos da Singapore Airlines para Newark (19h10) e JFK (18h55), e ainda a ligação da Air New Zealand entre Auckland e JFK (17h45).

Antes desta ligação, as viagens entre Xangai e a América do Sul podiam facilmente exceder 30 horas, de acordo com o jornal estatal Global Times.

Impacto na aviação global

Em comunicado, a China Eastern afirmou que esta nova rota “preenche uma lacuna” nas ligações diretas entre Xangai e grandes cidades sul-americanas, criando um “corredor sul” que liga três continentes de forma mais eficiente.

A companhia destaca ainda que a aposta em aeronaves de grande autonomia — como o Boeing 787 e o Airbus A350, capazes de operar voos ultralongos com margens maiores de eficiência — está a redefinir o setor da aviação, à medida que cresce o número de passageiros dispostos a pagar por viagens diretas sem múltiplas escalas.

O feito da China Eastern surge antes da estreia prevista da Qantas para 2027, que planeia lançar o voo direto entre Sydney e Londres, com cerca de 22 horas de duração, utilizando a nova versão do Airbus A350-1000ULR.

A liderança confortável da Tesla no mercado português de veículos 100% elétricos está a encolher rapidamente. A marca norte-americana registou em novembro resultados significativamente abaixo dos de 2024, enquanto vários concorrentes aceleraram e ultrapassaram a Tesla no ranking de matrículas, segundo dados da ACAP.

Em novembro, a Tesla matriculou 425 viaturas, menos de metade das 801 registadas no mesmo mês do ano anterior — uma queda de 46,9%. A perda de fôlego surge apesar da atualização recente dos modelos Model Y e Model 3 e reflete o impacto da nova vaga de concorrentes elétricos.

Ainda assim, a Tesla deverá terminar 2025 na liderança acumulada de vendas de ligeiros 100% elétricos. Entre janeiro e novembro, a marca soma 6378 veículos, menos 23,9% do que no período homólogo de 2024 (8377). A quota de mercado recuou dos anteriores 22,88% para 13,67%.

Concorrência ganha terreno

A erosão da vantagem da Tesla explica-se sobretudo pelo crescimento expressivo de novas marcas e modelos elétricos.

A BYD foi a marca mais vendida em novembro, com 645 unidades, um aumento de 119,4% face ao ano anterior. A Renault também teve um mês excecional, com 508 registos (+207,9%), impulsionada pelo sucesso dos novos modelos 4 E-Tech Elétrico e 5 E-Tech Elétrico.

A Peugeot (471 unidades, +72,5%) e a BMW (470, +16,6%) superaram igualmente a Tesla no mês de novembro.

Outras marcas destacadas pelo forte crescimento incluem:

• Opel: 275 unidades (+439,2%)
• Mini: 192 (+31,5%)
• MG: 130 (+52,9%)
• Fiat: 63 (+350%)

Ranking acumulado até novembro

Apesar do domínio anual da Tesla, a disputa pelas posições seguintes intensifica-se:

• BYD: 4477 veículos (+90,5%)
• BMW: 4226 (+13,6%)
• Peugeot: 3844 (+41,3%)
• Renault: 2692 (+168,4%)
• Mercedes: 2651 (+4,7%)

O mercado elétrico português está mais competitivo do que nunca, com novas propostas, preços mais agressivos e tecnologias emergentes a pressionarem o tradicional líder.

A possibilidade de as mulheres exercerem o ministério de diáconos — o primeiro grau do sacramento da ordem, anterior ao sacerdócio — voltou a ser rejeitada por uma comissão do Vaticano. O grupo, criado a pedido do Papa Francisco e presidido pelo cardeal Giuseppe Petrocchi, votou 7 contra 1 a manutenção da proibição, alegando que “ainda não é tempo” para abrir este ministério às mulheres.

Os diáconos não são sacerdotes, mas desempenham funções litúrgicas e pastorais relevantes: podem ajudar nas missas, proclamar o Evangelho, realizar batizados e acompanhar cerimónias religiosas. Estão autorizados a dar algumas bênçãos, embora não possam administrar a unção dos enfermos nem ouvir confissões.

Debate interno continua a crescer

Apesar da rejeição, a comissão recomendou que o tema continue a ser estudado, reconhecendo que o papel das mulheres na Igreja Católica se tornou um dos debates mais persistentes do pontificado de Francisco. Em muitos setores e dioceses, cresce a pressão para que a instituição acompanhe as transformações sociais e reconheça formalmente o contributo feminino nas estruturas pastorais e de governo.

O relatório foi entregue em setembro ao Papa Leão XIV, que determinou agora a sua publicação, mantendo aberta a porta a futuras reflexões, mas sem alterações imediatas na doutrina ou na prática ministerial.